PROMOÇÃO À SAÚDE: TEORIA E PRÁTICA

Volto a falar sobre promoção à saúde. Acho engraçado. Ninguém é contra. Todos acham ótimo. Mas na hora da verdade, a conversa é outra. Quando a discussão gira em torno de reduzir custos, a atenção se volta para o lado mais fraco, aquele que o capitalismo mais tem ojeriza: o homem. Quando não podem facilmente promover demissões, que na visão imediatista seria a maneira mais simples de reduzir despesas, voltam-se para “cortar os gastos” com programas prevencionistas, que proporcionam uma melhor qualidade de vida e que promovem a saúde como condição mais importante da vida humana.

             

É a pura verdade. Todos concordam (na teoria) que investir em prevenção é bom, mas na hora da decisão, na hora de meter a mão no bolso para assinar o cheque, a prática é outra. Ficam estarrecidos com os gastos, mas não enxergam os benefícios. Ficam assombrados com as ações, mas não avaliam os resultados nem a satisfação e a motivação que eles trazem para os servidores e seus familiares. Investir em promoção é dispendioso e os resultados nem sempre aparecem de imediato. Mas com determinação, sinceridade de propósitos e visão de futuro, muitas ações podem ser mantidas e desencadeadas com racionalidade.


A manutenção de programas de saúde nas empresas não só aumenta a produtividade como reduz o índice de acidentes. Por ser um fator motivador e de largo alcance social, estimula os funcionários a modificar o estilo de vida, buscando atitudes que respeitem a sua saúde. No entanto, existe uma barreira: convencer aos gestores que tais medidas entram como investimento e não como despesas. Estudos recentes comprovam que 50% das doenças estão relacionadas com o estilo e os hábitos de vida das pessoas. Segundo uma consultoria de saúde, a CPH Health Solutions, 20% dos trabalhadores brasileiros têm problemas como obesidade, sedentarismo e estresse. Isso sem falar no tabagismo, alcoolismo, hipertensão arterial, distúrbios do colesterol, entre outros fatores que podem ser alterados e monitorados pelas equipes de saúde.

 

A Companhia Siderúrgica de Tubarão, empresa da multinacional Arcelor, localizada em Vitória e que tive a oportunidade de visitar, investe recursos vultosos na manutenção da saúde dos seus funcionários e na preservação do meio ambiente. Os resultados são extremamente positivos. O nível de motivação dos seus funcionários e o respeito e a admiração que eles têm com a empresa é algo de notável. Os programas da Arcelor não só atinge os empregados,  mas também toda a sua família.  E não é preciso falar sobre o seu  desempenho e resultado operacional nos mercados internacionais.


Segundo Michael Drupp, diretor da maior empresa de plano de saúde da Alemanha, a AOK Institut, a saúde é um campo complexo que envolve o ambiente de trabalho, o lar, o lazer e a cidade. “Quando as empresas planejam um programa de gestão da saúde, devem oferecer boas condições de trabalho, check-up médicos, atividades físicas e de relaxamento, ter foco em uma boa gestão de recursos humanos. Afinal, uma equipe em que as pessoas se tratem bem e  com respeito, faz a diferença.”  

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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