Há uma reclamação generalizada de setores importantes dos Legislativos – Federal, Estadual e Municipal – quanto à mudança do estilo de fazer política dos atuais governantes. As queixas se estendem às lideranças políticas, principalmente prefeitos, em relação ao Estado, e governadores e senadores sobre o Governo Federal. Sergipe não está fora deste contexto e segue à risca esse novo modelo de fazer política. Os aliados do governador João Alves Filho (PFL), por exemplo, reclamam que não são tratados como antigamente e querem ser ouvidos por auxiliares diretos do governo e pelo próprio João. Na opinião de um parlamentar, fica difícil integrar o grupo de sustentação ao governador, se ninguém consegue um bom tratamento por parte de alguns secretários e, ainda, porque não existe um entrosamento entre a bancada e o chefe do executivo.
Um político saudosista lembrou que nos dois governos anteriores, João Alves Filho reunia um conselho político todas as segundas-feiras, para fazer avaliação dos acontecimentos do Estado, inclusive no aspecto eleitoral. Admite que dessa vez o governador veio diferente e até mesmo as reuniões do PFL deixaram de acontecer. Terça-feira passada, uma liderança política que vai disputar as eleições de 2006, com chances de vitória, saiu do gabinete de um secretário com tanta raiva que teve de ser medicado. Sequer foi ouvido. Vários prefeitos estão reclamando diariamente e se contentam com a certeza de que “vamos ser procurados no próximo ano”. Até o momento ninguém está entendendo esse lado mais técnico da administração, porque 2006 é ano eleitoral e não se pode começar a cativar aliados às vésperas do pleito. Um deputado federal revelou que telefona quase diariamente para alguns auxiliares do Governo e nunca foi atendido: “deixo recado e não me dão retorno”. Garante que não quer pedir nada para ele.
Mas este problema não está apenas no Estado. Também chega firme na Prefeitura de Aracaju, onde os aliados, da mesma forma, reclamam da falta de atendimento e de um melhor relacionamento com o prefeito Marcelo Déda (PT). É unanimidade na Câmara Municipal, que ninguém consegue chegar próximo ao prefeito ou a alguns dos seus auxiliares. A derrota que Déda sofreu com a formação das comissões da Câmara, é creditada a essa falta de entrosamento com os parlamentares. A mesma coisa vem acontecendo com lideranças do interior que integram o bloco de oposição ao Governo do Estado. Todos acham que Déda precisa conversar mais, abrir o leque de relacionamento e não se fechar ao lado de um pequeno grupo de velhos amigos que o auxiliam. Um dos seus aliados mais próximos, que pediu reservas do nome, disse que essa exclusividade do prefeito a alguns integrantes do grupo aliado, pode prejudicá-lo em seu projeto político para o próximo ano. “Eleição não se ganha só na capital, é preciso afagar as lideranças interioranas”, ensina ele.
É possível que o prefeito Marcelo Déda, ou seus auxiliares mais próximos, imaginem que a pecha de vaidoso lhe é colocada por adversários. Sinceramente, ela é dita com mais insistência pelos seus aliados. Até aqueles que andam de mãos dadas com o prefeito acham que “o peso da votação que o reelegeu, subiu-lhe à cabeça” Aconselham mais humildade. São eles que também se queixam do “sapato alto” e sugerem o retorno ao tênis. As palavras saem de dentro do grupo aliado, ditas com pedido de “off” aos jornalistas. É possível que o prefeito Marcelo Déda já tenha percebido que o interior não admira o seu estilo de administrar a capital, porque os líderes do sertão, agreste, centro sul e baixo São Francisco, querem participação
E é por isso que um grupo forte trabalha firme o nome do senador Valadares (PSB), como candidato ao Governo do Estado.
EUFORIA
O governador João Alves Filho (PFL) desembarcou ontem à tarde em Aracaju, eufórico com os resultados conquistados em Brasília.
Depois de exaustivas reuniões, que começou ontem pela manhã na Câmara e terminou no Palácio dos Despachos, foi definida a votação da Reforma Tributária, para o dia 29.
ENCONTROS
Ontem pela manhã, com a participação do deputado José Carlos Machado (PFL), o governador João Alves Filho conversou com várias lideranças partidárias em Brasília.
Do Congresso partiu para uma reunião com os lideres e o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, quando se chegou a um consenso sobre a votação da reforma no dia 29.
CRAQUE
Do aeroporto, quando chegava para o embarque, João Alves Filho ligou para Machado e relatou a reunião no Palácio. O deputado tinha outros compromissos e não pode participar.
Disse-lhe que das 15 reuniões que participou sobre a Reforma, a de hoje foi conclusiva e a mais positiva. Encerrou cumprimentado o parlamentar: “você é um craque!”
FONTES
O deputado federal João Fontes (PDT) reconheceu que a votação só foi marcada pela atuação do governador João Alves Filho, que liderou as negociações.
Para Sergipe, a regularização do Fundo de Desenvolvimento Regional será muito importante para os Estados do Nordeste.
VISITA
O prefeito Marcelo Déda (PT) informou que a sua ida a Lagarto foi para fazer uma visita ao prefeito Zezé Rocha (PTB), que foi submetido a uma cirurgia.
Déda disse que sentou com Zezé, Jerônimo e Sérgio Reis para conversar, inclusive política: “afinal quatro políticos juntos não podem tratar de futebol”.
ESPECULA
A visita serviu para alimentar a especulação de que Marcelo Déda e Jerônimo Reis (PTB) estariam articulando uma dobradinha para 2006.
Chegou-se ao ponto divulgar a formação de uma chapa: Déda para governador e Jerônimo Reis para vice.
