Polícia burocrata X Polícia nas ruas

Com quatro anos e cinco meses à frente do governo estadual, o governador Marcelo Déda, tentou (com pouco entusiasmo) e não resolveu por não colocar em primeiro plano (lamentavelmente) tirar do serviço burocrático centenas de policiais militares e civis que não estão na sua real função.

Tanto a Polícia Militar como a Polícia Civil tem um número alto dos seus efetivos em serviço administrativo. É muito para um Estado onde há um déficit de policiais nas duas áreas.

Pelos cálculos realizados por algumas lideranças da categoria hoje se tem aproximadamente 500 policiais militares que exercem a função Administrativa dentro da PM. Sabe-se que esses policiais fizeram concurso e foram treinados para fazer o policiamento ostensivo em Sergipe. Todos estes policiais, nenhum deles recebe menos que R$ 2,5 mil reais líquidos, e as funções que desempenham não são de "segredo de Estado ou de Justiça", portanto, estas funções poderiam ser exercidas por auxiliares administrativos, exceto, claro os cargos de chefia.

Esse mesmo raciocínio deveria também ser aplicado na Polícia Civil. Hoje se tem, no mínimo 200 policiais civis que trabalham em função administrativa, e da mesma forma que a Polícia Militar, também poderiam estar hoje, atuando na sua função primordial, que é a investigação, e no lugar destes colocar auxiliares administrativos.

Lembre, caro leitor, que nestes números nas duas policias não estão incluindo os policiais requisitados para os diversos órgãos e poderes. Pouca coisa mudou de 2007 para cá. E olhe que  o governador prometeu colocar nas ruas os policiais à disposição. Mas parece que não teve força política.

Fazendo isto o Governador estaria aumentando em grande número os policiais militares para melhorar o policiamento ostensivo, com uma oneração na folha de pagamento estadual mínima, basta para isso comparar os salários.

Com certeza vão aparecer aqueles que dizem que não pode se misturar pessoas civis dentro de quartéis, mas sinceramente, legal e moralmente o blog não vê o por que não, e, se algum destes auxiliares administrativos se arrogarem do fato de trabalhar em um quartel e tentar trazer para si benefícios particulares, este deverá ser punido penalmente. E só para constar, estes auxiliares não teriam carteira da Polícia.

Soldados temporários – Alguns Estados vêm implantando um programa para tirar os policiais da área administrativa. Em São Paulo, por exemplo, o governo criou há algum tempo os chamados “soldados temporários”. Tudo dentro da lei. Realiza-se uma espécie de concurso onde os soldados temporários recebem dois salários mínimos durante 2 anos prorrogável por mais 2 anos. Não vestem farda nas ruas, não fazem do quadro de carreira e só podem trabalhar internamente na parte administrativa.

Portanto senhor Governador, seria um passo rápido para o aumento do contingente de Policiais, além de ser vantajoso para o Estado, pois quando se compara os salários dos policiais civis e militares, com os auxiliares administrativos, cujo concurso provavelmente ainda estar em aberto, é enorme.

Mas se assim não o quiser fazer, aproveite a confecção da LOB e da Lei Orgânica da PC, e, crie os cargos oficiais administrativos de segurança, (sugestão de denominação) com valores salariais inferiores aos que exercem efetivamente o trabalho de investigação ou ostensivo.

Dia do Orgasmo
Hoje, 09 de maio, no município de Esperantina, no Piauí é o Dia do Orgasmo. Uma Lei municipal cria esse dia para ser fruído na localidade. Só resta a desejar bons “fruídos” para todos que moram em Esperantina.

Dos tabaréus aos meninos que não queriam ser padres I
Antônio Francisco de Jesus, ou simplesmente, Antônio Saracura, há pouco tempo brindou os sergipanos com o livro “Os tabaréus do Sitio Saracura”, onde contou histórias de Itabaiana.

Dos tabaréus aos meninos que não queriam ser padres II
E quando se pensava que ele tinha esgotado todas suas histórias de vida ele retorna, com mais força, mostrando que é uma revelação da literatura sergipana, com o livro “Meninos que não queriam ser Padres”. Mais uma vez conta sua história de vida, no romance onde mistura nomes fictícios com nomes verdadeiros e fatos quase todos reais com algumas fantasias da juventude.

