O ex-governador Albano Franco (PSDB) está sentindo dificuldade para fechar uma aliança que seja boa para a legenda e torne os tucanos mais fortes no estado. Já foram feitas as mais diversas simulações e, em todas elas, percebe-se prejuízos para o partido. Nem tanto para Albano Franco, porque ele se elegeria em quase todas as posições encontradas, tanto para o Senado, quanto para deputado federal. Entretanto, não satisfaz ao ex-governador apenas ele se beneficiar de uma coligação do PSDB. Quer que aliados – principalmente os que têm mandato – se mantenham onde estão. Ontem, um velho amigo do ex-governador disse que ele não tem outra saída, a não ser uma coligação com o PFL para que faça um maior número possível de deputados estadual e federal. “O acordo está muito mais próximo do que todos pensam”, avisou um dos candidatos a mandato proporcional, mesmo que antecipasse a informação de que o pré-candidato a governador pelo PT, Marcelo Déda, está tentando uma solução para que mantenha os tucanos sobrevoando a sua coligação. Na realidade, o PSDB se complicou no início do caminho. Pecou por esperar demais. Até quem não tinha um único voto optou pelo equívoco e não fez acontecer. Esperou muito a hora da queda da verticalização e não se preveniu para resultados diferentes do que a tendência parecia levar. A manutenção das coligações nacionais pôs terra nos planos do tucanato e o vento forte contra obstaculou o vôo tucano, que agora está em busca de uma abertura para dar continuidade ao que tinha projetado. Há uma certa culpa nos próprio deputados estaduais, que se mostravam contra ao que o ex-governador Albano Franco concluía. Certa vez o próprio ex-governador queixou-se a um dos seus mais antigos amigos, que a maioria dos aliados não estava sabendo fazer contas. Referia-se ao coeficiente eleitoral que não daria para se pensar em uma aliança branca com o Partido dos Trabalhadores. A idéia de disputar o Senado dentro de um contexto informal poderia ser muito bom para ele, mas deixaria o PSDB sem deputado federal e apenas dois estaduais, no máximo. Além disso, a Direção Nacional repudiava e impedia. Sexta-feira passada, o ex-governador Albano Franco reuniu-se com presidentes regionais do PSL, PV e PTN para tentar uma espécie de chapão. A conversa foi longa, mas não chegou a nada. Todos aceitaram uma coligação para deputado federal porque acreditavam que, tendo os votos do ex-governador, sonhavam em fazer dois deputados federais. Entretanto, recusaram uma composição estadual. Consideraram que o PSDB tem nomes fortes para disputar a Assembléia Legislativa e seria difícil algum deles eleger-se deputado estadual. Mas não foi só entre os chamados partidos pequenos que isso aconteceu. Entre as legendas que integram o bloco da oposição, que o deputado federal Jackson Barreto (PTB) propôs uma aliança proporcional com o PSDB, o Partido Liberal já avisou que não topa. Dá como razão os mesmos motivos dos partidos pequenos, o que faz cair por água abaixo o projeto de um entendimento com o PT, para apoiar a candidatura de Marcelo Déda ao governo do estado. O ex-governador Albano Franco levou para o senador Valadares (PSB) uma proposta dos partidos pequenos de fazer uma chapão em que incluía a indicação do vice-governador. Valadares não topou porque tinha assumido compromisso com o deputado estadual Belivaldo Chagas (PSB), que é o nome indicado por ele para ser o companheiro de chapa de Déda. Albano deixou claro que o mais cômodo é fazer uma coligação com o PFL, porque através de um chapão o PSDB poderá fazer quatro deputados estaduais e até dois federais. Não tem outra saída, mesmo que o empresário João Carlos Paes Mendonça aconselhe a tentativa alguma outra opção, para que mais tarde o PFL não sugira ter brindado o ex-governador e aliados com mandatos parlamentares. Não se discute a opinião de Paes Mendonça, mas pode-se perceber que o