O ex-governador Albano Franco (PSDB) tem conversado em Brasília sobre a situação dos tucanos em Sergipe. Fala da forma gentil com que os partidos vinculados ao ex-prefeito Marcelo Déda (PT) tratam de um possível entendimento com o grupo liderado por Franco para uma coligação visando as eleições de outubro. Apesar da barreira imposta pela verticalização, o Partido dos Trabalhadores oferece o Senado para o ex-governador, desde que todos estejam no mesmo campo de luta. Albano tem mantido uma certa precaução e evitado falar para os seus pares o destino do pouso tucano. Isso tem provocado uma impaciência quase incontrolável, porque o PSDB não pode se preocupar em eleger apenas o senador. A situação é ruim para os candidatos proporcionais, como disse ontem um “velho tucano de guerra”. Ontem à tarde, quando se preparavam para a reunião de hoje, dois tucanos chegaram a se bicar, mas terminaram enroscando as plumas. É que um deles citava que o Partido dos Trabalhadores estava oferecendo posições para o PSDB e o outro discordou com um grito: “oferecendo o que?” Perguntou de forma irritada lembrando até uma frase do governador João Alves Filho: “o PT não tem nada a nos oferecer”. Lembrou que uma aliança branca tem que ser limitada em razão da legislação e adiantou que “vice não pode e o Senado é um mandato que o bloco de oposição pode até não lançar, mas uma boa parte da militância petista não dará um único voto a Albano Franco”. Avaliou também que pode ser um prejuízo para os candidatos proporcionais: “chapão é proibido e muito menos será oferecida qualquer estrutura para campanha”. Admitiu que “na realidade vamos entrar com o voto, porque nós não deixaremos de seguir o que determina o partido e isso não acontece com o PT, dividido em facções”. O tucano que ouvia manteve a sua posição, mas foi se rendendo a algumas constatações do correligionário que falava: “agora está tudo bem, mas quando começar a campanha todos ficarão fazendo cálculos em torno dos seus mandatos e pouco se preocupam com candidaturas de outros partidos”. A situação mais difícil, na avaliação do tucano falante, é a dos candidatos a deputado, porque ficam praticamente isolados, a não ser que façam composições com partidos de pequena estrutura: “há uma grande preocupação sobre isso”, revelou, adiantando que na questão das composições ninguém está analisando a disputa proporcional: “se o PSDB não integrar um chapão, aliando-se oficialmente a partidos em boas condições, não fará um único parlamentar”, disse. Na opinião desse velho tucano, as eleições de outubro serão as mais difíceis da história de Sergipe e quem quiser conquistar posições tem que tomar decisões que não favoreçam apenas a um grupo. Citou que dentro da própria oposição há divergências em relação ao senador Antônio Carlos Valadares (PSB): “se ele indicar o vice na chapa de Marcelo Déda, o pessoal quer que Valadares Filho seja candidato a deputado estadual”. É que o PT quer eleger um nome para a Câmara Federal e sabe que o bloco fará apenas três deputados, onde se inclui o filho do senador. “Mas esse é um problema que eles têm que resolver, porque a situação do PSDB é outra completamente diferente, principalmente no que se refere aos candidatos proporcionais”. Outro problema que o tucanato analisa é as condições de Albano Franco disputar o Senado para enfrentar a senadora Maria do Carmo Alves (PFL): “será muito difícil”. Quanto à indicação do conselheiro Antônio Manoel de Carvalho para vice-governador, os dois concordaram imediatamente: “tem que ser um nome que atraia votos e a decisão não pode ser apresentada como definitiva. É preciso consultar o povo porque sem levar o eleitorado ninguém aceita indicação”. Os dois defendem uma decisão rápida, porque acham que estão sendo prejudicados. A reunião de hoje à tarde pode abrir os caminhos para uma aliança, que seja boa para todos e fortaleça muito mais a legenda dentro da estrutura política de Sergipe. REUNIÃO Membros do PSDB vão se reunir hoje com o ex-governador Albano Franco para que haja uma sinalização dos rumos do partido nas eleições de outubro. Supersticioso, Albano Franco só pretende anunciar uma posição depois da Páscoa. Enquanto isso alguns deputados rezam para que o partido siga o rumo certo. LIBERAIS O deputado federal Heleno Silva (PL) revelou ontem que agora é o fechamento das alianças e que a discussão vai ser em torno do vice e do Senado. Diz que em relação às suas posições continua na mesma e admite que os dois lados devem iniciar agora um movimento para conquista de novas adesões. OPOSIÇÃO A posição do Partido Liberal em Sergipe é marchar com a oposição e se manter em apoio à candidatura do ex-prefeito Marcelo Déda (PT) ao governo do estado. Essa posição só não será mantida se houver contrariedade dos interesses políticos do PL, que deseja uma vaga na chapa majoritária. SITUAÇÃO A situação do PMDB em Sergipe ainda é de expectativa, em relação ao lançamento de uma candidatura a presidente da República. Se isso acontecer o partido terá que optar por alguma estratégia para eleger representantes na Assembléia e Câmara. JORGE Segundo uma fonte do partido, o deputado federal Jorge Alberto intensificou os seus contatos com o ex-prefeito Marcelo Déda e pode integrar a chapa majoritária como vice. A mesma fonte disse que Alberto já fez um levantamento e observou que não terá qualquer chance, caso o PMDB