Dos tabaréus aos meninos que não queriam ser padres III
No livro ele conta parte de sua trajetória de vida, quando chegou a Aracaju e fez o exame de admissão para ingressar no Seminário Arquidiocesano. Mais uma vez Saracura mostra todo sua veia literária com um jeito próprio de escrever suas peripécias e de vários colegas seminaristas. E por elas passam Zé Bigodinho, Zé Gordinho, Guiné,  Isis, Isaac, Antonio Rolinha e tantos personagens reais e fictícios de um romance sensacional.

Dos tabaréus aos meninos que não queriam ser padres IV
Uma coisa é certa: mais uma vez Antônio Saracura publica com seu relatos mais um importante documento para a história de Sergipe. De um período que passou no Seminário Arquidiocesano ao lado de vários outros colegas e professores que fizeram (e fazem) parte da história da construção do Sergipe que vivemos atualmente.

Lançamento
No próximo dia 02 de junho, no Sesc da rua Dom José Thomas, a partir das 19h, Antônio Saracura vai lançar o livro “Meninos que não queriam ser Padres”. Quem tiver o prazer de ler o livro vai comprovar tudo o que o titular deste espaço escreveu.

Só faltou a Dilma
Deu na coluna de Lauro Jardim, Radar on-lie: “Carlos Alberto Menezes, um dos advogados preteridos por Dilma Rousseff para ser ministro do STJ, escreveu recentemente um artigo em que revela os nomes de personalidades que ele diz ter lhe apoiado para o cargo. Na extensa lista de “recomendações”, constavam Carlos Ayres Britto, Cezar Britto, Castro Meira, Alberto Toron, José Eduardo Dutra e Marcelo Déda.

Governo cancelará multas dos pardais
Após tomar conhecimento da auditoria que solicitou sobre os contratos do Detran, o governador Marcelo Déda determinou que fosse feito o levantamento de todas as multas aplicadas pelos pardais contratados pelo Governo do Estado para que o Estado possa ressarcir os valores pagos pelos contribuintes e para que sejam canceladas as que ainda não foram pagas.

Auditoria da CGE
A decisão do governador baseou-se no resultado da auditoria especial que a Controladoria Geral do Estado realizou nos contratos celebrados pelo Detran com a Splice Indústria e Comércio, onde se constatou que a empresa não cumpriu a exigência contratual de aferir os equipamentos pelo Inmetro.

Fornecimento de imagens
O objeto do contrato com a Splice foi a locação de três radares fixos instalados nas Rodovias Estaduais Melício Machado, Airton Senna e Rodovia dos Náufragos. Teve iniciou em outubro de 2010 indo até fevereiro deste ano, período no qual se observou considerável diminuição de acidentes. Pelo contrato com a Splice, a empresa limitava-se a fornecer as imagens ao Detran, cabendo a este, exclusivamente, a decisão de julgar e aplicar as multas. O preço pela locação dos radares foi estabelecido de forma fixa e sem qualquer participação da empresa no valor das multas aplicadas.

CGE detecta que contrato não teve irregularidade
O contrato com a Splice foi celebrado de acordo com processo licitatório regular, onde não foi identificada nenhuma irregularidade. O Detran também realizou processo licitatório e chegou a celebrar contrato com a empresa Eliseu Kopp para a locação de dez radares móveis, mas suspendeu o contrato antes mesmo de sua execução por constatar a ausência de estudo técnico prévio, conforme exigência do Código Nacional de Trânsito (Contran).

Empacotador
Tem uma lei municipal, de autoria do então vereador Vinicius Porto (DEM), tornando obrigatória que em todos os caixas dos supermercados, hiper e similares, tenham empacotadores. A lei não é cumprida porque a Prefeitura deveria fiscalizar e punir.

G. Barbosa nada de “bonzinho
Só com a punição as grandes redes respeitarão os clientes, principalmente o G. Barbosa que não tem nada de “bonzinho” com os sergipanos. E os clientes têm que fazer a sua parte: quando estiver no caixa e não tiver empacotador, pedir e só colocar as compras quando tiver um deles. Só assim eles vão acabar o desrespeito a lei.

