“ A função da oração não é influenciar Deus, mas especialmente mudar a natureza daquele que ora.”
(Soren Kierkegaard)
Esse Tipo de tumor é histologicamente benigno, mas caso atinja grande proporção pode se tornar ¨Maligno ¨, pela ocupação de espaço que pode ocasionar, deslocando ou oprimindo áreas cerebrais nobres e de grande importância para a vida do Sistema Nervoso Central do individuo
Ele pode provocar sintomas hormonais de modo predominante, decorrentes da elevação do hormônio Prolactina, sendo , que, como referimos anteriormente, pode raramente provocar também sintomas neurológicos decorrentes de compressão ou invasão de estruturas adjacentes, tais como o nervo ótico e nervos localizados ao lado da hipófise (seio cavernoso).
É o tumor mais comum da glândula hipofisária, em geral menores do que 10mm (microadenomas) na grande maioria dos indivíduos (mais de 80% dos casos),e tem sua maior predominância no sexo feminino (também mais de 80% dos casos).
A elevação da Prolactina pode ocorrer também em decorrência de alteração do contato entre o hipotálamo e a hipófise, seja por adenomas que não produzem qualquer hormônio (adenomas não-secretores) ou por outras doenças localizadas na região da hipófise (cuja origem não é a glândula hipófise).
Essas doenças podem se apresentar como tumores não-secretantes, provocando sintomas neurológicos e hormonais, podemos enumerar dentre esses “tumores” não funcionantes da região hipofisária, os grupos em que estão as doenças vasculares, infiltrativas, de origem embrionária e tumores de outras origens, como os craniofaringeomas, os gliomas, os meningeomas e, muito raramente, tumores metastáticos.
Ultimamente, com os recentes avanços de técnicas de imagem para avaliação de doenças do sistema nervoso central e do crânio – que popularizaram os exames de tomografia computadorizada e ressonância magnética – tem se tonado bastante freqüente a descoberta ocasional de “tumores da hipófise”, que quando encontrados de forma fortuita ou acidental, são chamados de “Incidentalomas Hipofisários”, causados por exemplo pelos Prolactinomas, de ocorrência principalmente no sexo masculino, e que geralmente não provocam grande sintomatologia clínica.
E de onde eles surgem???
Como a grande maioria dos outros adenomas hipofisários, não existem causas bem definidas, sendo uma das hipóteses mais prováveis que sejam provocados por mutações isoladas de células hipofisárias normais.
Uma parcela de 3 a 5 % dos casos apresenta distribuição familiar, estando associada a mutações transmitidas hereditariamente, nesses casos, especificamente, pode ocorrer o envolvimento de um mesmo adenoma na mesma família (adenomas familiares) ou estarem associados a adenomatoses endócrinas múltiplas, patologia clinica extremamente rara, mas em que os indivíduos podem exibir tumores funcionantes de paratireoide, pâncreas e supra-renais.
Quadro clínico
Quando volumosos ( maiores que 10 mm – acroprolactinoma ) podem acarretar o aparecimento de sinais e sintomas neurológicos importantes, tais como dor de cabeça, alterações do campo e da acuidade visual e alterações de movimentação ocular.
A dor de cabeça costuma ocorrer principalmente na região frontal e lateral, sendo que a sua principal característica é ser do tipo constante, sem ter fatores determinantes e usualmente sendo aliviado com analgésicos comuns, porém é extremamente importante frisar que a perda visual quando ocorre, atinge de forma preferencial a acuidade visual e principalmente a visão para as laterais (perda de campo visual lateral).
Mais raramente, em adenomas hipofisários volumosos com crescimento para os lados da hipófise, podem surgir outros sintomas visuais como a visão dupla, o desvio de posição dos olhos (estrabismo), a queda da pálpebra (paciente não consegue levantar a pálpebra superior) e o desvio de um dos olhos para baixo e para o nariz.
Esse quadro caracteriza relativa gravidade, e frequentemente se associa com dor ao redor do olho envolvido e perda visual severa, chegando até mesmo a cegueira.