mantenha a candidatura presidencial. BRANCA Não se cogita em Brasília qualquer possibilidade de uma aliança branca entre PT e PSDB nas conversas que acontecem em Brasília. Segundo o presidente nacional, Tasso Jereissati, o vôo tucano será orientado para pousar em uma aliança com o PFL em todos os Estados. CONVERSA O senador Tasso Jereissati (PSDB) em conversa com colegas do PFL sobre Sergipe, disse que “basta João Alves ceder o Senado para Albano Franco que o acordo será fechado”. Imediatamente o senador Garibalde Alves (PFL-RN) retrucou: “como pode dar o Senado se Maria do Carmo está lá em cima nas pesquisas”? SUSANA A deputada Susana Azevedo (PSC) lamenta a absolvição de mais um mensaleiro: o ex-presidente da Casa, João Paulo Cunha (PT/SP). Susana acha que a absolvição em plenário dos deputados acusado de receber mensalão pode atingir negativamente toda a classe política. LEGALIZA Susana Azevedo avalia que a absolvição de mais de oito deputados envolvidos com o esquema de Marcos Valério é legalizar a corrupção. Para ela “é inadmissível que cerca de 20 deputados federais tenham sido beneficiários do mensalão e apenas três tenham sido cassados”. MUDANÇAS O senador Almeida Lima (PMDB) previu que o povo fará mudanças radicais pelo voto, nas eleições de outubro. Para Almeida, as instâncias como o Governo e a Câmara dos Deputados estão trabalhando pela opressão dos mais pobres e a impunidade dos corruptos. INSPEÇÃO O Tribunal de Contas do Estado fará inspeção em caráter extraordinário na Prefeitura de Aracaju. A decisão foi tomada ontem pelo Pleno. O objetivo é verificar a legalidade, legitimidade e economicidade dos gastos com shows contratados nos últimos dias da gestão do ex-prefeito Marcelo Deda (PT). PINA A inspeção foi proposta pelo procurador geral do Ministério Público Especial junto ao TC, Carlos Waldemar Resende Carvalho. A inspeção deverá ser feita por técnicos da Coordenadoria ligada ao conselheiro da área, Carlos Pina de Assis. VOTAÇÃO O deputado federal João Fontes (PDT) assistiu indignado a absolvição do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), que confessou ter recebido o mensalão. João voltou a defender a importância da aprovação da PEC 349, que propõe medidas para tornar obrigatório o voto aberto em todas as votações no Congresso Nacional. Notas O ex-prefeito de Pirambu, André Moura, explicou ontem as denúncias feitas pelo radialista Gilmar Carvalho sobre compra de combustíveis pela prefeitura no ano de 2004. Prova que prestou contas ao TCE que o gasto de combustível naquele ano foi de R$ 644.217,38 e não R$ 5,5 milhões, como Gilmar. André Moura fez um desafio público ao radialista Gilmar Carvalho para que ele mostre as provas que disse ter. O ex-prefeito está disposto a mostrar todos os processos licitatórios referentes a compras de combustível. DIVISÃO “Investimos em combustível no ano de 2004 R$ 644 mil, o que dá uma média de R$ 54 mil por mês” disse André. Os gastos foram divididos entre o posto Hermes Fontes que ficou com R$ 356 mil, o posto Japaratuba com R$ 284 mil e o posto Sorriso com R$ 4 mil. O prefeito tem comprovantes de tudo. O ex-prefeito André Moura explicou que o radialista Gilmar Carvalho é ligado hoje a seus adversários políticos em Pirambu e que ele não deveria estar confundindo as coisas numa busca insana por votos. POLICIAIS A Câmara analisa o Projeto de Lei do deputado Mendes Ribeiro Filho (PMDB-RS), que estabelece termos especiais para concessão de aposentadoria para servidores públicos policiais, pelo fato de exercerem atividades de risco. O policial será aposentado voluntariamente após 30 anos de contribuição. Para isso o servidor deve ter, pelo menos, 20 anos de exercício em cargo de natureza policial. Se mulher, após 25 anos de contribuição, desde que tenha, pelo menos, 15 de exercício em cargo de natureza policial. É fogo Vereadores de Riachuelo almoçaram ontem com o prefeito Antônio Carlos Franco Sobrinho em um restaurante da capital. Não se falou em política, foi mais um momento de integração entre vereadores e prefeitos, o que trás benefícios ao município. O deputado João Fontes se recupera de uma pequena cirurgia que chegava a atrapalhar sua respiração. A Varig agora tem um único vôo que sai de Aracaju para outros estados. A situação da empresa é muito difícil. A solução para evitar a paralisação da Varig cai mais uma vez no colo do governo, mas isso pode acontecer a qualquer momento. Agradecimento de uma aeromoça da Varig à descida dos passageiros: “obrigado por ajudar a manter nosso emprego”. José Guimarães teria dito que só será candidato a deputado federal se houver um chapão entre todos os partidos aliados do governo. A deputada estadual Angélica Guimarães (PSC) está reivindicando ao governo do estado o asfaltamento da estrada que liga General Maynard a Rosário do Catete. O secretário da Fazenda, Gilmar Mendes, pediu a Flamarion D`Ávila que tirasse o batalhão de choque de Itabaiana durante a fiscalização no comércio. Fabiano Oliveira está confiante no apoio do secretário de Turismo, Max Andrade, aos empresários do setor. O senador Antônio Carlos Valadares (PSB) defendeu uma política de inclusão do índio, durante seminário realizado no Congresso. Há muita impaciência de candidatos proporcionais de todos os partidos, diante da demora na formação das comissões. EXPLICAÇÃO
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