Pouco valorizamos as nossas Conquistas

Como valorizamos pouco o que temos: as nossas famílias, os nossos cônjuges, os nossos filhos, os nossos amigos e os nossos bens…

Lamentavelmente, em certos casos, aquilo que é realmente o mais importante no nosso viver diário, nós subvalorizamos, não dedicamos o amor e a devida atenção aos nossos cônjuges, aos nossos filhos, nos chateamos quando vemos, alguns deles seguindo sozinho, sem olhar para trás e, ironicamente, dizemos: ingratos, dei tudo a você e é isso o que recebo em troca? Pense: será que você deu tudo mesmo? O amor, o respeito, a atenção, o afeto, a valorização?

Será que você deu seu tempo para escutá-los, sua sabedoria para orientá-los, seu conhecimento para educá-los? Saiba que a natureza é muito sábia, por isso, é bom refletir com cautela quando perceber que está ficando sem nada e sozinho na multidão. Esta, acredite, é a melhor oportunidade, embora tardia, para um exame de consciência: o que eu fiz para merecer isso?

Isso acontece, como ficou claro, com todos os nossos bens e propriedades, material ou imaterial, com nossos relacionamentos, e com as nossas riquezas, com as pessoas que nos cercam como também com aquelas que, mesmo não estando juntas de nós, contribuem, de certa forma, para que possamos melhor caminhar nessa existência.

Na verdade, devemos ter um pouco de cuidado para que não joguemos fora, sem querer, aquilo que tanto prezamos, de que necessitamos, embora pareçamos não saber disso. Tudo tem os seus valores e todos são muito importantes para nós. O triste é que só percebemos quando perdemos.
Conta-se que, certa feita, o dono de um pequeno comércio, amigo do grande poeta e jornalista Olavo Bilac, abordou-o na rua e disse:
– Sr. Bilac, estou a precisar vender a minha propriedade, a qual o Senhor tão bem conhece. Poderia, por gentileza, redigir um anúncio para a venda para que eu publique no jornal?  Olavo Bilac apanhou o papel que o amigo lhe estendia e escreveu:

VENDE-SE ENCANTADORA PROPRIEDADE.

Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo. Cortada por cristalinas e marejantes águas de um ribeirão. A casa, banhada pelo sol nascente, oferece a paz da sombra tranquila das tardes, numa varanda aconchegante.

Meses depois, o poeta reencontrou o comerciante e perguntou-lhe se havia conseguido vender a propriedade.

– Nem pensei mais nisso Sr. Bilac! Quando li o anúncio que o senhor escreveu foi que percebi a maravilha que tinha nas mãos, não a vendo por dinheiro nenhum.

Às vezes, queremos vender, dar, passar, largar ou fazer qualquer coisa para nos vermos livres de algo ou de alguém sem, no entanto, fazermos antes uma avaliação criteriosa: será que estou fazendo a coisa certa? De fato há motivos que justifiquem esta minha decisão? Em vez dessa reflexão corremos, atabalhoadamente, em busca de certos tesouros, que constatamos depois tratar-se de miragens sem nenhum significado, – era ouro de tolo. A verdadeira jóia esteve sempre ao nosso lado e nós não percebíamos ou, mesmo percebendo, não dávamos o devido valor.
Em algumas ocasiões, tais constatações são irremediavelmente tardias, em outras, no entanto, quando há boa vontade e compreensão, são verdadeiras lições e alertas para que não mais aceitemos e nem colaboremos com as tais exclusões de nossas vidas.
Aquilo que temos, a pessoa que somos, aquela ou aquelas que estão ao nosso lado, os amigos que estão conosco há tanto tempo a casa onde moramos, a cidade onde residimos, os nossos bens, deverão ser sempre, considerados, por nós mesmos, como os melhores do mundo… Pense bem! Se nem eu gosto e valorizo o que tenho, quem vai valorizar?

Devemos refletir, com muita cautela, quando tivermos que operar tais mudanças. A decisão radical e impensada deverá sempre ser evitada. Será que há justificativa ponderável para essa tomada de atitude? O que nos move a tomar tal decisão?

Sei que devemos sempre mudar, eu mesmo sou favorável à mudança, tanto é que já escrevi dois livros falando sobre ela. No entanto, devo dizer que nesses casos tais mudanças exigem profunda reflexão, amadurecimento e uma análise criteriosa, pois são decisões que deverão ser tomadas com muita responsabilidade. Digo isso, referindo-me mais sobre as trocas que, às vezes fazemos de inopino ou motivado por banalidades resolvíveis, se existem possibilidades de resolução deveremos antes, tudo fazer para a sua solução e melhoria e, somente na absoluta constatação, após conscientes e justas tentativas e, às vezes, até renuncias, é que devemos tomar a deliberação definitiva.

PENSE NISSO, VALORIZE O QUE VOCÊ TEM E SEJA FELIZ

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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