O reconhecimento pelo STF da união homoafetiva
Vejam agora em http://clovisbarbosa.blogspot.com/: Como ocorreu, no Supremo Tribunal Federal, o julgamento que equiparou as relações entre pessoas do mesmo sexo às uniões estáveis entre homens e mulheres? Na prática, a união homoafetiva foi reconhecida como um núcleo familiar como qualquer outro. O reconhecimento de direitos de casais gays foi unânime.  Vejam a opinião de cada Ministro.

Sergipe é destaque nacional I
A revista “Tam nas Nuvens”, da companhia aérea Tam, traz na edição atual uma matéria especial sobre Sergipe. Os passageiros que optarem por fazer suas viagens através da companhia, durante esse mês, poderão acompanhar uma matéria de cinco páginas, onde é retrata de forma simples e objetiva alguns dos nossos melhores e mais belos pontos turísticos, a exemplo do Cânion de Xingó, da Fazenda Mundo Novo, Mercado Albano Franco e a Crôa do Goré.

Sergipe é destaque nacional II
A divulgação de Sergipe em publicações a nível nacional é fruto do trabalho que o Governo do Estado vem realizando nos principais pólos atrativos de turistas. O Estado ganhou novamente uma abrangência nacional com uma matéria de capa da revista de bordo da companhia aérea Avianca. A ilustração traz uma foto aérea do litoral de Sergipe e internamente a publicação fala sobre os principais pontos turísticos do Estado.

Educação Física no Campus da UFS de Lagarto
O Conselho Regional de Educação Física CREF13 BA/SE, representado pelos Presidente da seccional Sergipe, professor Gilson Dória e Landulfo Junior, esteve reunido esta semana, com o reitor da Universidade Federal de Sergipe, Professor Josué Modesto. Na ocasião foi solicitada à implantação do curso de bacharelado em Educação Física, no Campus da saúde em Lagarto.

Demanda da sociedade
Presente à reunião, José Carvalho de Menezes, o Juquinha do PT.  A solicitação para implantação do curso bacharelado em Educação Física em Lagarto se justifica, pela necessidade de atender à demanda da sociedade, por profissionais de Educação Física, na orientação das atividades físicas.Outro fator relevante é a procura pelo curso de Educação Física oferecido pela UFS. O curso é o quarto mais procurado, com 997 inscritos no vestibular 2011, ficando atrás apenas de Medicina com 2.185, Direito com 1.889 e Enfermagem com 1.132.

Saúde X atividade física
O Conselheiro Landulfo Júnior esclareceu “que não existe saúde sem atividade física. Mas a atividade física só trás os benéficos esperados, se orientadas por profissionais qualificados. Cabe exclusivamente ao profissional de Educação Física prescrevê-las”. Finalizando o encontro, Gilson Doria lembrou a função do profissional de Educação Física.  “O profissional de Educação Física tem sido um poderoso aliado aos demais profissionais de saúde, na busca da melhoria da qualidade de vida das pessoas”.

Poetas estancianos participaram do 29º Fespofale
A noite de sábado, 07, foi gloriosa para os poetas de Estância que por mais um ano puderam mostrar como é possível fazer uma bonita festa através da expressão da alma, onde a inspiração toma forma e por meio de versos, a criação do artista é batizada de poesia. Para festejar os 20 anos de fundação, o Clube dos Poetas Estanciano promoveu a 29ª edição do Festival de Poesia Falada de Estância (Fespofale), evento que fez parte das comemorações alusivas ao aniversário de Estância, 163 anos.

Participação
O festival lotou o auditório do Fórum Ministro Heytor de Sousa, localizado na Rua Gumercindo Bessa, no centro da cidade, e reuniu artistas populares, jornalistas, radialistas e poetas. O Fespofale deste ano contou com a participação de poetas de Lagarto, Japaratuba, Indiaroba e de Aracaju. Cerca de 30 poetas foram inscritos, totalizando a soma de 65 poesias, desse total, 12 poemas concorreram. Entre um poema e outro o silêncio, a atenção, os aplausos, luzes, cores, dramatização e teatro. Um verdadeiro espetáculo, um carinho para a alma daqueles que ali estavam. A poesia de Estância está muito boa, com alto índice de qualidade e, sem sombra de dúvida, mantém vivo o titulo que Estância é o berço da cultura sergipana.

