Porque regulamentar?

Já coloquei a minha posição sobre a regulamentação da profissão de informática em duas outras colunas. Entretanto, sempre é bom discutir um tema tão polêmico quanto este. Sou contra a regulamentação e vou expor meus motivos. Esses motivos não são verdades absolutas. São as minhas verdades, que podem (e devem) ter divergências com as de muitos colegas de trabalho. Porém, é bom que existam posicionamentos diferentes, pois é com eles que crescemos como pessoas.

 

Sendo informática uma área de conhecimento. O importante é o “que” você conhece e não “onde” foi aprendido. É claro que a graduação exerce um papel importante neste aprendizado, já que é normalmente através dos cursos formais que a maioria dos profissionais faz a sua base de conhecimento. Porém, quase sempre é o mercado que vai direcionar os conhecimentos que devem ser adquiridos pelo profissional. Não se aprende a ser DBA Oracle dentro da faculdade, nem gerente de projetos, nem administrador de Windows 2003, como muitos outros “nem”. Se o que você aplica no seu dia de trabalho não foi aprendido dentro da faculdade porque você deve ser obrigado a fazê-la? Pela lógica, isso não faz muito sentido.

 

Parece contraditório, mas não estou querendo afirmar que a graduação não é importante. Ela é importante sim. Veja o que acontece normalmente com os alunos de informática. Aqueles que conseguem chegar bem à metade do curso começam a ser assediados pelas empresas. Muitos deles acabam cedendo e indo trabalhar antes de se formar. O que, diga-se de passagem, não seria possível se a profissão fosse regulamentada.

 

Outro ponto bastante questionável é dizer que a regulamentação trará uma melhor qualidade dos produtos/serviços oferecidos. A qualidade dos serviços está diretamente ligado a qualidade do conhecimento adquirido. Ter um diploma não garante que o serviço realizado será de qualidade. Isto é um mito que precisa acabar. O que precisamos brigar é por um ensino superior de boa qualidade.

 

O único ponto positivo que uma regulamentação poderia trazer era definir um piso salarial para alguns tipos de profissionais da informática. Existem muitas empresas que oferecem salários baixos. É natural, já que as empresas querem reduzir custos. Entretanto, a gente precisa se valorizar. Como é que você se valoriza? Simples: aprendendo mais! Aprendizado TEM que ser encarado como INVESTIMENTO. Não adianta pensar que as empresas vão pagar R$ 5.000,00 para um recém formado sem experiência. Vai ser necessário um tempo de aprendizado (veja que voltamos ao ponto central – o conhecimento) para que você possa “brigar” por salários melhores.

 

Ainda acho que o mercado é o melhor regulador. Falaremos sobre outros pontos na próxima semana. 




Safari
Não estamos falando de nenhuma aventura na África. Safari é o navegador da Apple, que semana passada anunciou que a versão 4 do browser já foi baixada por mais de 11 milhões de usuários. Ainda, segundo a empresa de Steve Jobs, o Safari é o browser mais rápido disponível no mercado, sendo até 8 vezes mais rápido que o IE 8. Ainda não fiz o teste do Safari, talvez esteja realmente na hora de ver se ele é o que diz ser. Porém, uma coisa eu sei: os 11 milhões se devem a usuários do iTunes que insistentemente pede para fazer o download do Safari e de outros aplicativos da Apple.


Google Fusion Tables
Semana passada o Google disponibilizou o que ele chamou de Google Fusion Tables, ainda em caráter experimental (Labs). Com ele o Google entra no mercado de banco de dados de uma forma, digamos, diferente. O primeiro item diferente é o fato de armazenar os dados na internet, ou seja, no instalation! O segundo item diferente é que os dados estão “prontos” para colaboração, ou seja, a ideia principal é compartilhar e consequentemente melhorar as informações disponibilizadas. Por exemplo, estamos acostumados a tabelas bidimensionais. Com o Fusion Table é possível adicionar uma terceira dimensão onde podem aparecer posts ou mensagem do Twitter. Haja inovação!



Status da TV Digital no Brasil (por Hugo Dória)
Há algum tempo eu apresentei um trabalho sobre a TV Digital no Brasil e, na época, fiquei bastante entusiasmado com todo o sistema. O Ginga – software responsável por toda a parte da interatividade – prometia bastante. Infelizmente acabei deixando o tema um pouco de lado logo depois.

Hoje li que a TV analógica já deixou de existir nos Estados Unidos e resolvi dar uma averiguada para saber como andava o projeto de TV Digital nacional, mas acabei me arrependendo. O nosso projeto está se tornando uma sequência de promessas não cumpridas. Começou atrasado e continua assim.