Principais efeitos no sexo masculino:
▪ Diminuição dos pelos corporais e da frequência de barbear
▪ Infertilidade
▪ Diminuição de libido
▪ De forma mais rara: aumento do tamanho das mamas e secreção de leite
Principais efeitos no sexo feminino:
▪ Diminuição de libido
▪ Alterações menstruais ou interrupção do seu aparecimento ( amenorreia )
▪ Sinais e sintomas de redução dos estrógenos (pele seca, diminuição da lubrificação vaginal, dor na relação sexual, cabelos com pouca vitalidade, diminuição de volume das mamas)
▪ Infertilidade
▪ Galactorréia (surgimento de leite nas mamas fora do período puerperal)
▪ Osteoporose
▪ Acne e aumento dos pelos ( hirsutismo )
Frequentemente esses sinais ocorrem após o parto e um período longo de lactação (amenorreia e galactorréia pós-parto), ou durante a utilização de pílula anticoncepcional (amenorreia e galactorréia pós-pílula).
Diagnóstico:
O diagnóstico pode ser estabelecido a partir dos sintomas associados com a elevação da Prolactina (Hiperprolactinemia) ou a partir das alterações neurológicas (dor de cabeça, alterações visuais), no entanto pode ser necessária a investigação também a partir de um achado incidental de aumento de volume da hipófise (incidentaloma) em exame de imagem do crânio (tomografia ou ressonância magnética).
Nos pacientes com suspeita da doença, deve ser realizada inicialmente a dosagem da Prolactina no sangue, além da dosagem do T4 e do TSH, estas duas ultimas no sentido de se excluir a presença do hipotireoidismo, que se caracteriza como uma causa comum de elevação da Prolactina, não decorrente de adenoma hipofisário.
Todos os indivíduos nos quais recai a suspeita de apresentar um adenoma hipofisário deve ser avaliado através de tomografia computadorizada da região da sela túrcica (região na qual se localiza a hipófise) ou idealmente através de ressonância magnética desta região.
Detectado o adenoma e na presença de sinais e sintomas de aumento da Prolactina, deverão ser realizadas também dosagens de todos os hormônios hipofisários ou, em algumas situações, testes funcionais para análise do perfil de secreção de alguns hormônios hipofisários.
A partir dessa investigação, o característico é que se observem níveis de Prolactina maiores do que 200 mg/ml em pacientes com Prolactinomas, e que os exames de imagem (TC ou RM) demonstrem microadenomas (adenomas menores que 10 mm = microprolactinomas) ou macroadenomas (adenomas maiores que 10 mm = macroprolactinomas).
Tratamento:
Independente do volume dos adenomas, ou seja, nos micro ou nos macroprolactinomas, o tratamento deve ser inicialmente clínico, ocorrendo boa resposta em mais de 80% dos casos.
Os principais medicamentos utilizados são a bromocriptina, o lisuride e a cabergolina, em doses progressivas até a obtenção da normalização da prolactina e redução do volume do adenoma hipofisário.
Em situações nas quais não se alcançam esses objetivos, pode ser indicada a cirurgia transesfenoidal para ressecção do adenoma, que é uma microcirurgia realizada através da região nasal, utilizando microscópio, e abordando o local da hipófise por sua região inferior.
Após a correção da elevação da PRL os sinais e sintomas revertem completamente, ocorrendo inclusive a normalização da fertilidade, sendo que nesse caso especifico, torna-se extremamente importante nas pacientes que não desejem engravidar, orienta-las para utlizarem métodos contraceptivos.
Dentre esses métodos, devem ser empregados inicialmente os de barreira, reservando-se a pílula anticoncepcional para situações nas quais a elevação da Prolactina já foi adequadamente controlada.
Considerações finais:
Não se conhecem métodos de prevenção, o que se sabe é que o diagnóstico precoce e um adequado manejo endocrinológico e, quando necessário, neurocirúrgico são fundamentais para a adequada resolução das diversas situações clínicas associadas aos adenomas hipofisários produtores de prolactina (prolactinomas).
Uma boa e agradável Semana para Todos, com muita Paz, Saúde e Felicidades!!!
MAKTUB….