Trabalhar na vida pública é uma função digna e que pode trazer realizações pessoais, principalmente quando o resultado do trabalho influencia, de alguma forma, na qualidade de vida das pessoas. Mas há um outro lado não tão nobre desta função, que, se não desanima, pelo menos às vezes esmorece, principalmente quando se tem uma reputação a zelar. Chega-se na isso quando as questões políticas e administrativas relegam ao ordenador de despesas a responsabilidade de administrar com probidade, o que não deve ser nenhum mérito e sim obrigação. Mesmo assim, setores interessados em desestabilizar uma administração, lhe atingem com golpes no baixo ventre, na tentativa de minar o adversário, mesmo sabendo está infringindo as regras do jogo. Bem assim o secretário de Estado da Comunicação Social, Carlos Batalha, vem enfrentando uma série de discursos de políticos que fazem oposição natural ao Governo e por até por determinados setores da própria imprensa, em relação ao que aplica na publicidade. Ironicamente, a nível nacional, jornais e revistas questionam gastos praticados pelo Palácio do Planalto, com matérias que peças publicitárias que distinguem o Governo Federal. O argumento usado sobre a questão da falta de licitação para gastos com publicidade chega a ser má-fé. Existe uma Lei de inexigibilidade, para este tipo de despesa em anúncios na mídia impressa e eletrônica, baseada em critérios técnicos que é de conhecimento geral e irrestrito, principalmente dos próprios veículos de comunicação, que se utilizam dela para fatura contra governos, prefeituras e administrações públicas em geral. Por isso é que, causa espanto, o fato de qualquer veículo de comunicação encampar este tipo de denúncia, como gastos com publicidade sem licitação, como sendo alguma irregularidade. A indignação é justificável. Se um parlamentar, que tem o dever de fiscalizar com competência os gastos públicos, desconhecer esta lei, é muito grave, entretanto chega a ser compreensível, caso ele não tenha uma assessoria jurídica competente. Mas, para uma empresa de comunicação, que trabalha com isso no dia-a-dia, há apenas uma justificativa: manipular informação com interesses outros. Não caracteriza uma boa informação e nem um serviço à sociedade, já que esta distante de ser uma utilidade pública. O papel da imprensa é de denunciar corrupções e desvios de conduta de homens e mulheres públicas no exercício do poder. E deve fazer isso custe o que custar, passando por cima de quem quer que seja, mas com responsabilidade, com indícios firmes ou provas. E não para aplacar desejos políticos que usam como arma a desmoralização. Carlos Batalha, num momento oportuno, se antecipou. E, ao se colocar a disposição da Assembléia Legislativa para maiores esclarecimentos, conseguiu, num mesmo lance, desarmar o discurso e firmar uma posição que vai lhe resguardar de manipulações futuras, pois ao expor suas ações e, principalmente, suas contas, dará uma demonstração de que nada tem a temer em relação as “denúncias”, que não mostraram nenhuma sustentabilidade e que poderão, depois disso, se dispersar no vento. Mas o pior de tudo, é que apenas com o que está sendo espalhado no ventilador, já foi suficiente para jogar a dúvida no ar e a pergunta que fica é a seguinte: será que os críticos vão reconhecer que os gastos com publicidade estão sendo feitos dentro de princípios absolutamente legais, que nada mancha o trabalho do secretário? Espera-se que sim. Lógico que isso também vale para o Governo Federal, que também vem sofrendo discursos idênticos em relação ao que gasta com publicidade. Além do mais, algo está errado quando uma empresa de comunicação, seja ela qual for, faz críticas pesadas a investimentos em publicidade. Em primeiro lugar, por que é uma obrigação do poder público esclarecer à sociedade, o que vem fazendo com os recursos públicos. Isto é fato incontestável. Depois, como todos sabem, veículos de comunicação, pelo menos na formação jurídica e em que pese os deveres e obrigações, são empresas como outras quaisquer, e, em tese, dependem de receitas publicitárias para se manter, pagar seus funcionários, seus impostos, fornecedores e demais obrigações sociais. Ir de encontro a estas despesas publicitária, de forma tão