SER OPOSIÇÃO

Na política, nada mais tranqüilo do que ser oposição. Ser oposição tem, na maioria das vezes, como objetivo ser contra apenas para obter o poder. Nenhuma responsabilidade tem a oposição com a construção de um país melhor para os seus cidadãos. Estamos vivendo em nosso país um momento que comprova as afirmações contidas no parágrafo anterior. O PT, enquanto oposição, sempre demonstrou ser contra a política econômica desenvolvida pelo seu antecessor; sempre pregou ser contra o FMI; sempre pregou ser contra o pagamento do serviço de dívida externa; sempre afirmou que o seu antecessor atendia interesses externos em detrimento de uma política social para resolver os inúmeros problemas existentes. Em 2002, quando o mercado viu que o presidente Fernando Henrique não conseguiria eleger o seu sucessor e que quem venceria as eleições seria o candidato do PT, que sempre demonstrou ser totalmente contrário às leis do mercado, provocou a crise que o país viveu naquele ano. No entanto, quando o PT assumiu o governo, o mercado percebeu que tudo aquilo que o PT pregava enquanto oposição era totalmente diferente do que o PT está fazendo quando chegou ao poder. Agora a situação mudou. O PSDB, o PFL e parte do PMDB, que foram governo, estão fazendo exatamente o que o PT fazia enquanto oposição. Aliás, o procedimento desses partidos é ainda pior, pois vem tomando atitudes totalmente contraditórias com o que executaram enquanto foram governo. A CPMF, criada e prorrogada no governo anterior, quando o governo atual também propôs a sua prorrogação teve que lutar contra o PSDB e o PFL, que se colocaram contra a prorrogação. Agora mesmo, principalmente pela situação deficitária da previdência, o governo decretou o aumento do salário mínimo de R$ 240,00 para R$ 260,00, ou seja, pelas conseqüências prejudiciais à economia brasileira, que um aumento maior do salário mínimo provocaria, não pode conceder um aumento maior. O que fizeram o PSDB e o PFL? Apesar de conscientes de todos os problemas que um aumento maior acarretaria, simplesmente votaram por um salário mínimo de R$ 275,00. E o pior, o PFL, como ontem o PT fez, puniu os deputados que votaram pelo salário mínimo de R$ 260,00. Edmir Pelli é aposentado da Eletrosul e articulista desde 2000 edmir@infonet.com.br

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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