acordo informal do PSDB com o PT está por um fio frágil, em razão da questão dos proporcionais estaduais. É possível que ainda esta semana aconteça um novo encontro do governador João Alves Filho com o ex-governador Albano Franco. Logo após poderá ser anunciada a inclusão dos tucanos na coligação pefelista. FEDERAL Caso o PSDB saia sozinho para disputar Assembléia Legislativa e Câmara Federal, o deputado estadual Fabiano Oliveira recuará da candidatura à reeleição. Fabiano prefere candidatar-se a deputado federal, a fim de ajudar o ex-governador Albano Franco (PSDB), que disputará a Câmara Federal. ULICES Fabiano Oliveira diz que cumprirá o seu papel de partidário e votará em Ulices Andrade (PSDB) para deputado estadual. Admite que sozinho é suicídio e acha que todos os tucanos devem analisar essa condição de disputar as eleições, mas em condição de fazer uma bancada. COMPLICA O ex-governador Albano Franco teve uma conversa longa, sexta-feira, com partidos pequenos – PV, PSL e PTN. Todos topam apoiá-lo para deputado federal. Entretanto, quando Albano Franco falou numa coligação proporcional ampla, o pessoal tirou o time de campo. Nenhum desses pequenos partidos aceita. HELENO O deputado federal Heleno Silva (PL) reafirma que o seu partido não participará de uma aliança que caracterize um chapão ao lado do PSDB. O argumento é o mesmo dos partidos menores: a questão da coligação estadual. Também acha que o PSDB tem uma chapa forte e pode prejudicar os candidatos do PL. FIRME O deputado federal João Fontes (PDT) está firme com a sua candidatura a governador do estado e vem conversando com outros partidos para uma composição. A convenção nacional para decidir sobre candidatura a presidente acontecerá domingo e João acha que Cristóvam Buarque deve desistir. O seu objetivo é apoiar Heloísa Helena (Psol). CONTATOS O deputado João Fontes está consciente que fará a diferença na disputa pelo governo do estado, porque vai mostrar deficiências dos outros dois candidatos. Sabe que será muito difícil, “mas estou seguindo o que acho mais correto”. João vai dispor de pouco tempo na TV, mas “o suficiente para mostrar o perfil dos meus adversários”. CONVERSA No domingo à noite, João Fontes teve um encontro com o vereador Fábio Henrique e o ex-vereador Antônio Samarone, para discutir composições. Fontes diz que a maior preocupação é trabalhar para manter a eleição de Fábio Henrique a deputado estadual. Disse que PSL, PV e PTN não aceitam compor proporcional com Fábio. ADESIVO O ex-presidente da Petrobrás, José Eduardo Dutra (PT), está se movimentando bem para disputar o Senado. O seu nome já é certo na chapa majoritária. Alguns carros já circulam com o adesivo: “Pois Zé – O Brasil Conhece, Sergipe Merece”. Dutra tem acompanhado Marcelo Déda em suas viagens ao interior. CHATEADO O deputado estadual João da Graça (PTdoB) está descontente e pode deixar o grupo de apoio ao governador João Alves Filho a qualquer momento. Pensa até em não disputar a reeleição e apoiar outro candidato. Setores do governo não estão respeitando compromissos que foram fechados com ele na sua região. JACKSON O deputado federal Jackson Barreto (PTB), presidente da Comissão do Salário Mínimo, moderou o debate sobre o assunto, ontem, em Manaus. Participaram representantes dos trabalhadores, empregadores e aposentados, além de entidades de classe e membros do Congresso. PROGRAMA O PMDB mostrou o seu programa de televisão a nível nacional. Não tratou da questão política, mas deu maior ênfase ao deputado federal Jorge Alberto. Benedito Figueiredo fez um final como se tivesse deixando a presidência e declarou que não é de ficar em cima do muro, mas de fazer valer seus sonhos e conviver com a utopia. INDECISÃO O PMDB ainda não se definiu nacionalmente como vai ficar, mas seja qual for o caminho sairá dividido, porque a legenda perdeu a sua unidade. Em Sergipe conversa-se