Resultado final:
3º lugar – Sem Ilusão (Marcel Lian); 2º lugar – Um Adeus (Demócrito Cruz) e 1º lugar – Incógnita (José Edson. O prêmio de melhor interprete ficou com Marcel Lian.Os vencedores  foram agraciados com o troféu "CPE 20 Anos". A edição do 29º Fespofale contou com o apoio do prefeito Ivan Leite, através da Secretaria de Cultura, Laser e Desporto. O deputado estadual Gilson Andrade prestigiou a festa e participou da entrega dos prêmios; também estiveram presentes: o vereador José Domingos Machado, o secretário de Turismo e Comunicação Social Luiz Carlos Dus Santus, a secretária de Cultura, Aurenitha Morgana (Lôra), os jornalistas Magno de Jesus, Augusto Santos, os radialistas Araújo Junior, Miguel Viana.

DO LEITOR

Operação Arremate
Comentário de Marcelo Costa: “Não podemos nos  surpreendermos se já hoje, segunda-feira, 09, o pessoal envolvido na historia arremate esteja solto. Os leiloes programados acabaram e já sabemos no Brasil,esses caras sempre levam a melhor e continuaremos sem punir os corruptos e gaturnos que enricam de maneira ilícitas e temos que assistir tudo de forma passiva e aceitar de guela abaixo.Que país é esse?”

Sobre a nota da ASSOMISE
De um soldado militar: “Ridícula, inoportuna, revanchista são alguns dos tributos mínimos que posso adjetivar a mensagem eletrônica (e-mail) emitida pela ASSOMISE ao Exm. Sr. Governador do estado de Sergipe.Questiono aqui qual a legitimidade de uma associação, sem consultar seus associados através de assembléia, emitir um documento tão comprometedor? Além de não ter consultado seus associados, a ASSOMISE feriu um dos princípios fundamentais em uma organização hierarquizada, passando por cima da autoridade do Cmt. Geral, no momento em que sugere ao Governador do estado a criação de uma Força Militar. É por estas e outras atitudes destemperadas, que o oficial de Polícia Militar jamais terá o prestígio de um Delegado de Polícia. Oficial de polícia pensa que tem força, até tem, porém não sabe exercer; são subservientes, brigam entre si, apenas exercem seus "poderes" intra-quartéis. Vejamos o exemplo dos Delegados: Na assembléia em que foi deliberado pelo desencadeamento de algumas ações reivindicatórias, houve o comparecimento maciço da classe, inclusive daqueles que têm cargos comissionados. É público e notório o apoio que a Superintendente de Polícia Civil vem dando ao movimento de seus colegas delegados; fato totalmente avesso à realidade da Polícia Militar, onde aqueles coronéis que têm cargo comissionado tentam a qualquer custo reprimir qualquer tipo de movimento reivindicatório”.

Curso de pintor Imobiliário
Do leitor Jose Raimundo de Sousa, Conselheiro e Pres. de Honra da ARECOM/SE: “Nesta quinta dia 5/5, as 16:00 Hs ,houve a entrega de certificados do curso de pintor  imobiliário, para a primeira turma de EGRESSOS, aconteceu no auditório do SEBRAE, com a presença do JUIZ DA VARA DAS EXECUÇÕES CRIMINAIS DR. HELIO MESQUITA, PROMOTORES DE JUNTIÇA, e diversas autoridades do LEGISLATIVO, e da SOCIEDADE CIVIL. O curso teve o apoio de varias entidades como, as igrejas  católica,  evangélica,   UFS, ACESE,SENAI, SINDUSCON, CDL, ADCE,SEBRAE, FECOMERCIO, ARECOM, MINISTERIO PUBLICO, pastoral carcerária entre outras. Outro grupo de EGRESSOS estão sendo preparados para inicio em 16/5, no curso de GESSEIROS, também pelo SENAI, com apoio destas mesmas entidades, grande parte destes profissionais irão  ser absolvidos pelas CONSTRUTORAS ligadas ao SINDUSCON, em parceria inédita neste PAÍS.Já estamos buscando parceria idêntica com o SENAC, que irá oferecer também seus cursos gratuitamente a outros tantos EGRESSOS, dando assim sua contribuição a sociedade, bem como aos EGRESSOS.  São ações como essa que  precisamos empreender mais e mais, para que tenhamos um Brasil melhor, mais justo, e humanitário .Este CONSELHO tem como presidente CARLOS ANTONIO DE MAGALHÃES, (MAGAL DA PASTORAL), E MAIS CERCA DE 20 Conselheiros, que trabalham diuturnamente, e voluntariamente, transformando os EGRESSOS em cidadãos para que haja paz entre os homens deste planeta”.

