Em menos de 50 anos o aquecimento global causará um aumento abrupto do nível do mar, desflorestamento e inundações que prejudicarão cerca de dois bilhões de pessoas, advertiram especialistas da Universidade das Nações Unidas.
Atualmente, as inundações afetam mais de 530 milhões de pessoas no mundo todo e deixam em média 25 mil mortos por ano e um rastro de destruição de casas, doenças e perdas de plantações e de gado. Esta situação foi agravada pelo uso não sustentado e irracional da terra e outras ações humanas.
O que se necessita com mais urgência diante do risco crescente de desastres por inundações é uma capacidade global maior para controlar e prever os eventos extremos do clima. Com informações melhores, é possível instalar sistemas e infra-estruturas de alerta melhores a fim de determinar novas estratégias. É também muito importante mudar a estrutura mental internacional da reação e da caridade para a antecipação e a prevenção.
É necessário que as nações desenvolvidas façam cortes mais abrangentes nas suas emissões de gases tóxicos após 2012, quando se encerra o primeiro período do Protocolo de Kyoto.
O primeiro período do Protocolo de Kyoto tem por objetivo diminuir as emissões de gases tóxicos entre as nações em desenvolvimento, no período de 2008 a 2012. Segundo os cientistas, esses gases são os responsáveis pelo aquecimento global.
O Protocolo de Kyoto entrou em vigor em fevereiro de 2005 e obriga os países industrializados signatários a reduzir suas emissões em 5% em 2012 em relação a 1990. Durante a vigência do Protocolo devem ser mantidas abertas todas as possibilidades para se alcançar um consenso sobre a futura política de proteção ao clima, depois do Protocolo, principalmente os Estados Unidos, que não aderiram ao Protocolo. É também motivo de preocupação o Canadá, pois o novo Governo conservador confirmou que perdeu o interesse no Protocolo de Kyoto e que buscará uma alternativa local para o tratado estabelecido para reduzir as emissões de dióxido de carbono na atmosfera. “Investiremos em soluções canadenses, em comunidades canadenses, em tecnologias canadenses. Em nossos planos o Canadá está em primeiro lugar”, disse a Ministra do Meio Ambiente, Rona Ambrose.
Os países mais ricos, cada vez mais, estão se afastando da possibilidade de chegar a um acordo sobre a alteração climática. Os países não concordam com sua gravidade, com suas causas ou com a forma de combatê-lo.
A ONU – Organização das Nações Unidas que monitora as mudanças climáticas pede ao mundo que mostre vontade política para dar um fim aos danos provocados pelo aquecimento global.
O presidente norte-americano, George W. Bush, continua dizer “não” a qualquer tentativa de encontrar um acordo sobre o meio ambiente e as emissões de gases de efeito estufa.
Apesar da resistência do Presidente Bush, um juiz do norte da Califórnia julgou procedente uma ação que busca responsabilizar duas agências de fomento federais dos EUA por apoiarem projetos que contribuem para o aquecimento global, ameaçando o bem-estar de cidadãos americanos.
Nove Estados do Nordeste dos Estados Unidos decidiram limitar as emissões de gases pelas centrais elétricas, apesar de Washington se negar a regular em nível federal a questão dos gases de efeito estufa. Os nove estados aceitaram congelar as emissões em seu nível atual e depois reduzi-las em 10% até 2020.
Esta decisão sem precedentes foi tomada ante a recusa do presidente republicano George W. Bush de que os Estados Unidos se somem ao Protocolo de Kyoto.
Os defensores da adesão dos EUA ao Protocolo de Kyoto esperam que este passo tenha um efeito de bola de neve nos outros Estados para chegar à adoção de uma lei federal.
Também no Canadá, o Protocolo de Kyoto está recebendo um apoio surpreendente de líderes do setor industrial, os quais estão ficando impacientes com as incertezas a cerca da nova abordagem do Governo Conservador sobre mudanças climáticas. (Ambientebrasil)