PRODUTOS DA NATUREZA

As 22 famílias envolvidas no projeto “Implantação de bases integradas para proteção do meio ambiente” têm em média 10 integrantes – que, juntos, ganhavam até dois salários mínimos por mês. Para aumentar esta renda, a Associação dos Produtores Rurais e Criadores de Peixes da Comunidade Coroca apostaram na meliponicultura (criação de abelhas sem ferrão), na criação de tambaquis em cativeiro e de tartarugas.

 

Coroca é uma comunidade na zona rural da Santarém (PA), na beira do rio Arapiuns. Da sede do município até lá, há acesso apenas por via fluvial, em uma viagem que demora quatro horas.

 

As tartarugas (ou tracajás, como são chamadas na região), devem medir 80 centímetros e pesar três quilogramas para que sejam vendidas, são alimentadas com uma ração alternativa, feita na comunidade com carcaças de peixes doadas por empresas de beneficiamento de pescado – que são trazidas da sede do município para a comunidade com o barco da associação.

 

O projeto trabalha também com reflorestamento de áreas destruídas pelo tradicional sistema de queimar a mata para fazer roçado (coivara). Com mudas regionais, as famílias já recuperaram muitos hectares de matas ciliares (na beira do rio Arapiuns e de lagos).

 

As atividades econômicas só se justificam se forem concebidas com base no desenvolvimento sustentável. É óbvio que não se pode mais discutir plantios exclusivamente econômicos. O desenvolvimento sustentável quer dizer que a gente pode ter atividades econômicas sempre e quando essas atividades não venham a destruir os recursos ambientais.

 

E possível e é necessário conciliar o desenvolvimento econômico e a preservação do meio ambiente.

 

Como exemplo, o uso de venenos naturais em vez de agrotóxicos químicos para combater as pragas e doenças, como uma planta chamada nin. É possível fazer da semente dela, da folha dela, dezenas de venenos alternativos que matam lagartas, por exemplo, mas que são naturais e não agridem o meio ambiente.

 

Comer chocolate é algo que muita gente aprecia – até em exagero. Agora imagine entregar-se a tal deleite sabendo que, de alguma forma, está contribuindo também para a preservação das remanescências de Mata Atlântica no sul da Bahia.

 

A única forma de preservar a natureza é através dos negócios sustentáveis e a cultura cacaueira desponta soberana nesse panorama, sobretudo porque a forma de produção do fruto – o chamado sistema cabruca – utiliza sombreamento, daí porque as árvores da Mata Atlântica acabaram sendo poupadas. Além disso, as fazendas têm suas reservas legais, outro incentivo de respeito ao meio ambiente. O mercado de chocolate movimenta 60 bilhões de dólares anualmente no mundo.

 

Como vimos, é só preservar a natureza e ela coloca em nossas mãos os seus produtos para nossa sobrevivência.

 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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