veemente, cheira um pouco mau. Ou o veículo de comunicação tem alguém injetando recursos e não precisa de verbas publicitárias, o que o torna autoritário e facciosos, comprometendo sua isenção, já que fica a mercê de interesses subalterno, que pode até ser político ou econômico. Então, esta empresa está com seus interesses contrariados e tenta, através das críticas, buscar benefícios. A opinião pública já não engole, com tanta facilidade, a manipulação, as conquistas democráticas dos últimos anos e o exercício da cidadania. Apesar de lentas e pequenas, já começam a brotar, no coração e nas mentes das massas, uma pequena flor que está silenciosamente transformando o consciente coletivo. Esta revolução está acontecendo de verdade, pena que alguns detentores do poder, ainda não estão enxergando. Quando revistas e jornais criticam o presidente da República por gastos em publicidade, certamente estão se sentindo prejudicadas em seu faturamento mensal. Aliás, há uma máxima no meio jornalístico, que diz o seguinte: “Quando um veículo de comunicação está no mercado sem uma única publicidade, desconfie do que existe por trás dele”. PROBLEMAS O prefeito Marcelo Déda (PT) terá alguns problemas quando participar do congresso com a militância, para anunciar que vai disputar a reeleição. Há um bom grupo de militantes que vão insistir na chamada chapa puro sangue, para que o PT não repasse a Prefeitura para ninguém. CONVENCER O pessoal tem certeza que Marcelo Déda deixa a Prefeitura, em abril de 2006, para disputar o Governo do Estado e não deve deixar o PT sem o comando da Capital. O pensamento que predomina é que o PT servirá apenas de escada, para que outro partido administre Aracaju por quase três anos. IMPASSE De qualquer forma haverá um impasse, porque membros dos partidos aliados já disseram que não aceitam uma chapa que não tenha um vice que não seja do PT. Os presidentes das legendas liberaram Marcelo Déda para a escolha, mas sem abrir mão de uma chapa com outro partido. WALTER O pré-candidato à Prefeitura pelo PMDB, Walter Franco, já manteve conversa com o presidente do Diretório Regional, Benedito Figueiredo. Benedito considerou que toda intenção de candidatura é bem aceita, mostrando otimismo com a participação do PMDB, nas eleições em Aracaju, com uma chapa majoritária. JORGE O deputado federal Jorge Alberto (PMDB) também está mantendo a sua pré-candidatura, mas o partido vai discutir isso de formar a chegar a uma decisão de consenso. Como vem acontecendo com as demais legendas, deve prevalecer o nome que se sair melhor nas pesquisas que estão sendo realizadas em Aracaju. JACKSON O deputado federal Jackson Barreto (PTB) enviou documento ao presidente Lula, para que ele assine documento para redução das tarifas dos transportes públicos. Jackson está sugerindo que se tente a alternativa de vender o óleo diesel 50% a menos para os transportes. Acha que, com os baixos salários, o trabalhador fica excluído desse serviço. ALMOÇO Um almoço em Brasília, entre os deputados Jackson Barreto e Fabiano Oliveira (PTB) tranqüilizou o clima em relação à participação de outras lideranças nas discussões políticas. Jackson reconheceu que erro por não ter discutido com o partido a indicação de Maria do Rosário pra a Secretaria de Ação Social do Município. COMISSÃO A posição dos membros da Comissão de Ética da Assembléia Legislativa independe de uma determinação do Governo para simplesmente colocar-lhe um ponto final. A Comissão não deu continuidade porque a Secretaria de Segurança não enviou os documentos solicitados pelo relator Venâncio Fonseca. DESMORALIZA Segundo um dos membros, o fim da Comissão de Ética como o deputado Gilmar Carvalho deseja, desmoraliza a própria Assembléia Legislativa. “Não pode ser assim. Uma Comissão abre e simplesmente se acaba por exigência de quem está sendo apurado. Um processo desse, dura de 60 a 90 dias”. CACHO O secretário da Justiça, Emanuel Cacho, reconheceu ontem que a divulgação do seu nome como candidato a prefeito, “é uma coisa que ficou incontrolável”. Não confirmou nada, mas deixou no ar que se for convidado topa: “estou aqui, sou maior e tenho título de eleitor”. TELEFONEMAS Emanuel Cacho disse que o pessoal está sentindo que há carência de candidato