ARTIGOS

O Homem Zé Eduardo – Elcinho Santana

Em 03/05, com título “Belo gesto, de um grande homem”, postei comentário sobre a renúncia do companheiro Zé Eduardo do comando da executiva nacional do PT, oportunidade em que fiz resumido flash back sobre ele. Encontrei, depois, alguns amigos que de certa forma criticaram meu post, achando-o um tanto oportunista, melodramático. Questionei: e desde quando reconhecer as qualidades de alguém é oportunismo e melodrama, sobretudo quando esse alguém é uma pessoa com a qual você conviveu em momentos cruciais dos recentes fatos sindicais e políticos do Estado? Apenas considerei que o que vinha sendo comentado ao seu respeito (de Zé Eduardo) girava apenas em torno de prestígio dentro do governo federal e em torno do seu estado de saúde. Mas e sobre o homem Zé Eduardo? Achei necessário falar sobre ele, o Zé maior que as circunstâncias, boas ou más; indiferente a cargos; atento ao coletivo; o Zé solidário e ético. Mesmo aqueles que momentaneamente se opuseram à oportunidade do post, os quais respeito, não discordaram das qualidades citadas, muito menos sobre outras que registrei na conversa que durou aproximadamente 2 horas e que gostaria de partilhar. (sem qualquer viés oportunista, fique claro).

Quando entrei no movimento sindical, em 1986, vários sindicatos estavam em eleição. Com a então fundação do PT e da CUT, iniciamos processo de disputa para a tomada daqueles sindicatos sem compromisso com a luta dos trabalhadores, despolitizados e alheios àquele momento especial da história política do Brasil, em que o clamor por liberdade precisava de ressonância da sociedade e da classe trabalhadora. Nesse processo, pude perceber a generosidade de classe do companheiro Zé Eduardo, pois participamos, efetivamente, de várias eleições sindicais (Goisinho, no Sindisan; Gilvan e Alan, no Sindipetro, Ana Lúcia, no Síntese e vários outros sindicatos que ajudamos a tomar dos pelegos). Alguns ganhamos, outros perdemos. Natural em qualquer disputa. Essa luta deixou a marca definitiva de Zé Eduardo: um homem solidário.

Outra passagem que fiz questão de recordar foi uma assembléia na porta da fábrica da então Petromisa. Mais de 2000 trabalhadores parados para decidirem se entrariam em greve, ou entrariam para trabalhar. Como nossa categoria era muito combativa e politizada e a participação era democrática, houve vários discursos contra a greve e a favor dela. Até eu, naquele período, já arriscava algumas intervenções ao microfone. A categoria estava decidida e disposta a entrar em greve. Foi quando Zé Eduardo pegou o microfone e começou a falar. Dono de um discurso forte e convincente, começa a falar dos trabalhadores, da direção da empresa, da falta de responsabilidades dos diretores da Petromisa em atender nossa pauta de reivindicação, que os trabalhadores estavam mobilizados para a greve e que… (Pensei: agora ele vai botar em votação: Quem é a favor e quem é contra a greve).

Nada! Não aconteceu dessa forma, ao contrário. Zé Eduardo passou a defender que deveríamos entrar para trabalhar e esgotar todos os canais de negociação com a empresa. Que se nós parássemos a empresa naquele momento, estaríamos sendo tão irresponsáveis quanto sua direção, que não tinha uma proposta concreta para os trabalhadores. Quando ouvi isso, pensei: caramba, o galegão (assim o chamávamos) pelegou, se vendeu e se rendeu. Houve um silêncio perturbador na categoria. Estávamos sem entender, mas acreditávamos, confiávamos em Zé Eduardo e, no fundo, sabíamos que ele estava defendendo o melhor para todos. Zé Eduardo encaminhou a seguinte proposta: Os trabalhadores entrariam para trabalhar e nós, da direção do Sindimina, ficaríamos na porta da fábrica esperando negociar com a empresa. A cada hora, entrávamos na fábrica para informar aos “tatus” (termo usado para quem trabalhava em mina) sobre as negociações. Até que, às 18:00 horas, a direção da empresa chama o sindicato e passamos a fazer a discussão da nossa pauta de reivindicação. Sob o cuidado e a liderança de Zé, conseguimos o melhor acordo coletivo de toda a história do Sindimina. Ali aprendi que o homem Zé Eduardo, além do compromisso com a categoria e com o sindicato, tinha, também, a coragem e a sabedoria de recuar quando o momento exigisse.