A TV Digital está disponível em 16 capitais e atinge quase metade da população brasileira. Mas estar disponível não significa que esteja sendo usado. Na verdade, apenas 3% das pessoas assistem conteúdo digital. O sistema brasileiro que, na teoria, é superior ao adotado nos outros países está muito mal explorado. Ainda há poucos programas sendo transmitidos digitalmente e praticamente não existe interatividade.

O governo tem sua parcela de culpa nisso tudo, claro. Entre outras coisas, ele prometeu que o conversor digital – necessário para obter o sinal – custaria entre R$80 e R$100 e que iria subsidiá-los para ajudar as famílias mais carentes. A realidade é outra e o conversor custa R$300 em média (há lugares onde custa cerca de R$1000). São poucas as TVs que já possuem um conversor embutido e seus preços não a tornam acessíveis a todos.

Para mim a TV está morta e ultrapassada, mas não vou mentir que torço bastante para que o Ginga dê certo. E torço mais ainda para que a programação da televisão brasileira mude. Afinal, não adianta nada ter um sinal de melhor qualidade se vamos ter que continuar aturando Faustão e Gugu. E quem sabe assim eu ligue minha TV para assistir algum programa, e deixo de usá-la apenas com o computador e video-game.

 



A coluna ganhou mais três leitores (já são 16)

Herick Sacramento Faro
Sou Programador Web, graduado em Sistemas para Internet na UNIT. Só para mostrar os argumentos que eu conheço hoje a favor e que os apoio:

·      Com a regulamentação é possível garantir, talvez, que o salários iniciais dos profissionais sejam no mínimo “decentes”. Tem profissional contrado (aqui em Sergipe) formado que oferecem uma jornada de 44 horas semanais por 650 reais. Alguns amigos meus acreditam que devemos combater esse tipo de “oferta” de trabalho não aceitando. Mas eu os rebato dizendo que não deixa de ser uma oportunidade, pois o mercado está escasso. Nessa hora os digo que a regulamentação da profissão que faria esse diferencial, pois independente da necessidade da empresa o salário pago seria melhor. Assim, acabaria, ou tentaria, com essa história de que “informática não dá dinheiro”;

·      Outro ponto a favor é a diferenciação do profissional na própria área. No meu caso por exemplo: no meu curso só ensina a programar. Mas no meu trabalho só me contrataram porque eu sei a parte do design. Ao invés da empresa contratar alguém para o design, ela contrata um que saiba os dois. Hoje eu saber dos dois é até um diferencial para mim. Mas acho que deveria haver uma contratação por especialização na área de informática. Ou um neurologista pode se meter a um oftamologista?

·      Como posso incentivar a uma pessoa que é crua na área de informática a fazer um curso superior na área, se existe uma outra pessoa que tem conhecimentos técnicos “da vida”? Acredito que a regulamentação incentiva a novas pessoas a entrar na área, pois acredito que o embasamento teórico da faculdade é sim o diferencial.

·      No ponto de vista da falta de profissionais no mercado, a regulamentação pode não excluir esse trabalhadores não graduados com uma avaliação aos moldes da OAB para aqueles que não detém diploma. Basta eles, se forem técnicos em manutenção de PCs, fazer provas para esta área que eles atuam. E se estes forem realmentes capacitados, continuariam a exercer sua profissão normalmente. Uma carterinha da “OAB da informática” seria um diferencial sim para eles também. Claro que deve existir uma instituição séria como a OAB para aplicar tais provas;



Samir “Extremo” Oliveira
Acompanho sua coluna na Infonet desde o início! Os temas abordados são  sempre interessantes e a parceria com Hugo “Shinobi” Doria tornou a coluna mais atrativa para os leitores geeks/nerds/hugos.
Parabéns pela iniciativa e continue com o ótimo trabalho!


Patrick Félix
BackUP, usuários e backup pessoais acho que é uma coisa inversamente proporcional, digo por mim mesmo, já estou a duas semanas com 4 DVD’s na mochila pra fazer backup dos meus arquivos e ate agora nada, a tempos atrás, acho que já perdi umas 2 ou 3 vezes meus arquivos por conta disso. Para os profissionais de informática acho que é uma vergonha não se precaver com relação a isso, mas não sei o que há com agente, falamos muito no backup dos outros mas não nos preocupamos com o nosso, realmente seria interessante ter uma estatística sobre isso, profissionais de informática que fazem backup, acho que o índice será baixíssimo. Como sugestão seria interessante se você desse dicas de backup, ferramentas ou forma mais simples de se fazer backup e etc, acho que da uma serie de posts.

 

Comentários

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em tempo: Pior do que ganhar do Egito no apagar das luzes com gol de penâlti é tomar de cinco do lanterna. Um dia eu troco de time…

 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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