à Prefeitura de Aracaju. E admitiu que se trata de uma cidade exigente. O secretário passou todo o dia de ontem recebendo vários telefonemas, consultando sobre a candidatura e achando que se trata de uma voa opção. GLÓRIA O ex-prefeito Sérgio Oliveira (PMDB) e o prefeito Anselmo Correia (PTB), de Nossa Senhora da Glória, se desentenderam e romperam politicamente. Sérgio renunciou a Prefeitura em Janeiro para que Anselmo assumisse e disputasse a reeleição. Anselmo era presidente da Câmara. MOTIVO Segundo uma fonte de Nossa Senhora da Glória, a razão da briga foi porque Sérgio considerou que Anselmo não havia decolado, mesmo à frente da Prefeitura. O ex-prefeito sugeriu o lançamento de um outro nome, mas o prefeito não aceitou e rompeu com quem lhe cedeu o mandato. MATRÍCULAS A partir de agora, as Universidades e faculdade privadas não podem mais deixar de matricular porque têm alguma mensalidade atrasada. A decisão foi tomada pela primeira turma Superior Tribunal de Justiça (STJ) que não permite qualquer impedimento para a continuidade dos estudos. Notas VALADARES O senador Antônio Carlos Valadares (PSB) protestou contra o que classificou de “castigo cruel”, infligido ao senador João Capiberibe (PSB) e sua mulher, deputada Janete Capiberibe, cassados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob acusação de compra de votos durante as eleições. Valadares ressaltou que o casal sempre dedicou a vida à luta democrática e pelas liberdades da cidadania. A decisão do tribunal ainda pode ser reavaliada pelo próprio TSE, ou pelo Supremo Tribunal Federal (STF). UNIFICAÇÃO O Movimento dos Sem Terra (MST) considera que a influência do que aconteceu em abril não ficará restrito aos que lutam pela Reforma Agrária. Cresce, em outros setores, do campo e da cidade, a certeza da necessidade de mobilização para obter conquistas sociais e pretende unificar todo esse movimento. O MST vai se somar à luta contra o desemprego, por moradia, saúde e saneamento básico; às reivindicações dos pequenos agricultores, a defesa das terras indígenas e a luta por um ensino público gratuito e de qualidade. TRANSPOSIÇÃO O deputado estadual Augusto Bezerra (PMDB) está retomando a luta contra a transposição do rio São Francisco. Hoje ele acusa o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, de executar uma obra eleitoreira. Augusto Bezerra também não esconde sua irritação com o presidente Lula, que autorizou a transposição. Augusto disse que não teme ser processado, também, pelo ministro da Integração, Ciro Gomes, como ocorreu com o ex-ministro Fernando Bezerra. A transposição será feita sem as obras de revitalização do rio. É fogo Pelas posições do deputado Gilmar Carvalho (PV) ele está pegando o caminho mais curto para ingressar nas oposições. Mesmo tendo saído do Partido dos Trabalhadores, o deputado Gilmar Carvalho não se curva ao grupo que apóia o Governo. Nenhuma empresa sergipana vai participar da concorrência para construção da ponte que liga Aracaju à Barra dos Coqueiros. “Chocolate em Barra”, esse é o slogan inteligente do radialista Xocolate (assim, com xis), para disputar a Câmara Municipal da Barra dos Coqueiros. De 10 a 12 de maio acontecerá o I Nordeste Rural, quando será mostrado o que se tem na agricultura nos Estados de Sergipe, Bahia e Alagoas. O vereador Antônio Góis (PT) tem criticado a política econômica do governo Lula e o salário mínimo – “de fome” – tanto do governo federal quanto estadual. O governador João Alves Filho terá que resolver problemas eleitorais graves em algumas cidades que o PFL comanda politicamente. Há possibilidade de uma reviravolta no acordo que foi feito em Itabaiana, para indicação do vice-prefeito pelo PFL. Alguns políticos estão se mostrando admirados com a boa receptividade que teve o nome do empresário Walter Franco junto ao eleitorado. O fato de estar fora da política por vários anos, a pré-candidatura de Walter Franco repercutiu bem nos meios políticos. Terminou ontem o prazo para quem queria tirar título de eleitor ou fazer transferência para outro domicílio eleitoral. A Emsetur está divulgando o São João sergipano em Maceió (ontem) e em Recife (hoje) com um café da manha para o trade turístico. Por Diógenes Brayner brayner@infonet.com.br