com todos os segmentos, em busca do que for melhor para o fortalecimento do partido. A indicação atual é que se mantenha ao lado de João Alves Filho. ANIMA-SE O governador João Alves Filho está nem animado com a reeleição. Sua assessoria detecta que houve uma subida nas pesquisas, depois das viagens ao interior e encontro com jóvens. João Alves tem agenda lotada durante todo esse mês e as pesquisas começam a mostrar uma redução da diferença entre Déda e ele, inclusive na capital. Notas ADIAMENTO O líder do PSB, deputado Alexandre Cardoso (RJ), na reunião de quarta-feira passada, pediu adiamento por cinco sessões da PEC que eleva de 70 para 75 anos o limite para a aposentadoria compulsória dos servidores públicos. O requerimento de Alexandre Cardoso será votado amanhã, às 15 horas, na comissão especial da PEC. LIXO NA TV O professor da Universidade de São Paulo (USP), Samuel Pfromm Netto, acusou a TV comercial brasileira de produzir e transmitir programação de péssima qualidade. “O bordel e o botequim com seus bêbados estão dentro de nossas casas”, disse, referindo-se à programação dessas emissoras em todo o país. O representante das empresas de televisão no conselho, Gilberto Carlos Leifert, repudiou as declarações do professor. “Fico indignado com a sua afirmação de que a TV comercial produz dejetos. Não podemos aceitar essa imprecação”. SALÁRIO A senadora Heloísa Helena (Psol) defendeu ontem o aumento imediato do salário mínimo para R$ 572, o que representaria cumprimento da promessa de campanha do presidente da República, Lula da Silva, de dobrar o valor em quatro anos. Para ela, o argumento de que a Previdência é deficitária não se sustenta. Em audiência pública, em Manaus, a senadora explicou que “a seguridade social é superavitária em mais de R$ 22 bilhões mesmo com a desvinculação da receita da União saqueando os cofres da seguridade em 25% do orçamento público”. É fogo O pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, foi barrado com sua comitiva na entrada de um show de forró, no final da noite de sábado, em Petrolina, Sertão. Os seguranças de Alckmin questionaram a falta de um carimbo no pulso dos integrantes do grupo – senha para acesso ao setor de mesas, onde a comitiva tentava entrar. O deputado federal João Fontes (PDT) está andando com segurança mantida por agentes da Polícia Federal 24 horas por dia. A ordem partiu do ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos, a pedido do presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB). Sexta-feira passada, João Fontes esteve na Polícia Federal quando recebeu orientação de como deveria se comportar nos próximos dias, para evitar qualquer atentado contra sua vida. Os policiais vão ficar à disposição do deputado federal João Fontes o tempo que ele achar necessário. As novas regras eleitorais que restringem os gastos de campanha e impõem maior rigor na prestação de contas à Justiça instalaram a paranóia nos partidos e nos candidatos. Todos os candidatos terão que reaprender a pedir votos sem distribuição de brindes, como camisetas e bonés, e sem showmícios, a febre das últimas eleições. O evangélico José Carlos de Jesus, membro da Igreja Universal do Reino de Deus, que dá sustentação política ao pastor Heleno Silva, diz que não tem compromissos com ele. A deputada estadual Ana Lúcia Menezes (PT) e o vereador Iran Barbosa ficaram animados com o sucesso do Forró das Estrelas. O Ministério Público de Sergipe e vários órgãos ligados ao meio ambiente estão preocupados com os principais afluentes do rio Piauitinga, que abastecem a população de algumas cidade.
Juizes de primeiro grau é contra a PEC e 75% dos juizes do segundo grau também discordam da proposta. O presidente da Anamatra, José Nilton Pandelot, diz que a PEC 457 “interessa apenas aos ministros dos tribunais superiores”.
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