Finalizando, comento apenas mais uma passagem de Zé Eduardo, quando concorreu para ao senado. Como ele teve que se afastar do Sindimina, para atender a legislação eleitoiral vigente, houve reunião no Sindimina e foi aprovado o meu nome como presidente do sindicato. Estávamos em período de campanha salarial. Já não era mais a Petromisa e sim a Vale do Rio Doce. Período de discussão para a implantação da GQT (Gestão de Qualidade Total). Naquele instante, a empresa não via o trabalhador apenas como força de trabalho e passou a disputar o “peão” com o sindicato a fim de facilitar o encaminhamento de suas propostas, de fazer valer o que ela queria. Foram momentos de muita dificuldade e tomada de posição. Radicalizar e ser contra a GQT, ou fazer a discussão sobre ela, apontando todas as suas contradições. Zé Eduardo, em campanha pela senatoria, não descuidava, no entanto, de sua categoria e muito menos do Sindimina. Passávamos os informes e ele, com total respeito a autonomia da direção, apenas consentia quando a proposta era boa, ou pedia para avançarmos. Após a conversa, saía para sua campanha. Havia sintonia e entendíamos suas reflexões. Num certo dia, estava no Sindicato dos Bancários para uma assembléia a fim de discutir com a categoria uma proposta da Vale. Proposta ruim, que além de não inovar em nada, re tirava várias conquistas históricas dos trabalhadores. Como a disputa com a Vale era muito grande, a cada momento chegava ônibus com a gerentada (espécie de prepostos do patrão) para aprovar a proposta da empresa. Eu, na condução dos trabalhos como presidente do Sindimina, Marcelinho, atual diretor do Sebrae, e Lúcia Falcón, então técnica do Dieese, ao meu lado. Lá embaixo, Zé Eduardo. Confesso: estava trêmulo, suando frio, com medo de não corresponder à expectativa da direção do sindicato e da categoria. O debate acalorado e Zé Eduardo sem se pronunciar, sem se mexer. Apenas ouvindo. Naquele momento, eu já estava aquecido com as discussões e já passava a me dominar, tanto emocional como politicamente. Chega a hora mais importante da minha vida e da assembléia, colocar a proposta da Vale em votação. Foi quando olhei para  Zé Eduardo e vi, em seus olhos, a certeza que a categoria iria rejeitar a proposta da Vale do Rio Doce, mesmo com a tática de levar a “pelegada” em ônibus. Depois de contados os votos, a combativa categoria dos tatus rejeitou a proposta. A assembléia estava encerrada e eu, ainda meio assustado com tudo, fui ao encontro de Zé Eduardo para xingá-lo (rssss), pois não havia intervindo. Deixou-me na mão. Quando me aproximei, tive a grata satisfação de ouvir dele as palavras: “parabéns, você está preparado. Não intervi porque não foi preciso”. Vi, no gesto do “galegão”, mais uma virtude”: ele não pensa no companheiro como seguidor, como uma espécie de rascunho. Deixa a pessoa evoluir.

Muito, muito mais teria a discorrer, a dividir, mas ficarei por aqui e certo de quem é o companheiro Zé Eduardo. Seria interessante que as pessoas o conhecessem como pessoa, não somente como um fato político, ou jornalístico. Um homem que ri, chora, vibra, aconselha, é aconselhado, vai ao médico, se cansa. Talvez, desviando o olhar das disputas, da política, das alegrias e das decepções, encontraremos o homem Zé Eduardo que muito dele temos e somos.

