Este espaço já deixou claro que é favorável a total transparência na administração pública. E essa transparência é mostrada para a população através de processos claros de contratação de serviços e material, de acordo com a Lei 8.666 que rege a licitação pública. Essa mesma lei tem seus artigos onde o administrador público pode realizar dispensas de licitação devido a uma série de artifícios. Há mais de um mês a imprensa de Sergipe vem divulgando uma polemica em torno das dispensas de licitações realizadas este ano pela Secretaria de Estado da Saúde. A oposição ao atual Governo do Estado vem afirmando que as dispensas chegaram a R$ 171 milhões. Seria um absurdo e um valor totalmente fora da realidade onde o gestor teria que encontrar muitas desculpas para justificar tais dispensas. Na verdade os números não ultrapassam os R$ 41,5 milhões. São altos também, e deveriam ser bem menores se no inicio do atual governo tivesse sido realizada uma ampla programação para que as dispensas não se sucederem até o segundo semestre. Para arrumar “a casa” seriam necessárias apenas algumas dispensas nos primeiros meses e nada mais. Quando a oposição denuncia que foram R$ 171 milhões em dispensas, na verdade ela está multiplicando os valores que são para seis meses em 12 meses. Ou seja, como se o valor for mensal e a validade das dispensas por um ano, quando na verdade foram de seis meses. A legitimidade para cobrar que sejam reduzidas as dispensas é da imprensa e de parte da oposição que também fez oposição ao governo anterior. Agora os que estavam no governo anterior e criticam hoje as dispensas de licitação demonstram incoerência. Basta dar uma olhada nos números do governo anterior na área da saúde para se descobrir que o mesmo gastou nos quatro anos quase R$ 180 milhões através da dispensa de licitação. Foram R$ 45,4 em 2003; R$ 69,9 milhões em 2004; R$ 44,3 milhões em 2005 e R$ 29,3 milhões em 2006. Está demonstrado que é preciso que a Secretaria de Estado da Saúde corrija o rumo e reduza drasticamente as dispensas emergenciais de licitação, através de um cronograma amplo de reposição de material e até mesmo de contratação de serviços. Coerência é criticar que foi errado no passado e é no presente. Incoerência é cobrar apenas de um gestor, esquecendo que no ano passado as dispensas eram algo normal. Não é normal, nem ontem, nem hoje nem amanhã. Vale também para quem é governo hoje. Se criticava no passado, deve dar exemplo hoje. Esse artifício, previsto na lei das licitações deve ser cada vez mais banido pelo administrador que não apenas pretende dar mais transparência, mas economizar dos cofres públicos. Mas essa transparência não pode ser confundida com a demagogia e a omissão de muitos… Ainda sobre a área da saúde I Os médicos do Sindimed em acordo com secretário municipal de saúde de Aracaju, Marcos deixarão de utilizar o TAS (terminal que registra os procedimentos nas unidades) para registrar a solicitação de exames e de medicações. A justificativa: LER e lentidão do sistema. Já nas unidades, entre os colegas, os médicos verbalizam que se não tiveram ganhos na greve, trabalharão menos. Pergunta-se: o sistema deles é mais lento que o dos outros profissionais? O que foi feito com todo material ergonômico que foi comprado pela SMS a pedido dos profissionais (cadeiras, apoios, leitores ópticos, etc.)? Por que eles não usam o que exigiram que fosse comprado? Só eles têm LER? Quem pedirá os exames? Quem digitará as prescrições dos medicamentos? O pessoal administrativo é diferente destes profissionais? O administrativo tem obrigação de realizarem procedimentos que eles têm obrigação de fazer? Absurdo! Será que os médicos são diferentes das outras categorias da área da saúde? Ainda sobre a área da saúde II A coluna recebeu a denúncia de que Uma funcionária da Secretaria Municipal de Saúde que se afastou para tratamento médico por acidente de trabalho, que ficou lesionada, teve que ser readaptada, agora foi comunicada que não tem direito à férias. O Ministério Público já disse que se trata de um absurdo! Ainda sobre a área da saúde III As informações repassadas dão conta que o Samu Estadual vive momentos difíceis com as denúncias dos profissionais. Falta fardamento, cada um comprou o seu, teve gente que para se proteger pagou mais de