“No pain, no win.”
“Nenhuma dor, nenhuma vitória.”
(Sem dor, não há vitória).
(Frase proferida pelos treinadores olímpicos)
Certa vez, em conversa com um amigo, este me perguntou: Pascoal, quantas horas, por dia, você acha que eu devo estudar para passar no concurso tal?
A resposta foi mais ou menos assim. Depende. Depende do prazo que você se deu para atingir o seu objetivo. Ou, se for o caso, se você fez ou não este projeto. Às vezes não é necessário traçar uma meta, visualizar um objetivo e perseguir um sonho. Basta fazer as provas e esperar que dê certo. Se este for o seu caso, imagino não ser necessário preocupar-se com o tempo que deverá reservar para se preparar. Uma, duas ou três horas por dia? Tanto faz. Se você não sabe quando nem aonde quer chegar, qualquer tempo e qualquer lugar serve, e, neste caso, até não se preparar, vale.
Por outro lado, se você está realmente determinado, se este é um dos seus objetivos de vida, se você verdadeiramente quer isso, acredito então que já tenha elaborado um plano, determinado um prazo e, agora me pergunta quanto deve dar de sacrifício. É isso? Você quer saber do quanto deve investir no seu projeto. Estou certo?
Aí, cabe outra pergunta. Como é que você estuda? A qualidade é muito importante, nestas horas. O momento de estudo deve ser sagrado, de dedicação, atenção e concentração. Portanto, tudo o que puder interferir deverá ser afastado: celular, rádio, televisão, computador, fone de ouvido, conversas, etc. Tudo o que desvia a atenção deverá ser evitado.
É natural, sobretudo aos jovens, declararem; ah, eu gosto de estudar escutando música e isso não me atrapalha. Esta afirmativa é idêntica àquela do motorista que garante dirigir melhor depois de ingerir bebida alcoólica. Ou do fumante que diz “eu já fumo há tantos anos e até hoje nunca senti nada”, Tudo balela, conversa de preguiçoso, bêbado e viciado. Tudo o que pode interferir na concentração é contra-indicado para quem quer estudar tem o compromisso determinado com prazo marcado.
Certamente não será apenas o número de horas que você usa para estudar que determinará o seu sucesso ou seu fracasso na aprendizagem. O “como estudar”, talvez represente mais do que o “quanto estudar”. A qualidade, repito, sem dúvida, significará mais do que a quantidade.
Sim, mas, quantas horas você acha que eu devo dedicar ao estudo?
Antes de dimensionar tempo, devo lhe informar ainda, da necessidade de uma disciplina rígida. E, quando falo em disciplina, quero dizer organização. Se você organizar as suas atividades diárias, vai ficar muito mais fácil aproveitar o tempo que reservou para estudar.
Portanto, antes de determinar o “quanto” verifique o “como”. Repetindo mais uma vez, a qualidade é mais importante do que a quantidade. Organizar é selecionar o que mais interessa, é estabelecer prioridades, é autodisciplinar-se para estruturar da melhor forma possível.
Estudar, preparar-se, é uma atividade, talvez a mais importante, para quem sonha ter dias melhores. Acredite: sem plantio não há colheita. O saber é o maior patrimônio de uma pessoa. E, lamentavelmente, ele não se conquista, sem muito esforço. Não esqueça que “no pain, no win”, sem dor não há vitória.
Com esta preparação fica mais fácil dizer quanto você deve investir do seu tempo para atingir o êxito e ser aprovado nos exames que você quer.
Ah, só mais uma coisa. Não avalie a sua competência por baixo, não busque coisas pequenas, prepare-se para o melhor e vá
Respondendo a sua primeira indagação.
O tempo é o fenômeno mais democrático que há entre nós. Um dia tem 24 horas: seja para Pascoal, do Presidente Lula, você ou o Papa. Por mais poder que tenha o Presidente Bush, ele nada pode fazer para acrescentar ao seu dia, um minuto sequer. Bem como, em nada pode ser alterado do tempo, para subtrair, das 24 horas de um condenado à morte, um minuto de vida.
