Rio Vermelho (BA) – Vida noturna agitada em Salvador

O que é que o bairro do Rio Vermelho tem? Largo da Mariquita, celebrados tabuleiros de acarajés, conversa de pescador e uma festa de Iemanjá, que chama atenção pelo sincretismo religioso acompanhando de muita fé. É de lá que saem as embarcações em cortejo para festejar a rainha do mar no dia dois de fevereiro. É lá onde ficam também três dos principais hotéis da Bahia: o Pestana, Blue Tree Premium e Mercure. Quer mais? Há bons restaurantes, gente bonita e vida noturna.

 

O Rio Vermelho em Salvador desponta como um dos principais pontos turísticos da capital baiana para quem quer conhecer o jeitinho baiano de ser. Caso fique em um dos hotéis do bairro ou em hospedarias próximas, o passeio deve se concentrar nos arredores do Largo da Mariquita e adjacências. É nessa localidade que há diversos restaurantes e bares e também onde turistas e soteropolitanos apreciam dois dos mais conhecidos acarajés da Bahia: o tabuleiro da Cira e da Dinha, e de  igual valor, da Regina, no Largo de Santana.

 

Deve-se centralizar como ponto partida e chegada o Largo da Mariquita. Em sua frente ficam as ruas Juracy Magalhães, Borges dos Reis, e Conselheiro Pedro Luiz e adjacências, nas quais estão alguns dos principais roteiros noturnas da capital baiana. Mais precisamente na praça Colombo, há duas preciosidades do roteiro gastronômico: a churrascaria Fogo de Chão e a Colombo Pizzaria do Casarão. Para quem quer apreciar história e bom paladar, a Colombo é a pedida, pois fica em um secular prédio onde já abrigou residência de famílias abastadas, depois delegacia. A arquitetura do casarão encanta, além de dispor de uma vista panorâmica do Largo da Mariquita e bom cardápio.

 

Nos arredores da pizzaria há outros pontos estrelados da gastronomia e da vida noturna do bairro, como o Botequim São Jorge, o Boteco do França, o Salvador Dalí, além do Postudo e o atual Borracharia, quem traz uma programação de ritmos, como grupos de chorinhos, por consequinte, é na redondeza do Beco do França onde se concentra o reduto de jornalistas, artistas e profissionais liberais.

 

Ainda nas imediações do Largo da Mariquita, percorrendo pela rua Guedes Cabral, em alguns momentos os transeuntes disputam a passagem com os carros tamanha quantidade de mesas de bares e restaurantes que se estendem nas calçadas. Também fica neste ponto o Teatro SESI Rio Vermelho, sempre com uma vasta programação cultural e bons shows. Não é difícil se deparar com estrelas do Axé Music”, enrolando um sozinho meio que “MPB”, dando uma canjinha ou fazendo o que os baianos chamam de “ensaio”.

 

Mais adiante fica o Largo de Santana, um aglomerado de mesas em meio à igreja de Nossa Senhora de Santana, onde a cerveja gelada e o papo varam até altas horas da madrugada, porém, não aposte na música ao vivo. Os baianos convivem muito bem com a lei que proíbe som alto depois das 22h. Os principais bares estilo “calçadão” fecham por volta das 24h e só ficam abertos até a madrugada àquelas mais intimistas, com estruturas mais fechadas ou bares dançantes. Se quiser esticar sem se preocupar com o horário, a dica é retornar ao Largo da Mariquita e completar a noite no Bartô, um bar estilo boteco freqüentado por gente bonita e bons petiscos. A dona do restaurante, Fernanda Pedute, sempre agrada mais um pouquinho o cliente passando de mesa em mesa.

 

Percorrendo no sentido contrário ao Largo da Mariquita, pela rua Odilon Santos, chega-se à rua Fonte do Boi onde há também diversos bares, desenhando o metro quadro jovem e bonito do Rio Vermelho. Há bares e restaurantes de todos os tipos, gostos e bolsos, um deles tocando música dancing, outro forró e mísica baiana e mais adiante MPB. É por essa rua que chega aos hotéis Ibis, Mercure e Pestana.

 

Se preferir terminar a noite num estilo bem popular, retorne ao Largo da Mariquita e se misture com os pescadores, “mauricinhos” e “patricinhas” que acabaram de chegar da “festa de camisa” e os trabalhadores daquela redondeza no chamado Mercado do Peixe. Os axés da época ecoam dos auto-falantes dos bares populares, enquanto que o cantor de “arrocha” dar uma pausa. A coreografica do carnaval passado está na ponta do pé dos jovens que combinam os passos entre as mesas. Tocou “arrocha”, a galera está de prontidão para se engalfinhar no ritmo.