duzentos reais pra fazer um macacão. O pessoal não tem bota, capa de chuva, etc. Não se paga adicional noturno, não se paga férias, 13º salário e nem licença maternidade pelo salário real dos profissionais. Tudo em desacordo com a CLT. Tem enfermeiro que vai pro seu plantão e é impedido de cumprir sua carga horária por que não tem médico e fica devendo esta carga horária ao serviço. O profissional enfermeiro é autônomo, independente do profissional médico. Isso é contra a lei. Ainda sobre a área da saúde IV Ainda nas informações repassadas os profissionais avaliam que o hospital João Alves Filho está tendo bons resultados com o novo setor para pacientes em uso de ventilação mecânica. O número de pacientes que estão se saindo bem deste setor já o justifica. Muito diferente da situação do PS. Renan é inocente: prendam os jornalistas Com o título “Sede de Justiça”, o senador Almeida Lima (PMDB) enviou um artigo ontem para a imprensa de Sergipe. Tem um parágrafo que é uma verdadeira perola: “Estamos diante de uma mídia abjeta, desqualificada, torpe, impudica e manipuladora dos fatos e das pessoas, cujo objetivo é a difusão de que é poderosa para se fazer temida e, assim, fazer-se substituir às instâncias do Poder e, a partir daí, ditar os seus interesses e os interesses de quem, circunstancialmente, estiver a representar. Tudo isto tem sido obra da opinião publicada, uma resultante da divulgação distorcida de fatos e da “análise” desses mesmos fatos já distorcidos elaborada bem a gosto de uma parcela da sociedade que vive em conflito, até mesmo legítimo, com o Poder constituído e de outra parcela bem alienada que tem servido de massa de manobra e que tem trânsito permanente na Internet”. TC e o caso de polícia Uma foto bastante sugestiva do fotojornalista César de Oliveira, tirada no desfile de 7 de setembro na última sexta-feira. Na frente um policial do serviço de operações policiais da PM todo de preto, com capuz e um arma em mãos. No palanque, fazendo cara feia, o presidente do Tribunal de Contas, o conselheiro Carlos Pinna, que diga-se de passagem não foi citado em nenhum momento da Operação Navalha. Mas a cara dele retrata bem o momento atual do TC, é ou não é caso de polícia o envolvimento no conselheiro Flávio Conceição na Operação Navalha e continuar há quatro meses, mesmo afastado recebendo seus vencimentos mensalmente? Consultorias do governo passado Passados oito meses o atual governo não divulgou (ou será que não fez?) o levantamento de quanto foram gastos nos quatro anos do governo passado em consultorias. Foi uma farra grande denunciada por alguns poucos da imprensa. Agora, uma destas fundações, que ganhou muito dinheiro no governo passado está sendo representada em Sergipe nada mais nada menos por um ex-secretário que comandou importantes áreas. Pena que o Tribunal de Contas do Estado não investiga nada, mas o Ministério Público pode fazer alguma coisa, ou não? Déda consegue unir aliados em Lagarto Ao participar no último sábado, 08, em Lagarto da procissão e da 44ª Exposição e Feira de Animais da Região Centro Sul, o governador Marcelo Déda conseguiu (pelo menos por enquanto) unir todo os aliados no município. Num discurso não programado da Feira de Animais, Déda tinha ao seu lado o deputado Walmir Monteiro, o ex-prefeito Cabo Zé, o petista Juquinha e Manoel da Lagartense. Marcelo Déda foi bastante aplaudido e saiu de lá entusiasmado com a receptividade. Fiat do DER com três estudantes da UNIT Denúncia de um leitor, devidamente identificado e conhecido deste colunista: “Estava aguardando minha esposa na frente da UNIT (Farolândia), hoje (06) às 11:20H, quando saiu das dependências da faculdade um FIAT UNO (placa HZO 7286)do DER com 03 garotas(estudantes). Interessante que quando ia para faculdade pegar minha esposa, esse mesmo FIAT, vinha ultrapassando varios carros inclusive o meu, como se estivesse atrasado”. PDT discutirá eleições municipais O Partido Democrático Trabalhista – PDT, tem reunião nacional programada para esta terça-feira, dia 11, em Brasília, quando na oportunidade vai tratar das eleições municipais de 2008, e começar a organizar o IV Congresso Nacional do Partido.Está previsto também uma exposição do Presidente Nacional do PDT, Carlos Lupi, atual Ministro do Trabalho, sobre a presença do PDT