Bill Gates, um dos homens mais ricos do mundo, com todo o dinheiro que tem, jamais poderá comprar mais uma hora além daquelas a que tem direito o homem mais pobre do universo. O tempo é igual para todos.
A única coisa que podemos fazer com o tempo é utilizá-lo. O como usá-lo é o que determinará a sua utilidade, o seu valor e o seu benefício. A nós só resta, portanto, saber aproveitá-lo.
Usando aqui uma divisão do tempo, proposta pelo Prof. Luiz Almeida Marins Filho, concluímos o seguinte: o dia tem 24 horas, assim, empiricamente divididas: oito horas para o trabalho; oito horas para o descanso e oito horas para que façamos tudo aquilo que não podemos fazer nem quando estamos trabalhando, nem quando estamos descansando. É nestas últimas oito horas que nos alimentamos, nos locomovemos, namoramos, nos informamos, nos divertimos… E, estudamos.
Quer dizer, teoricamente, é nessas oito horas que inserimos o nosso tão debatido tempo de estudo.
Contudo, é necessário saber se você já trabalha, quer dizer, você já ocupa aquelas oito horas dedicadas, mesmo que empiricamente, ao labor? É importante também saber quantas horas você dorme por dia? Você realmente dorme oito horas por dia? Afirma-se que quem dorme oito horas por dia sempre terá muita dificuldade de ganhar tempo do tempo.
Não esqueça: não há como se ganhar tempo. Só o temos a mais em nosso dia, se subtrairmos algumas horas de uma das três parcelas acima descritas.
Assim, se você não trabalha e se dá ao luxo de dormir oito horas, que tal estudar as outras 16 horas por dia, sete dias por semana e trinta dias por mês? Subtraindo delas, obviamente, apenas aqueles intervalos que compulsoriamente serão inevitáveis: alimentação, locomoção, asseio, etc…
– Não, mas aí é demais. Onde fica então o meu “direito” à diversão?
Eu também concordo que pode parecer demasiado. Sem dúvidas. Mas, tem gente fazendo isso e está dando muito certo. Duvida? Na Coréia do Sul há escolas em que se estuda dezesseis horas por dia. Não é à toa que aquele país está dominando a tecnologia do mundo, já tendo deixado para trás gigantes como os EUA, Alemanha e Japão.
Recordo-me dos antigos Seminários da Igreja Católica, onde estudavam os futuros padres. Ali também o tempo dedicado ao estudo era, e deve ser ainda, no mínimo muito superior aos das escolas normais. Por isso mesmo é que todos os seminaristas daquele tempo são hoje os melhores professores, sobretudo de latim, português, matemática, história e outras.
Tudo bem. Creio que se realmente for um estudo de qualidade, de seis a oito horas por dia, já é um bom começo. – Ih, é demais, onde fica o meu lazer, a minha televisão, o meu bate-papo no mensage, a visita ao meu orkut, as respostas que deverei dar aos meus contatos da internet, meu futebol… etc. Assim não dá, vou ficar estressado.
Cuidado com os ladrões de tempo. Você já parou para contar quantas horas são perdidas, diariamente, vendo televisão, batendo papo no mensage, lendo e-mail, etc.? Experimente, faça as contas.
Tenho certeza que você vai se assustar. Acredite amigo, estudar nunca é demais.
Demais, mesmo, é suportar uma frustração por sete dias na semana, trinta dias por mês, doze meses por ano, pelo resto da vida. Demais é não conseguir realizar um sonho. Demais é ganhar sempre menos, é viver de subemprego, é não evoluir, é não saber, por todo o sempre. Isso é que é demais.
NÃO ESQUEÇAMOS: O SACRIFÍCIO É TRANSITÓRIO, MAS O BENEFÍCIO É PERMANENTE.