Pelas conversas que mantive nos últimos dias com alguns amigos próximos – muito próximos – do ex-governador Albano Franco, tomei conhecimento que o acordo entre PSDB e PFL tem tudo para acontecer até a data das convenções partidárias em junho. O único empecilho para essa união de forças seria a não desistência da senadora Maria do Carmo Alves em concorrer à reeleição ao Senado. Mas pelo que se sabe, já há quase um entendimento nesse sentido. Tudo negociado com muito carinho, por debaixo dos panos, para não chamar a atenção.
Ao ex-governador e ex-senador por Sergipe, Albano Franco, não interessa, em hipótese alguma, concorrer à Câmara Federal. Ele sabe, como ninguém, a diferença entre ser deputado e senador em Brasília. O Tucano-mor pretende alçar outros vôos antes da aposentadoria e depende do mandato de senador da República para atingir seus objetivos, sejam lá quais forem.
Sem qualquer menosprezo ao mandato de deputado federal, vale aqui lembrar que estar entre outros 512 parlamentares, ocupar um dos minúsculos gabinetes da Câmara, e contar com uma estrutura legislativa simplória, convenhamos, não enche os olhos de quem já esteve por duas vezes no paraíso, que é o Senado Federal. Naquela Casa, são apenas 81 felizardos. E a força do voto de cada um deles tem um peso diferenciado no cenário político nacional. Os senadores compõem uma verdadeira casta, cheia de privilégios e extremamente poderosa. Ora, se Albano Franco, no passado, começando a carreira política, não quis ser deputado federal. Imagine agora. Está fora de cogitação.
Quanto à senadora Maria do Carmo Alves, ouve-se de tudo. Principalmente, que ela não vai abrir mão de sua candidatura à reeleição posto que lidera as pesquisas de intenção de votos. Concordo em parte com o argumento, mas deixo aqui algumas reflexões:
1 – Será que Maria quer a derrota do marido, já que duas vagas majoritárias, para uma mesma família, é algo próximo do impossível?
2 – O que será melhor para o grupo ao qual pertence, mais quatro anos de governo ou outros oito anos no Senado?
Conhecendo as partes envolvidas nesse difícil processo de negociação como conheço (João e Albano), não acredito em surpresas pela frente. Apesar do baixíssimo nível de confiança mútua, João Alves e Albano Franco sabem o que querem e poderão fechar um acordo muito comum na política, do tipo: não me atrapalhe que eu não lhe atrapalho. Apenas isso lhes basta.