 

A cerveja é sempre gelada e servida desde as tradicionais moquecas baianas até ovo frito com cuscuz. A mistura de ritmos rola solta até a madrugada. De lá de baixo vê-se o Morro do Conselho bem no alto e os letreiros em neons dos hotéis de bandeira internacional. O Mercado do Peixe é onde os soteropolitana se misturam com os turistas escrevendo uma página na noite de Salvador como se fosse escritos de Aluísio de Azevedo, em “O Cortiço”, ou  Sérgio Buarque de Holanda, em “Raizes do Brasil”.

 

Depois do camarote na festa de Ivete, da saída da boate Madre ou do Pereira, na Barra, das boates do centro da cidade, Mercado do Peixe é a unissonidade da noite baiana.

 

Curiosidades

 

Diz a história que o português Diogo Álvares Correia naufragou na costa baiana, entre 1510-1511, (não há uma data definida) nas imediações do Largo da Mariquita. O apelido “Caramuru” foi dado pelos índios Tupinambá, que o encontraram ainda com as roupas molhadas e deita nas areias da praia. Dezessete anos depois, Caramuru assistiu, na França, o batismo da sua esposa, a índia Paraguassu, que recebeu como nome de batismo Catarina Álvares Paraguassu.

 

Caramuru aliou-se aos portugueses, tendo casado suas filhas com grandes dignitários da colônia, dando origem assim à nobreza da Bahia. Dona de muitas terras, onde hoje estão os bairros da Vitória e Graça, Paraguassu faleceu em 1589. Foi sepultada e seus restos mortais encontram-se até hoje na Igreja da Graça, que foi construída no mesmo local onde Paraguassu construiu um oratório, de varas trançadas, cheias de barro, e recoberto de palmas, em 1530.

 

Os Jesuítas que chegaram em 1549 já encontraram uma igreja, um templo humilde, de varas traçadas, coberto de palha, homenagem de Catarina Álvares Paraguassu a Nossa Senhora das Graças. Foi esta a primeira igreja da Bahia e do Brasil.

 

 

Dicas de viagem

 

Todos os anos mais de 200 mil pessoas se aglomeram na praia do Rio Vermelho, para celebrar o dia de Iemanjá, dois de fevereiro. A tradição começou em 1923, com um grupo de 25 pescadores, que ofereceram presentes, para agradar a Mãe D”Água, pois os peixes estavam escassos.

 

A imagem de Iemanjá que no catolicismo é Nossa Senhora da Conceição, parte da Casa do Peso, no porto de pescadores do bairro em embarcação pela Baía de Todos os Santos. A madrugada, adeptos do candomblé, turistas e devotos formam filas imensas para colocar oferendas e pedidos nos balaios, que ficam na Casa do Peso.

 

No fim da tarde, um cortejo com 300 embarcações leva para alto-mar os balaios, carregados de presentes, pentes, espelhos, sabonetes, perfumes, flores, e até jóias. Há blocos de afoxés, de moradores, turistas e profissionais liberais que saem este dia para saudá-la.

 

Se preferir conhecer a tradicional festa de Iemanjá, dois de fevereiro, se antecipe pois alguns hotéis da região viram camarotes para o evento.

 

As praias do bairro já não são mais as mesmas de outrora. Prefira banhar-se em outras localidades.

 

O Ceasinha do Rio Vermelho é uma boa pedida para quem quer apreciar de pertinho os cheiros, gostos e cores da gastronomia baiana. A velha guarda soteropolitana vez ou outra aparece por lá sábado a tarde para curtir uma boa roda de chorinho e samba.

 

 

Na Bagagem

 

Uma boa pedida em Recife (PE) é o restaurante Manhattan Bar, onde os garçons são as estrelas da noite apresentando um repertório de trilha sonora de filmes, musicais da Broadway e músicas brasileiras cantadas em forma de duetos e coros.

 

Quem vai a Caruaru (PE) deve visitar a casa do Mestre Vitalino, este ano se estivesse vivo completaria 100 anos.

 

Irma Karla, presidente do Sindicato dos Guias de Turismo/ SE, participará este mês do Congresso Brasileiro de Guias de Turismo, em Maceió. Logo após o evento, seguirá para o Peru.

 

A gripe suína atingiu em cheio o turismo no México. Jornais indicam uma baixa de mais de 80% no receptivo de turistas no país.

 

A concorrência entre empresas áreas e baixa estação têm causado um ar de alegria para os usuários do transporte aérea. Passagem partindo de Aracaju por R$ 1, trecho Salvador/ Porto Alegre por R$ 100 e muito mais. Viva o turismo doméstico!!!

 

Articulam-se a Secretaria de Estado do Turismo e o Trade sobre a participação de Sergipe no 4º Salão do Turismo – Roteiros do Brasil, que acontecerá no período de 1º a 5 de junho, no Anhembi, em São Paulo (SP).

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