no Ministério do Trabalho e Emprego.De Sergipe participam membros do partido, entre os quais o Presidente da sigla, Deputado Ulices Andrade e o Secretário Geral, Jorge Araujo que inclusive já encaminharam relatório com informações sobre o PDT em Sergipe. Atualmente, cerca de 70% dos municípios sergipanos já contam com diretórios municipais constituídos e com comissões provisórias. O partido segundo seus dirigentes se fortalece visando participar das eleições municipais do próximo ano e também para ter opções para as eleições de 2010. Olivier e o PT de Itabaiana De um leitor itabaianense: “Depois de ficar encantado com os discursos do filósofo “fio”, o ex-deputado Zé Milton de Zé de Dona, a ponto de chegar a convidá-lo a filiar-se ao PT, o petista Olivier Chagas, solicitou uma das vagas de emprego, para o filho de um radialista famoso na região. O detalhe curioso é que este mesmo radialista durante a campanha eleitoral do ano passado era um dos mais ferrenhos aliados do doutor João e nos seus comentários, lascava a madeira nos “companheiros”. Quem ouvia o rapaz garante que os termos mais brandos eram “quadrilha”, “mensaleiros”, “incompetentes”, e por ai vai. É como dizem os aproveitadores de plantão: “farinha pouca, meu pirão primeiro”. “Deu na foia menino!”. Deus me livre ! Do presidente do PT de Itabaiana, Gilmar Passos: “Caro jornalista, em resposta a sua matéria publicada em 04.09.2007 “Do PT de Déda, ao PT de Fio, quero informa-lhe que esta posição do petista Olivier Chagas de procurar o ex-deputado Zé Milton de Zé de Dona (Zé Fio), reflete tão somente pelo fato de Olivier ter-se lançado pré-candidato a prefeito de Itabaiana pelo PT. Quanto a filiação ao PT do ex-deputado, o seu Presidente e demais membros em Itabaiana é radicalmente contra e faremos de tudo para que esta possibilidade jamais se concretize, e, digo mais, também serei contra a filiação da esposa do ex-deputado (não mencionada na matéria) a vereadora Edilene Barros. Quanto as conversações do pretenso candidato acho legítimas e devem continuar”. Ele era exibido? Mas era um gênio… Para aliviar de tantas notícias políticas, muitas delas lamentáveis e que merecem críticas, um brinde á vitalidade e beleza da voz e do saber usar essa voz de Luciano Pavarotti, falecido há poucos dias. O tenor mais popular da história da música. Dizem que ele gostava de cantar em tudo que é lugar, nas praças, eventos e até nos bares e restaurantes, quando fechavam as portas e ele cantava para os garçons e poucos privilegiados que trabalhavam nesses locais.Ofereceu-se para cantar na célebre grande Praça do Povo, na China, para milhões.Gostava de gente simples. Por isso, as críticas dos mais esnobes de que ele era muito exibido! Exibido, comentam os defensores, mas que tinha o que exibir e com que genialidade! Já outros exibidos, como certos…deixa pra lá, somente exibem a chatice dos seus discursos e peripécias não muito corretas…” Economista lança livro O economista Saumíneo da Silva Nascimento, atual superintendente do Banco do Nordeste em Sergipe, lança na próxima quinta-feira (13), o livro “As Relações Geopolíticas da Agricultura Brasileira no Contexto Mundial”. O evento ocorre no Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe (Rua Itabaianinha, 41, Centro), a partir das 17h, e deverá reunir autoridades, professores, pesquisadores, colaboradores do BNB e imprensa. O livro é resultado da sua tese de doutorado pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) e tem como objetivo estudar as relações geopolíticas da agricultura brasileira com o resto do mundo, dentro de uma perspectiva do processo de ampliação da importância da agricultura no paradigma do comércio internacional. O livro foi editado pelo BNB, prefaciado pelo Reitor da UFS, Josué Subrinho, e será comercializado no dia do lançamento por R$ 20,00. Vou prestar vestibular … E agora? Para quem vai prestar vestibular uma boa pedida. No próximo dia 22 de setembro, no auditório Atalaia do Centro de Convenções, em Aracaju, será realizado um evento com o psicólogo e professor Léo Fraiman. O professor Fraiman trabalha temas como estratégias psicológicas para a preparação para o vestibular, empreendedorismo, orientação profissional, dentre outros assuntos correlatos. O evento será a noite, a partir das 19 horas. Maiores