Pacatuba: Um lugar sem obras –  Por Jorge Santos*

Há tempos não se vê nada de novo na cidade de Pacatuba, muito menos nos seus  muitos povoados. Não se constróem novas estradas, nem escolas, nem conjunto habitacional. Nada muda. Pra não sermos injustos podemos citar que ultimamente tivemos uma praça recuperada, após uns  30 anos de espera e, agora, finalmente,  temos construção de outra, que já dura quase 01 ano, no Bugio, através do Programa Sergipe Cidades. Obra retomada recentemente.  Mas porque não se constrói realmente nada de novo? bem!  Recentemente foi construída uma Clíníca de Saúde da Família, pelo Governo do Estado, só que faltam os médicos para dar plantão em alguns dias. Vale lembrar que qualquer necessidade urgente de atendimento médico, por menor que seja, obriga os pacatubenses a saírem às pressas para Japoatã, Neópois ou Aracaju, se tiver carro disponível. Entretanto, se olharmos para o site da Seinfra, sem precisar  fazer muita análise, logo se percebe que em quase todos os outros municípios do estado existem obras  recém construídas  ou  em andamento ou até mesmo sendo licitadas. Os nossos vizinhos do baixo São Francisco, todos eles, servem de um bom exemplo disso.  Os diversos órgãos do Estado que têm a função de  fazer obras, como a Deso, CEHOP e DER-SE,  estão trabalhando por aí à fora  menos em Pacatuba. Tivemos após longa espera a recuperação da BR que liga o município ao Povoado Tatu, que estava danificada em 02 trechos perigosos. Já que a situação de Pacatuba  é assim tão desoladora, então torna-se  inevitável  fazer uma simples pergunta: Será que Pacatuba tem recursos suficientes para construir suas obras a qualquer tempo, sem precisar recorrer a convênios com o Governo do  Estado ou com a União? Ou será que a cidade e seus povoados não estão precisando de obra nenhuma, que está tudo indo e funcionando muito bem, obrigado? Qual será a verdadeira situação do Município? Se tem condições por que não  se faz  o que é necessário para a população? Se não tem, por que não se fazem projetos para se obter verbas para estruturar e implementar melhorias na cidade e em  seus povoados com  obras  vitais para o bem  estar da população e indispensáveis para o desenvolvimento  do  município? Na cidade ainda há ruas sem pavimentação e nos povoados quase não se sabe o que é paralelepípedo.  Não há saneamento básico neles. Com a volta das chuvas a situação se complica ainda mais. Se a cidade não se estrutura, como pode então atrair alguma coisa nova que venha a dar novo ânimo para quem gostaria de investir nela? Enquanto em outros lugares se pode notar a instalação de algum tipo de indústria, uma unidade que seja, em nossa terra as poucas fontes de renda que alimentam o pequeno comércio local são advindas somente da limitada quantidade de  pessoas que estão empregadas no setor público, dos aposentados e daquelas que recebem o bolsa-família e outros benefícios sociais.  É possível notar também que a feira de Pacatuba, que acontece aos sábados, vem perdendo sua força aos poucos, sendo um sinal de que as coisas não estão indo nada bem, mesmo nesses tempos de progresso e estabilidade econômica do país.  No website da SEINFRA – Secretaria de Estado da Infraestrutura de Sergipe –  se pode observar que  tem uma lista com todos os municípios onde estão sendo feitas novas obras. É muito triste perceber que Pacatuba não consta lá. Há casos de municípios com mais de dez obras em andamento, ou sendo licitadas. Sem obras, não há geração de novos empregos e muito menos desenvolvimento. Pacatuba mais parece um lugar desvalido, sem voz nem vez.  Apesar do seu grande potencial, seus habitantes estão longe de ter as condições de vida e moradia que poderiam ter. Lamentável!   É importante salientar que aquelas cidades que tiveram melhores administrações conseguiram sensível melhoria na qualidade de vida da sua população, passando inclusive a progredir social  economicamente, o que  não vem acontecendo com Pacatuba. O povo precisa saber o que está acontecendo.  Alguém tem que explicar tudo isso.

*Jorge Santos é servidor público federal e membro do Movimento Acorda Pacatuba

Blog no twitter: www.twitter.com/BlogClaudioNun

Frase do Dia
"A razão quer decidir o que é justo, a cólera quer que se ache justo o que ela decidiu”.  Sêneca.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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