Semanas de moda como você nunca viu

Sob a luz pálida da sala de operação, uma jovem de traços asiáticos geme de dor. A aflição é tanta que o médico, como que para amenizar a situação, garante que a anestesia fará com que a paciente não se lembre do episódio mais tarde. No rosto dela, traços marcam as regiões a serem “melhoradas” com a cirurgia plástica. Já no outro lado do mundo e bem mais perto de onde estamos, transexuais brasileiras desfilam confiantes tanto nas ruas quanto nas passarelas, enquanto musas do funk carioca mostram o que é ser mulher bonita na periferia do Rio de Janeiro.

Musas do funk carioca levam apresentadora (no meio) às compras (foto: reprodução)

As cenas fazem parte de uma série produzida pelo site Vice.com, a Fashion Week Internationale, na qual a apresentadora Charlet Duboc explora semanas de moda bem diferentes daquelas que estamos acostumados a ver no circuito Nova Iorque, Paris, Milão e até mesmo aqui no eixo Rio-São Paulo. Mais do que acompanhar essas semanas de moda alternativas, a série também busca apreender o contexto social e cultural por trás delas.

Charlet já foi ao Paquistão, onde os desfiles são realizados num abrigo antibombas; para os Estados Unidos, onde cobriu semanas de moda com modelos plus size; para o Camboja onde acompanhou a primeira semana de moda da história do país; para Seul onde cirurgias plásticas são absurdamente populares e moda e estilo são levados muito a sério; e também para o Rio de Janeiro descrito como “a cidade mais sexy do mundo”.

A ideia de produzir a série partiu da própria apresentadora que, através de uma pesquisa na internet, descobriu que centenas de semana de moda acontecem durante todo o ano em praticamente todos os continentes. “Eu queria saber o porquê desses eventos estarem acontecendo e o que eles significam para as suas comunidades. A semana de moda era mais um pretexto para contar uma história maior sobre diferentes culturas”, afirma Charlet em entrevista a revista Vice. Acho que só pela intenção, é uma série que vale acompanhar, mesmo que seus episódios não passem de apenas um recorte da realidade. Como tudo o mais, aliás.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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