Propriá (SE): Feira tradicional no Baixo São Francisco

Vista parcial da beira-rio em Propriá

Quer mais tradicional do que ir ao barbeiro e depois tomar um sorvete de refresco da máquina? Na tradicional feira livre de Propriá, cidade situada no Baixo São Francisco de Sergipe, ainda é possível. O comércio ao ar livre mantém tradições do interior, bem propícias para quem gosta de fazer uma viagem aos costumes locais ribeirinhos à beira do Velho Chico.

Fumo de rolo, arreio e cangalha. “Adicuri”, geladinho e sorvete na máquina. Pitu, piau e camarão. Assim o visitante vai percorrendo a avenida Tavares de Lira, centro de Propriá (SE) e conhecendo um pouco do que os ribeirinhos preservam em seu cotidiano da feira livre da cidade. Percorrê-la é passear por tradições, cheiros, cores e gostos. É desbravar o dia a dia e os costumes mantidos pelos propriaenses.

Sorvetes tradicionais na feira

A feira livre se espalha por três avenidas principais que devem ser exploradas: a avenida Tavares de Lira, a Deputado Martinho Guimarães e a avenida Beira-Rio.

Na avenida Martinho Guimarães os visitantes encontram artigos de casa, de cama e mesa, além de roupas e calçados. Em um dos trechos, os artefatos de couro, as bainhas, o gibão e chapéus, as cangalhas e arreios mostram um pouco da cultura do nordestino, misturados com eletrônicos de origem duvidosa.

A falta de visão de governantes fez do histórico relógio que cruzava a avenida Tavares de Lira com a Martinho Guimarães um posto policial, mas as tradições ficam por conta dos feirantes comercializando produtos da fazenda, a exemplo dos queijos, da manteiga de garrafa, da rapadura, dos doces e derivados.

Pintinhos coloridos

Percorrendo as barraquinhas localizadas em frente ao mercado de carne recém-reformado, os visitantes sentem de longe os cheiros dos temperos moídos na hora. Mas é na banca de cigarros e cigarrilhas populares que o rolo de fumo recebe o título de protagonista, ao menos, dos cheiros da feira.  O próprio comerciante dar dicas de como mascar ou absorver as folhas naturais oriundas da cidade de Arapiraca (AL).

Tome uma água de coco, descanse um pouco da caminhada e percorra as barracas de frutos do mar e de crustáceos de água doce. O camarão denominado de pitu é uma iguaria em extinção na região, hoje comercializado a preço de ouro e quando encontrado. A diminuição da vazão, a construção de hidrelétricas e a falta de revitalização fizeram com que o Baixo São Francisco modificasse algumas tradições e a escassez do pitu é do peixe surubim é uma delas.

O peixe piau e o camarão de água doce são vistos nas bancas. A piranha e a saburica (camarão de tamanho pequeno) também. Em frente ao tradicional comércio, o som da máquina de sorvete faz os visitantes enfrentarem filas. A máquina é uma engenhoca antiga que faz os sucos concentrados serem processados e transformados em um creme gelado igual a sorvete.

Ouricuri ou adicuri

Adicuri – Do outro lado da rua o vendedor grita que ali tem em promoção do ouricuri. O “ou” da palavra é simplificado por “a” e ganha uma nova ortografia: adicuri. A castanha que mais parece um coquinho é colhida de uma palmeira típica brasileira e para alguns a fazem um elixir de lembranças da infância que a quebram como uma brincadeira de rua. A oleaginosa é consumida in natura e seca ou transformada em cocadas e doces.

Mais a frente às cores das frutas e verduras mostram um pouco da variedade dos nordestinos nas feiras livres das cidades sergipanas. O passeio está completo ao verificar os pintinhos coloridos que fazem os visitantes pensarem se aquilo ali não seria um agravo contra a vida animal. Pensamentos à parte, bem que os filhotinhos de galinha dão um colorido especial à feira e faz também os nordestinos lembrarem da infância.