informações pelo e-mail lual_eventos@hotmail.com ou pelos telefones 3243-4559 ou 8134-1654 com Lúcio Costa. Inventor receberá título em Lagarto I O Engenheiro Mecânico, inventor e empreendedor, José Railton Souza de Lima, 42 anos, radicado em Lagarto, após ter sido reconhecido nacionalmente por conquistar o segundo lugar com o melhor invento do Brasil na III-Feira do Inventor em Florianópolis/SC e por desenvolver projetos há mais de 20 anos sempre levando o nome de Lagarto e Sergipe por onde passa, receberá o título de cidadão lagartense dia 19 de Setembro/2007, às 18h na Câmara Municipal de Lagarto. A iniciativa da homenagem é do senhor Floriano, historiador da cidade de Lagarto que acompanha a trajetória profissional de Railton. As máquinas e equipamentos industriais inventados por Railton ultrapassaram as fronteiras de Sergipe e se destinam a empresas de médio e grande porte de São Paulo, Paraná, Maranhão, Pará, Mato Grosso e vão além Brasil para outros países como os Estados Unidos, Alemanha, e Guatemala. Railton possui uma empresa de tecelagem e um Núcleo de Tecnologia de nome “Railton Faz” e tem uma página virtual na internet (www.railtonfaz.com.br), a qual expõe seus inventos e suas participações em eventos. Inventor receberá título em Lagarto II A nova patente que proporcionou a Railton o prêmio Mérito Exportação 2007 – VI Edição em Curitiba/PR é um equipamento que se destina à fabricação de briquetes com o reaproveitamento de material vegetal como serragem, bagaço de cana, casca de arroz, capim seco e sobras de madeira em geral. O grande destaque desse novo invento se deve ao fato de ser ecologicamente correto, pois tal material vegetal, antes jogado no meio ambiente, poderá ser transformado em energia renovável, através do processo de compactação com alta pressão, tornando o briquete em uma enorme fonte de renda sem alto custo e por conta da grande abundância de matéria-prima. Além do briquete, com a reutilização da madeira, torna-se desnecessário o desmatamento. O briquete pode ser utilizado não somente para queima industrial como padarias, pizzarias e caldeiras industriais como também para uso residencial em lareiras, churrasqueiras e muitos outros. Estadão: Déda prega “despaulistização” do partido I Entrevista do governador Marcelo Déda, de meia-página, publicada no jornal O Estado de São Paulo de ontem, 9. A coluna publica na integra a entrevista concedida ao jornalista Alexandre Rodrigues: O governador de Sergipe, Marcelo Déda, assim como seu compadre Lula (padrinho de uma de suas filhas), gosta de metáforas. Na última quarta-feira, numa solenidade em Aracaju, comparou a verdade ao sol. “Pode haver um eclipse, mas, como a luz do sol, a verdade sempre aparece.” Ao receber o Estado, o petista confirmou sua fé de que a verdade sobre o que levou petistas como José Dirceu às barras do Supremo Tribunal Federal brilhará, nem que ela seja produzida pelo julgamento. Aos 47 anos, ele brinca com o fato de ser classificado como liderança emergente do PT – “somos eu e a Barra da Tijuca” – e prega a “despaulistização” do partido. (ESP) Esse foi o primeiro congresso do PT no poder e depois da crise de 2005. Que partido o sr. viu? MD – Independente do mérito das resoluções, houve um esforço sincero para reduzir o espaço do conflito entre as forças que compõem o PT e produzir uma negociação para um grau de unidade necessário para os desafios que o partido enfrenta agora, sejam os do governo Lula, os das eleições municipais ou o de chegar forte e influente no processo sucessório de 2010. Estadão: Déda prega “despaulistização” do partido II (ESP) – É um grande desafio para o PT fazer o sucessor de Lula, liderando a chapa? (MD) – É um desafio para qualquer partido fazer o presidente. Eu diria que o desafio do PT é menor. Indiscutivelmente, o PT é o partido principal da coalizão. Mais do que herdeiro das realizações, o PT é o inspirador político, o formulador principal do processo que levou Lula à Presidência e dos resultados, especialmente no campo social. O PT não pode se furtar a disputar esse legado e a se afirmar como o partido do Lula. (ESP) – O sr. foi a favor da resolução pela candidatura própria em 2010? (MD) Não vejo por que antecipar o cardápio do jantar no café da manhã. É claro que o mérito da resolução é