REVELAÇÃO
O deputado federal Jackson Barreto (PTB) já teria revelado que o nome de Jerônimo Reis estaria cotado para ser o candidato a vice-governador.
Hábil, o ex-prefeito Jerônimo Reis nega qualquer veracidade neste assunto. Segundo ele, jamais houve conversas nesse sentido.
CONVERSA
O deputado Gilmar Carvalho (PSB) diz que a derrota do prefeito Marcelo Déda na formação das comissões na Câmara, é igual à derrota de Lula na Câmara dos Deputados.
Segundo o parlamentar, isso demonstra que o PT está precisando conversar com os seus aliados.
CÂMARA
Depois da repercussão da derrota na formação das comissões, a tendência agora na Câmara Municipal é se acalmar e levar os trabalhos à frente.
O vereador Fábio Henrique (PDT) é presidente da Comissão de Constituição e Justiça e brincou: “vou mandar retirar as gavetas da mesa, para não cair na tentação de engavetar alguma coisa”.
OBSTRUÇÃO
A oposição obstruiu, ontem, todos os processos enviados à Assembléia pelo Governo do Estado, ao pedir vistas na Comissão de Economia e Finanças, que analisa o mérito.
Foi uma vitória da bancada. A oposição agora tem três dias para devolver os projetos, que passam a tramitar a partir de segunda-feira.
HELENO
O deputado Heleno Silva (PL), a pedido do governador João Alves Filho, intercedeu junto ao líder do partido, Sandro Mabel, para que não criasse obstáculo à votação da Reforma Tributária.
Heleno falou firme com Sandro. Inclusive disse que ele não poderia falar em nome do partido em assuntos regionais.
TRABALHO
Heleno Silva disse que acompanhou todo o trabalho para a colocação da reforma em votação, dia 29, e considerou que será muito bom para os Estados.
Admitiu que é uma vitória de todos, reconheceu o trabalho do governador João Alves Filho, e lembrou que Sergipe ganhará R$
ALMOÇO
Suplentes de vereadores em Sergipe, que sobraram com a redução da bancada, almoçam amanhã com o deputado federal Cleonâncio Fonseca (PP).
Os suplentes estão animados com a possibilidade do julgamento da ADI que derruba a resolução do TSE, reduzindo as bancadas nas Câmaras, ocorrer ainda este mês.
Notas
ACUSAÇÃO
O líder do PP na Câmara, José Janene, acusa o Palácio do Planalto de descumprir acordos com a base aliada e diz que o PP não tem interesse em participar do governo Lula. Em seu terceiro mandato na Câmara Federal, Janene revela que a relação entre a legenda e o Executivo está próxima de uma ruptura.
“Quem não quer participar do governo chama-se PP. O governo está mal. É um mau momento. Temos a presidência da Câmara, não temos nenhum interesse em participar do governo”, afirmou Janene.
PREFEITOS
Mais de três mil prefeitos, inclusive dezenas de Sergipe, participam do VIII Marcha Nacional dos Prefeitos que tem como principal reivindicação, entre outras coisas, a votação da Reforma Tributária, que eleva o FPM de 22,5% para 23,5%. Apesar de pequeno (1%) melhora a arrecadação dos municípios.
Ontem o deputado federal José Carlos Machado (PFL) explicou esse aumento do FPM pode ser votado mais adiante, porque o aumento é destinado ao pagamento do 13º Salário dos servidores públicos.
ERRATA
Plenário errou, ontem, em seu comentário, ao revelar um movimento para “a candidatura do senador Antônio Carlos Valadares (PSB) a deputado federal”. Na realidade o que existe mesmo é o desejo de lideranças do interior que o senador Valadares seja candidato a governador do Estado no próximo ano.
Esse assunto, inclusive, vem sendo discutido em reuniões de lideranças políticos do interior e até de empresários de uma área específica. Valadares, entretanto, revela que seu candidato é o prefeito Marcelo Déda (PT).
É fogo
A deputada Ana Lúcia (PT), que maiores informações sobre a apuração de irregularidades, admitidas pelo próprio Governo do Estado, na obra de reforma do Hemose.
Milhares de pessoas estiveram, ontem, na orla para assistir o show com a dupla Bruno e Marrone, dentro das comemorações do Governo pelo sesquicentenário de Aracaju.
Outro show que deve atrair uma grande multidão é o que a Prefeitura realiza dia 17 – data que Aracaju completa 150 anos – que terá Leonardo e Daniela Mercury.
Frederico Romão (Fredão) prega que o presidente do Partido dos Trabalhadores em Sergipe, Severino Bispo, seja afastado temporariamente do cargo.
Fredão alega que certas atitudes de Severino Bispo tornam questionáveis o seu trabalho à frente do Conselho de Ética.
O ex-prefeito de Pirambu, André Moura (PFL), continua à frente de um grupo de prefeitos sergipanos, que foi para Brasília.
André Moura está trabalhando em favor de prefeitos da região e se transformou em importante liderança política no Estado.
O deputado federal João Fontes (PDT) já vai começar a gravar as inserções que o partido terá na televisão, a partir do dia 18.
A deputada Susana Azevedo (PPS) está fazendo uma avaliação do seu trabalho legislativo e analisando sua candidatura à reeleição.
A Caixa Econômica Federal lançou um seguro de vida popular exclusivo para o público feminino.
As empresas ou pessoas físicas que tinham, em 31 de dezembro, U$ 100 mil ou mais aplicados no exterior devem, a partir de hoje, fazer declaração desses bens.
O IPEA revisou para baixo seus prognósticos para o crescimento econômico e para a inflação este ano.