Quando falamos em finanças pessoais, normalmente, surge a pergunta “por onde começar?”. Antes de a agir, o primeiro passo é fazer uma autoanálise para identificar onde você se enquadra, mapeando as prioridades e próximos passos. Financeiramente falando, existem basicamente três grupos: os endividados, os poupadores e os que “empatam”, não conseguem guardar dinheiro, mas também não são deficitários.
Grande parte da população está entre os endividados. Em julho de 2018, 63,4 milhões de brasileiros estavam inadimplentes, aproximadamente 30% da população tinha contas atrasadas. Para esta classe, o primeiro passo é colocar a casa em ordem e, após identificar as dívidas, priorizar o pagamento de contas que incidem a maior taxa de juros. Normalmente, as despesas mais custosas são com cartão de crédito e cheque especial, podendo chegar a 279% ao ano.
Nesta situação, uma boa sugestão é pegar um empréstimo com uma taxa significamente menor e liquidar as dívidas de juros mais altos. Juntar todas as dívidas em uma só, além de ajudar na organização financeira, te fará pagar menos juros pois liquidará, imediatamente, os débitos que mais penalizam seu orçamento. Para colocar as contas em dia, é necessário abrir mão de certos “luxos” e priorizar quitar as obrigações, assim, viverá financeiramente e psicologicamente melhor.
Para aqueles que estão no “zero a zero”, não tem dívidas, mas também não conseguem poupar, é preciso fazer alguns ajustes na organização financeira. Para isto, identificar quais são os maiores gastos e suas necessidades de fato, é o pontapé inicial. Para juntar dinheiro é preciso a viver em um padrão abaixo do seu atual nível de renda, cortando o consumo de bens e serviços não essenciais. Evitar saídas excessivas aos finais de semana, comprar menos roupas, ter dois carros em casa e comer fora, reduzir os pacotes de internet, TV a cabo e celular, eliminar tais gastos são como tabus, mas que devem ser quebrados. A prioridade é poupar! Após começar a ser superavitário, fazer sobrar dinheiro, o próximo passo é investir.
A menor parcela da sociedade, apenas 22%, consegue guardar dinheiro. Para os poupadores, o próximo passo é fazer o dinheiro trabalhar por vocês. É essencial valorizar o capital obtido com tanto esforço, portanto é importantíssimo realizar bons investimentos para fazer o dinheiro gerar mais dinheiro. Procurar investimentos que se encaixam ao seu perfil e objetivos, que maximizem sua rentabilidade acelerará o processo de acumulação de patrimônio. Para os iniciantes, sair da tradicional poupança parece desafiador, entretanto, há aplicações tão conservadoras quanto a poupança, como os títulos de renda fixa, por exemplo CDB, LCI, LCA, Títulos Públicos. Aos que aceitam mais risco, boas alternativas são fundos multimercados e ações.
Independente de onde você se enquadre, lembre-se, um passo por vez e sempre evoluindo nas fases da vida financeira. Não faz sentido investir se as dívidas penalizam mais que os bônus gerados pelo investimento. Normalmente, as dívidas têm taxas de juros maiores do que as recebidas em investimentos, principalmente quando se trata de aplicações mais conservadoras. Primeiro, elimine os débitos, após isto, afine seu orçamento eliminando algumas despesas e enfim, comece a investir e acumular patrimônio.