A Cúpula das Nações Unidas, com seus 193 Estados-Membros (inclusive o Brasil) estabeleceram em 2015 importantes objetivos para a busca da efetivação do desenvolvimento sustentável (ODS). Com isso, definiu-se uma agenda com metas até 2030 (Agenda 2030).

Começaremos uma série de pequenos artigos, esclarecendo inicialmente o que é desenvolvimento sustentável, como estamos e quais os caminhos futuros que estão sendo apontados, para posteriormente voltarmos para a questão da água.

Conferência de Escolmo de 1972

A Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente Humano ocorreu em 1972 na cidade de Estocolmo- Suécia, sendo considerada um importante marco da preocupação ambiental pelas diversas nações mundiais.

Desta audiência, nasceu a criação do PNUMA, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e se inicia um movimento de reação ao Relatório Limites do Crescimento publicado também em 1972 pelo Clube de Roma ,que previa o colapso da economia e do meio ambiente planetário caso se mantivesse o ritmo de crescimento econômico adotado mundialmente.

Ecodesenvolvimento

Maurice Strong, na primeira reunião do PNUMA, em 1973, designou de Ecodesenvolvimento a busca de uma solução conciliadora do crescimento econômico  com o meio ambiente.

O Ecodesenvolvimento  teve suas bases teóricas estabelecidas por Ignacy Sachs na busca de soluções em diversas dimensões de sustentabilidade, tais como social, econômica, ecológica, espacial e cultural, mostrando dessa forma, que a solução não passava apenas pela questão estrita de meio ambiente, sendo complexa e multidimensional.

Comissão Mundial do Meio Ambiente (CMMAD)

Assim, a Comissão Mundial do Meio Ambiente (CMMAD) foi criada, buscando-se um diagnóstico e prognóstico da situação do meio ambiente planetário, focados nessa visão de harmonia entre economia e meio ambiente em várias dimensões.

A Norueguesa Brunt Gro Harlem Brundtland presidiu a referida Comissão, cuja missão era a de fazer essa análise do meio ambiente mundial dentro da visão do PNUMA e das bases do ecodesenvolvimento.

Relatório Nosso Futuro Comum

Dessa forma, tal análise foi efetivada de 1984 a 1987 e concretizada em um relatório denominado de “Nosso Futuro Comum” em que se oficializou como a busca do equilíbrio entre meio ambiente e economia o termo “Desenvolvimento Sustentável” em vez de Ecodesenvolvimento e foi propagada mundialmente após a Eco-92 que ocorreu no Rio de Janeiro.

Desenvolvimento Sustentável

Segundo o Relatório Nosso Futuro Comum, desenvolvimento sustentável seria a capacidade das gerações atuais satisfazerem suas necessidades sem, entretanto, prejudicar a sobrevivência das gerações futuras:

“O desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades. Ele contém dois conceitos-chave: o conceito de “necessidades”, sobretudo as necessidades essenciais dos pobres do mundo, que devem receber a máxima prioridade; a noção das limitações que o estágio da tecnologia e da organização social impõe ao meio ambiente, impedindo-o de atender às necessidades presentes e futuras”. (CMMAD, 1988, p. 46).

Inefetividade

De 1992 até agora não se pode afirmar que houve muito avanço na efetivação do desenvolvimento sustentável. Embora seja alvo de críticas ferozes como algo defendido por movimentos alarmistas, conclui-se, pelo histórico acima que, desde o seu surgimento, surgiu como uma alternativa moderada das Nações Unidas. Essa alternativa visa  a não imposição de crescimento zero à economia. Contudo, é necessária para que não somente tenhamos um “meio ambiente ecologicamente equilibrado” com uma “sadia qualidade de vida”, mas até mesmo para nossa sobrevivência e das gerações futuras.