Depois de vivenciar tradição, o clima é favorável a uma caminhada pela orla ribeirinha sentindo a brisa do “Velho Chico”. Com certeza o visitante irá se apaixonar pelo colorido das roupas das lavadeiras que sempre estarão dispostas a contar uma lenda. Contemple o pôr do sol do interior sergipano, principalmente por estar às margens do mitificado rio São Francisco.

Fumo de rolo

Dicas de viagem

  • Na cidade há hospedarias com boa estrutura. O hotel do Velho Chico foi a estrela da hotelaria do interior do estado nos anos 80 e precisa de reforma. A vista panorâmica da ponte e da cidade é inigualável do hotel.

  • A prainha da cidade bares e restaurantes. O visitante deve seguir a pouco mais de um minuto a rodovia SE 202, sentido Amparo do São Francisco e parar na praia da Adutora, já no município vizinho de Telha.

  • O pôr do sol dos restaurantes no entorno da ponte da Integração é também uma pedida. A ponte fica localizada na divisa SE/ AL e possui uma bela vista de Propriá. Peça os pratos da gastronomia são franciscana, que se baseiam no ensopado de pitu (camarão de tamanho grande típico do rio São Francisco), e nos pratos à base de peixes regionais, como o piau e o surubim.

  • Corte de cabelo tradicional

    Agências de turismo da capital disponibilizam passeios de um dia para Propriá. Pode-se fazer um bate e volta partindo da capital Aracaju. Consulte-as

  • Partindo de Aracaju, há transportes informais partindo do centro da capital durante todo o dia, mas se preferir há topics da Cooperativa de Transporte Alternativo de Sergipe e empresas de ônibus, que possuem linhas para a região do Baixo São Francisco. De carro, parte-se da capital e segue-se pela BR 101, sentido Alagoas, percorrendo 99km.

Gastrorerapia

Doces artesanais da Jozélia

Os doces do seu Fêlix são produzidos artesanalmente a mais de 70 anos.  Balas, doces de banana, de goiaba, canela, os tradicionais tijolinhos de leite, o doce de batata com goiaba, as queijadas fazem das delicias de propriá souvenires que ganham o mundo. A fábrica de doces denominada de Jozélia foi passada de geração em geração e hoje possui receitas com mais de sete décadas. O doce de batata é o carro-chefe da fábrica.

Na Bagagem

Coroa do Meio e segurança

Um dos locais privilegiados de Aracaju por fica à beira-rio, a Coroa do Meio poderia ser um centro de geração de emprego e renda através da cadeia do turismo, até por conta da boa vista que tem de Aracaju. Mas infelizmente não é o que ocorre. A insegurança paira no local, a estrutura do Museu do mangue funciona como abrigo de consumidores de droga, além de ser de conhecimento o comércio de entorpecentes.

Estrada turística Pirambú- Pacatuba

Maquinas e homens continuam trabalhando para tão logo a estrada ser o elo de ligação entre os dois pontos turísticos de Sergipe, na região de Pirambu (SE). A estrada ligará a principal praia do Litoral Norte com o denominado Pantanal de Pacatuba e é considerada um das principais vias de escoamento da região, gerando dividendos e incrementado o turismo.

Prédio abandonado na orla da Atalaia

O antigo prédio que abrigou a galeria de arte Ana Maria, na orla da praia de Atalaia, está abandonando causando má impressão a quem visita o maior cartão-postal de Aracaju. Construída no então governo João Alves, a edificação serve hoje como banheiro público de sem tetos e local para consumo de drogas.

Reveillon Premium Aruanã Eco Praia Hotel

A festa da virada do ano do Aruanã Eco Praia promete ser concorrida com animação da banda Circulou e DJ JK e sistema all inclusive. O restaurante Sollo irá promover um banquete para comemorar o ano que se inicia, regado a bom espumante. Maiores informações (79) 2105 5200.

Contato: silviooliveira@infonet.com.br

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