Quem demite Déda?

Para o governador Marcelo Déda (PT) dizer que também será secretário da saúde, o puxão de orelha dos aracajuanos deve ter lhe dado uma forte dor de cabeça. Não é possível que ele não enxergue um único quadro petista à altura do cargo, nem que seja vaidoso suficiente para recusar, se necessário, ir buscar um técnico competente fora do Estado. Pior, ao achar que o ‘calo’ de sua administração é a saúde, o governador admite que o projeto tocado, desde 2007, pelo deputado federal eleito Rogério Carvalho fracassou. O desejo de Déda ainda fere suscetibilidades. Ora, quem aceitará ser o ‘segundo’ secretário, o reserva do chefe? E se outra Secretaria começar a fazer água, o governador também vai assumi-la? Caso o secretário-governador venha a falhar, quem o demitirá? Ninguém, assim como na história dos ratos, que decidiram colocar um sino no pescoço do gato para preveni-los do ataque mortal. A idéia parecia boa, mas naufragou quando um ratinho quis saber: “E quem coloca o sino no gato?”.

Pavio curto

Danou-se como a turma está braba, com os nervos à flor da pele! Bastou um comentário sobre as eleições de domingo para o mundo quase vir abaixo. Só faltaram dizer que a coluna é pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótica. Calma, gente, quem engole corda é poço!

Chove não molha 

O vereador aracajuano Magal da Pastoral (PT), voltou a denunciar a compra de votos nas  eleições em Sergipe. Novamente, deixou de oferecer pistas para se chegar aos compradores de consciência. Que neguinho e branquinho fez a feira no pleito passado, todo mundo sabe. Como ninguém graúdo caiu na malha da Lei, nem apareceu quem abrisse o jogo sobre esse grave crime eleitoral, ficamos nesse chove não molha. 

Hora do lobby 

Os candidatos derrotados e seus aliados já começaram a fazer lobby para assumir uma cadeira no legislativo ou uma Secretaria. Comenta-se, por exemplo, que o governador Marcelo Déda (PT) vai tirar dois deputados estaduais para aboletar Gilmar Carvalho e Tânia Soares na Assembléia, como aconteceu nesta legislatura. Aqui pra nós, se Déda analisar o comportamento dos dois no Parlamento, aferir as vezes em que ambos foram à tribuna defender o governo e os embates deles com a oposição, pensará duas vezes.

Prazo final 

Os candidatos que disputaram o primeiro turno das eleições e que não vão concorrer ao segundo turno têm até 2 de novembro para  prestar contas  à Justiça Eleitoral dos recursos recebidos e gastos na campanha. A obrigação da prestação de contas se estende, inclusive, aos candidatos a vice e a suplente. Quem renunciou ou desistiu da candidatura tem de prestar contas até o período que participou do processo eleitoral. Dois de novembro também é o último dia para a apresentação das contas dos comitês financeiros e dos partidos políticos.

Eu não, violão! 

O prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PC do B), reuniu o secretariado para anunciar algumas medidas administrativas e avaliar o resultado da eleição de domingo. Claro que a derrota do Marcelo Déda (PT) na capital foi o assunto mais debatido. Nogueira não aceita que joguem a derrota do petista na conta dele e da Prefeitura. Também disse ter certeza que a administração municipal, que é muito bem avaliada pelas pesquisas, por causa das obras que realiza e dos serviços que presta, deu a sua contribuição para a vitória do governador em Sergipe. Edvaldo condenou, ainda, aqueles que querem antecipar o debate eleitoral de 2012. 

Previsões 

Do jornalista Eugênio Nascimento no twitter:  “Em 2012, Sílvio Santos (PT) enfrentará Nilson Lima (PPS) na disputa pela Prefeitura de Aracaju. Daqui até lá, outros opções de nomes aparecerão”. E prossegue o amigo nas previsões: “Em 2014, o governador Marcelo Déda (PT) enfrentará a senadora Maria do Carmo Alves (DEM) na disputa por uma única cadeira do Senado”.

Outra vez

Está com saudade do horário eleitoral gratuito no rádio e na TV? Pois prepare a pipoca que o ‘programão” recomeça amanhã. As redes de rádio e televisão deverão separar 20 minutos para a disputa presidencial e outros 20 para Estados em que houver segundo turno para governador. O tempo é dividido igualmente entre os candidatos, ou seja, 10 minutos para cada. As propagandas serão veiculadas diariamente. No rádio, os programas irão ao ar duas vezes ao dia, tendo início às 7h e às 12h. Na televisão o horário é às 13h e às 20h30. Estão achando ruim? Por que não elegeram Dilma logo no 1º turno?

Sem professor

O Ministério Público reúne hoje representantes do governo, do Sintese e pais de alunos para discutir a falta de professores na rede estadual de ensino. “A situação das escolas públicas é muito grave. Crianças e jovens estão impossibilitados de aprender por falta de professor”, comenta o diretor do Sintese, Roberto Silva. E esse é somente um problema que se soma a outros de estrutura das salas de aula, dos ambientes de convívio e de falta de merenda escolar. Lastimável!

Raiva de Luciano

Tem muita gente por aqui com o prefeito de Itabaiana, Luciano Bispo (PMDB). É que, embora tivesse pesquisas internas mostrando o crescimento de Marcelo Déda (PT) no município, o homem não avisou aos amigos. Confiantes numa diferença estrondosa de votos para João Alves Filho (DEM), a turma apostou verdadeiras fortunas e deu com os burros n’água. Muitos perderam pequenas fortunas, pois deram vantagens de 8 mil a 10 mil votos, mas a diferença entre João e Déda foi de pouco mais de mil votos.

Do baú político

“Samora Marchel quase mata Apolônio de Carvalho”, esse é o título de uma história real narrada pelo jornalista Marcos Cardoso em seu livro “Sempre aos domingos”. Militante histórico do PCB, Apolônio foi tenente do Exército brasileiro e voluntário das Brigadas Internacionais, tendo lutado pela democracia na Guerra Civil espanhola e combatido na Resistência Francesa contra o nazismo. Escreve Marcos que sua bravura foi reconhecida pela França, onde é considerado herói nacional. Pois bem! Numa dessas vindas a Sergipe para organizar o PT, o velho Apolônio foi comer no apartamento do professor universitário José Costa o cuscuz Samora Marchel, homenagem ao herói revolucionário de Moçambique. Segundo Cardoso, o nome não era sem razão: o prato era forte, daqueles de comer e ficar triste depois. Feito numa cuscuzeira grande, levava uma massa de milho recheada com ingredientes diversos, de carne a sardinha, de ovo a charque. O velho combatente comeu à vontade, refestelou-se, mas não acostumado com aquele tipo de rancho, passou mal. Dizem que o homem, que as ditaduras não conseguiram derrotar, por pouco não morreu em um apartamento de Aracaju, quase abatido pelo Samora Machel do professor Zé Costa.

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