Sempre Flamengo

 

Era improvável que o Palmeiras tropeçasse tanto no Brasileiro após abrir cinco pontos na ponta. Era improvável que o São Paulo perdesse dois jogos nas três rodadas finais.

Era improvável que Flamengo, décimo colocado no primeiro turno, conseguisse 70% dos pontos nas 17 rodadas finais.

Era improvável que Petkovic ficasse em campo após o técnico Andrade mandar levantar a placa para substituí-lo por Fierro. A saída seria consequência de uma atuação ruim. Mas o árbitro Héber Roberto Lopes demorou a autorizar a saída do sérvio. E ele teve tempo para cobrar um escanteio.

Acertou. A cabeçada de Ronaldo Angelim entrou no canto do gol gremista. Era o segundo gol de zagueiro na partida -o primeiro foi de Deivid, enquanto o atacante Adriano passava em branco. Improvável.

O placar do Maracanã marcava 2 a 1 para o Flamengo. E esse foi o ponto final do jejum de 17 anos do clube carioca sem o Campeonato Brasileiro.

“Conseguimos colocar peças-chaves. Tivemos um pouco de sorte e competência”, contou o atacante Adriano.

A sorte esteve nos seguidos tropeços do time alviverde, que permitiram a aproximação. Inter e Atlético-MG também passaram a perder pontos. E, nas rodadas finais, o São Paulo perdeu dois de seus três jogos.

Sobrava a liderança para o Flamengo na penúltima rodada. Sem aspiração, o Grêmio se desenhava como uma presa fácil. Mais uma vez, não era o que parecia. Mas uma virada acabou com o jejum rubro-negro, num domingo de festa para o futebol do Rio: o Botafogo escapou do rebaixamento, assim como o Fluminense, este num jogo marcado pela violência dos torcedores em Curitiba.

O vice-campeonato ficou com o Internacional. São Paulo e Cruzeiro garantiram vaga na Libertadores. O Palmeiras, time que mais liderou o Nacional, ficou de fora. Improvável. (FSP).

 

O peso do técnico

 

O FLAMENGO foi campeão porque teve o melhor jogador do campeonato. Você pode escolher. Para mim, Adriano, para a CBF, Petkovic. Então, quem ganhou campeonato é o craque, não o técnico. A ideia é reforçada pela presença de Andrade. O técnico que começou sua participação no Brasileirão como interino, que ouviu nomes de Paulo César Carpegiani e Vagner Mancini como seus prováveis substitutos e terminou o ano coroado com seu primeiro título como treinador.

“Durante a carreira de jogador, não dava para saber que ele seria treinador”, afirma Zico, que ofereceu ao velho camisa 6 o primeiro emprego de técnico, no CFZ.

Andrade usa o maior time da história do Flamengo como referência tática, como ele próprio admite. Se o time de Cuca usava três zagueiros e Andrade não gosta de equipes que atuem assim, desmanchou o mito de que Leonardo Moura e Juan só podiam jogar se fossem alas. Juan passou a ser um jogador mais discreto -e disciplinado, também.

O mesmo vale para Leonardo Moura, embora este tenha sido o melhor jogador rubro-negro em momentos-chave, como a vitória sobre o Corinthians, em Campinas, quando o Fla assumiu a liderança pela primeira vez na campanha -e na penúltima rodada.

Então, Andrade mostra que qualquer um pode dirigir um time campeão? Não. Não use a ideia de que interino deve ser efetivado para economizar em pagamentos de salários e alcançar resultados melhores. Isso não é regra.

Regra é usar o bom senso para conduzir um elenco capaz de alcançar bons resultados. Celso Roth, do Atlético, tem fama de colecionar brigas e desafetos, quando suas equipes aproximam-se das disputas por títulos. Cuca pegou no pé de Adriano e não o largou enquanto o centroavante não decidiu entregar-se aos treinos no mesmo ritmo de seus colegas menos famosos. Andrade engole sapos e soma vitórias. Entender o craque é sua receita.

Se o maior Flamengo da história, afinal, sacrificava-se para Zico jogar, por que Willians, Aírton e Angelim não podem correr para Adriano e Petkovic brilharem? Podem.

Hoje, fala-se de todos eles, porque o Flamengo é um time. Dirigido por um ídolo. (Prancheta do PVC).

 

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Frase do Dia

“O homem troca de: casa, carro e religião. Troca de mulher, troca até de coração. Só não troca de time. O homem nasce, vive e morre FLAMENGO”.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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