Sergipe 200 anos, de Clodomir a Anderson

A pandemia contribuiu. O confinamento que ela nos trouxe dificultou muitas ações, é verdade. Mas não foi pretexto para que passasse, sem maiores celebrações, os dois séculos da  Emancipação Política de Sergipe, a nossa independência do controle baiano,  data magna de nossa história. O Oito de Julho passaria “batido” não fossem as ações da Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe, através de colóquios e da publicação que me chegou às mãos só recentemente, graças à gentileza do seu autor, o imortal José Anderson Nascimento: o álbum SERGIPE 200 ANOS.

Poderia até não parecer relevante comemorar, para uma sociedade que passou tanto tempo pra definir qual era mesmo a data da emancipação, se o 8 de julho ou o 24 de outubro. Passamos anos e mais anos em discussões inacabáveis até carimbar o passaporte. Para não ficar decepcionado e triste, o 24 de outubro recebeu outro galhardão: o Dia da Sergipanidade.

O autor de “Sergipe e seus Monumentos”, “Sergipe Del Rei”, “Perfis Acadêmicos” e “Cangaceiros”, que preside há longa data, sem perder o entusiasmo e dinamismo, a quase centenária Academia Sergipana de Letras, é um exemplo de estoicismo e determinação. Persegue seus objetivos com firmeza e de forma incansável, e por isso vai deixando um rastro luminoso de realizações, que tornam o sodalício um dos mais respeitados e resplandecentes do país.

A obra que trago a lume – SERGIPE 200 ANOS – é a única publicação impressa que celebra com propriedade essa efeméride. Não conheço outras. Os textos curtos, certeiros e precisos, bilingue, mescla-se com fotografias magistrais, que mostram um Sergipe pujante, rico pela natureza, que nos presenteia com tesouros magníficos, belas paisagens, cidades, monumentos e cultura popular. De tirar o fôlego!

José Anderson Nascimento

Para o deputado Luciano Bispo, presidente da ALESE, que patrocina a publicação, Sergipe 200 anos compara-se ao legendário  “Álbum de Sergipe”, de Clodomir Silva, editado cem anos antes, por ocasião do primeiro Centenário da nossa independência, só que este vem com textos leves e muitas imagens coloridas que levarão os leitores a viajar pelos recantos de Sergipe, do Litoral ao Sertão. Na Geografia destaco os belos cenários da Praia do Saco, em Estância, uma das seis regiões do Estado mostradas no livro, os últimos trechos do Rio Vaza-barris, quando ele serpenteia pela região do Mosqueiro, chegando ao Viral e ao Oceano Atlântico, o Baixo e o Alto São Francisco.

Na introdução da obra, o autor ressalta a participação dos fotógrafos Joel Luiz, Jesse Souza, Márcio Dantas, Edson Araújo, Jorge Carvalho, Jorge Henrique e Murilo Navarro, com olhares diversos “para as manifestações dos nossos principais ícones, os aspectos geográficos do nosso território, com destaque para as principais cidades, as suas instituições políticas, a economia, a educação, a cultura e turismo, envolvendo o seu patrimônio histórico, que refletem o gênio de um povo e a sua aspiração à imortalidade.”

   Sergipe 200 anos deve ter ampla circulação, ser levada a todas as escolas e bibliotecas, promover debates, para que os jovens conheçam as potencialidades de sua terra e se sintam estimulados à busca de mais e novos conhecimentos.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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