Saudação a Bolsonaro e a Belivaldo

Como hoje é 31 de dezembro, esta é, portanto, a última coluna do ano. A atualização dela só vai se dar já em pleno ano novo, 2019, quando já estarão empossados o novo Presidente da República, Sr. Jair Bolsonaro, e os governadores de todos os Estados, incluindo o de Sergipe, Sr. Belivaldo Chagas. A posse de todos eles, governadores e vice-governadores, vai ocorrer durante o primeiro dia do ano, amanhã, portanto. O Brasil despede-se hoje do atual Presidente, Sr. Michel Temer, que chegou lá por vias tortas: era vice-presidente da República, colocado lá pelo então mandachuva, Luiz Inácio Lula da Silva, para obter apoio do PMDB, ao “poste” que Lula indicou para Presidente, D. Dilma Rousseff. Apesar de ter feito um governo apenas sofrível, ela impôs uma nova candidatura e assim foi reeleita para mais quatro anos. Ninguém aguentava mais o governo de Dilma quando sobreveio o impeachment que a defenestrou do cargo. A emenda, sem dúvida, foi pior que o soneto: chegou Michel Temer para arrancar-lhe de suas mãos, o título de pior Presidente que esta República já teve. Quem foi pior, Dilma ou Michel Temer? Cabe ao leitor destas mal traçadas linhas definir. O certo é que o povo brasileiro está sobrevivendo hoje com treze milhões de desempregados. Quem está empregado não sabe como vive sem reajustes nos empregos públicos e titicacas na empresa privada. Isto sem falar no crescimento quase zero nestes anos em que Dilma e Temer foram presidentes. É uma dupla que certamente o País não vai esquecer.

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Amanhã a tarde assume, no lugar de Michel Temer (que vai aguardar em casa os inúmeros processos que o aguardam) o Capitão da RR, Sr. Jair Messias Bolsonaro. Ele não é um completo estranho na política: é deputado federal por sete mandatos consecutivos. E continuaria a sê-lo, sem dúvida, não se dispusesse a entrar na aventura de uma candidatura a Presidente. Foi beneficiado pela mudança de humor da sociedade brasileira que se cansou das estripulias do partido dominante, o PT, e dos petistas de um modo em geral. É bem verdade que a sociedade clamava por um militar no governo, sem se lembrar que foi no governo militar, entre 1964 e 1985, que ocorreram os piores escândalos de corrupção (Bolsonaro já ensaiou até um “1964 foi uma grande mentira”). Foi o bastante para se mandar a política de esquerda para os escaninhos do inferno e tratar de eleger um deputado, antes de mais nada, Capitão Reformado do Exército, declaradamente integrante da bancada radical de direita. O que nunca se imaginou antes está acontecendo: o Brasil se volta à direita enchendo-se de esperanças mais para que Bolsonaro (um analfabeto em têrmos culturais e de políticas públicas) afinal faça um bom governo. Reduziu o número de Ministérios (agora serão apenas 22!, já tivemos até 39, um exagero, sem dúvida) com vistas a conquistar o apoio da classe média e tem entre os novos ministros nada menos que sete militares (também outro exagero – mas é que fora da caserna os relacionamentos do novo Messias é muito pouco…) Pois é, a partir de amanhã, Bolsonaro é o “dono” deste brasilzão de meu deus…). Que não faça muita besteira com ele, pois o brasileiro já não aguenta mais quatro anos de perfeita falta de sintonia, de um governo fora da realidade. Problema para resolver imediatamente: controlar seus filhos políticos – um deles, recentemente eleito Senador pelo Rio de Janeiro, e já fazendo besteira por todo canto.

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Em Sergipe, assume o governo do Estado aquele que já o governo desde abril último, quando Jackson Barreto deixou o governo para se tornar Senador: Belivaldo Chagas. Sonho frustrado: Jackson não se elegeu e teve tão poucos votos que chegou a surpreender seus principais concorrentes, entre eles o “eterno” senador Antônio Carlos Valadares que também foi derrotado na sua pretensão de se reeleger pela quarta vez. Ótimo, nos livramos de um sujeito ranzinza, prepotente ao extremo, que sonhava pôr o Estado sob o seu jugo, se conseguisse se reeleger e eleger o filho, Valadares Filho, governador do Estado. Foi essa dupla pretensão que fez o escriba torcer, afinal, pelo eleito, Belivaldo Chagas. Se tivesse o condão de adivinhar o futuro, e soubesse naquela época que ele preparava uma reforma administrativa que iria jogar no olho da rua quase mil servidores públicos, alimentando a lista de desempregados, ou que se tornaria o inimigo dos ocupantes de cargos em comissão, talvez tivesse pensado duas vezes. Mas, tá bem: Belivaldo foi eleito com uma excelente votação no segundo turno (mais de 300 mil votos de diferença) e agora toma posse amanhã. A solenidade vai ser na Assembleia Legislativa as 14h30, com transmissão por dois canais de televisão, o da própria Assembleia e a Aperipê TV. Belivaldo reduziu o número de Secretarias para poder sobrar dinheiro para implementar o seu plano de governo. Ex-deputado estadual e ex-Secretário de Estado (da Educação!), Belivaldo aposentou-se há poucos dias da Defensoria Pública (onde é que fica mesmo essa repartição?) e em breve acumulará uma outra aposentadoria, a de governador. Nada mal para quem começou a vida tentando ser vereador em Simão Dias e não conseguiu, e servindo a um político de quem era ligado umbilicalmente, Antônio Carlos Valadares. Em outras palavras, Belivaldo acompanha a vida administrativa do Estado já há muito tempo mas não foi um político sanguessuga. Chega ao Governo por suas próprias virtudes, sem o anteparo de Valadares ou de Jackson Barreto, muito menos de Marcelo Déda, o líder petista que já morreu. Belivaldo é homem sério, não fala muito, sabe o que quer e vai consegui-lo. Pena é que tenha botado tanta gente no olho da rua para concretizar a economia que precisa. Belivaldo chega ao governo amanhã sem ter o seu secretariado completo. Só anunciou seis nomes até agora, o restante só vai ser divulgado durante o mês de janeiro. É avesso aos conchavos políticos, embora ele seja um político de primeira linha. Vamos torcer para que tudo saia bem nos seus quatro anos de mandato.

Que 2019 seja um ano bom para ele e para todos os leitores desse colunão…

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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