correto. Seria um absurdo, uma negação do próprio caráter político, se o partido do presidente Lula, num gesto de filantropia, dissesse que desiste de indicar o candidato à sucessão dentro da coalizão. Seria um gesto de ingenuidade política, de suicídio eleitoral. Minha divergência não é de conteúdo. O PT afirmar que quer fazer o sucessor do presidente é mais do que um direito, é um dever. (ESP) O que o sr. diz é que não precisaria colocar isso no papel agora? (MD) – Eu não achei correta a resolução. Ela formaliza, antecipa uma agenda contraproducente para o próprio partido que está no governo e para o presidente. Estadão: Déda prega “despaulistização” do partido III (ESP) – Para o senhor, o futuro do PT é menos paulista? (MD) – Eu espero, milito e trabalho para isso. Não porque desconsidere São Paulo. Defendo que São Paulo tenha seu exato tamanho, que é extraordinário. Nenhum partido será nacional sem reconhecer o peso e a dimensão exata de São Paulo. O que eu combato é o paulistismo ou a paulistização, que é – sei que isso vai irritar os paulistas vindo de um nordestino – uma abordagem provinciana da política. Eu já testemunhei encontros nacionais pautados por um ajuste de contas entre correntes internas paulistas que termina influenciando o debate de todos os diretórios do País. O Brasil é muito mais complexo do que São Paulo. O PT está hoje em todo o País. E essas novas vozes, que se encontram representadas em governadores como eu, Wellington Dias (Piauí), Jaques Wagner (Bahia), Ana Júlia (Pará), ou prefeitos como Fernando Pimentel (Belo Horizonte), precisam ser incorporadas e ter seu peso devidamente levado em conta na vida interna do PT. O PT precisa ecoar a sadia diversidade brasileira. A desigualdade regional é um dilema brasileiro que não pode ser incorporada à prática partidária. São Paulo tem candidatos importantes que têm que ser levados em consideração. Não é inteligente discutir um nome sem pensar em Marta Suplicy, Eduardo Suplicy ou Aloizio Mercadante. O que quero é que ao lado desses nomes se avalie o do companheiro Wagner, de Patrus Ananias, de Dilma Rousseff. Estadão: Déda prega “despaulistização” do partido IV (ESP) – Discursando no congresso, o presidente Lula disse que há partido igual, mas não mais ético do que o PT. A ética ainda pode ser uma bandeira do partido? (MD) – Sim. Se eu admitisse que não, teria que questionar a minha própria militância no partido e na vida pública. Se é verdade que o partido sofreu um drama terrível ao ser posto em xeque justamente diante da ética, é verdade também que as condutas individuais não podem ser debitadas na conta de quase um milhão de militantes. Talvez o que tenha mudado é que nós descobrimos que também somos vulneráveis. Talvez, em um certo momento da nossa vida, o partido se sentiu a palmatória do mundo e se armou de uma santa arrogância. (ESP)- Sem a reforma política, como evitar que o PT cometa os mesmos erros, como o caixa 2? (MD) – Os dramas que o PT está vivendo se devem ao fato de que não tínhamos anticorpos tão fortes assim para as práticas que já eram comuns nos outros partidos. Isso não justifica, mas nos permite examinar com maior amplitude a situação política. Lamento ainda irmos para a eleição dependendo de financiamento privado, de coligações menos programáticas do que deveriam ser, tendo depois que construir governabilidade não em cima de um programa, mas em vantagens, prestígio político, só me referindo à parte boa. (ESP) – A reforma política não poderia ter sido liderada pelo próprio presidente? (MD) – O problema é que ele seria tachado imediatamente de autoritário, seria logo acusado de querer o terceiro mandato. Então o presidente foi cauteloso. Talvez essa cautela tenha tirado velocidade e a profundidade da reforma, mas ele adotou uma posição que considero adequada, evitando que o tema virasse mais um ponto da disputa entre governo e oposição. O PAC da democracia seria a reforma política, só que esse não pode ser rubricado pelo presidente. Tem que ser fruto do esforço coletivo dos partidos e da própria sociedade civil. Frase do dia “E se eu disesse para abandonares/as cavernas da tuda mente?/Há melhores exercícios/á luz do sol e ao vento”. W.B.Yeats, poeta irlandês.
Foto: César de Oliveira
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