SERGIPE EM DISCUSSÃO

O governador João Alves Filho (PFL) desfilou sorridente, ontem à noite, no Congresso Nacional, depois de um encontro com o presidente do Senado José Sarney, do líder do PFL, senador José Agripino, do líder do PSDB, Arthur Virgílio, do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra, e do ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro. Depois de se discutir formas e soluções para poder por em votação o Orçamento da União, o governo resolveu liberar R$ 83 milhões para a construção da ponte que liga Aracaju ao município da Barra dos Coqueiros. O Ministério da Fazenda, através do Tesouro da União, estava negando certidão para que Sergipe contraísse empréstimo junto ao Banco Mundial, BNDES e outras instituições internacionais, alegando que o estado estava com problema com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A tese do governador João Alves Filho era de que a questão da LRF fora detectado no Legislativo e Judiciário, que fizeram os ajustes que a Lei exige.

Ontem, depois de fechado o entendimento para o empréstimo dos recursos para Sergipe por parte do BNDES, que fora suspenso pelo Governo sob alegação dos problemas com a LRF. O senador José Agripino Filho, líder do PFL no Senado, fez um pronunciamento no Congresso em que denunciou perseguição do presidente Lula ao Estado de Sergipe, porque o governador João Alves Filho lhe fazia oposição. Acusou adversários do governador de trabalhar junto ao Planalto para impedir a liberação de recursos para o estado. O senador Heráclito Fortes (PFL-PI) também fez um pronunciamento e confirmou o que dissera o seu líder Agripino Filho: “o governador João Alves Filho é perseguido de maneira impiedosa pelo Governo Federal”, disse Heráclito, acrescentando que o Ministério da Fazenda “sequer lhe dar uma certidão”. Segundo o senador piauiense, “o estado não tem culpa das divergências políticas”. Anteriormente o senador José Agripino advertiu que o “PFL encaminhava sim pela votação do Orçamento”, mas lembrou que o acordo feito com o “estado de Sergipe não pode ser esquecido”. Aproveitou e solicitou ao presidente do Congresso, Renan Calheiros, que não deixasse de ser cumprido um “entendimento que foi feito com o aval de vossa excelência”.

Calheiros tranqüilizou e disse que tudo que fora acertado seria feito dentro do tempo acordado…

O deputado federal Jackson Barreto (PDT) também discursou. Começou cumprimentando todas as instâncias que foram responsáveis pelo entendimento para que Sergipe pudesse tomar o empréstimo ao BNDES. Jackson contestou as declarações dos senadores José Agripino e Heráclito Fortes, de que houvesse perseguição ao governo do estado: “sou oposição ao governador, mas não faço oposição ao meu estado”. O deputado lembrou que o problema com Sergipe partiu de um parecer da Fazenda Nacional, declarando que o estado não cumpriu com a Lei de Responsabilidade Fiscal. A deputada federal Laura Carneiro (PFL-RJ) contestou o que dissera o colega Jackson Barreto. Disse que testemunhou, em reunião no Ministério da Fazenda, a forma como o governo de Sergipe foi tratado: “existiu perseguição sim! Tanto existiu que o presidente Lula, através do ministro Tarso Genro, mandou que resolvesse o problema”.

O senador Antônio Carlos Valadares (PSB) também falou para reforçar e aprovar a explicação do deputado Jackson Barreto: “se houve um acordo e não se viu contestação de uma parte ou de outra, não haveria necessidade de perseguir o governador João Alves Filho”. Valadares exaltou a posição “decente” dos parlamentares de oposição no estado e concluiu dizendo que “jamais concordaria com perseguição a Sergipe”. O senador José Agripino retomou a palavra para dizer que não discutia questões paroquiais, mas mostrou que se “Sergipe tinha problemas com a LRF o Ministério da Fazenda não lhe deu documento declarando isso para que resolvesse o problema e nem concedeu a certidão negativa. Sinal evidente de perseguição”.

Ao concluir a sessão, por volta das 23:30 horas, o presidente do Congresso agradeceu a compreensão do governador João Alves Filho, “que demonstrou bom senso e moderação, deixando que fizéssemos tudo da forma que fosse possível”. E concluiu: “o governador João Alves ajudou muito para a votação do Orçamento”.

 

 

ACORDO

O Governo Federal cedeu em liberar R$ 83 milhões para construção da ponte que liga Aracaju à Barra dos Coqueiros. O dinheiro já está à disposição de Sergipe.

Com a liberação desse recurso e de dinheiro para construção de um viaduto para Manaus, ficou garantido o acordo para votação do Orçamento da União.

 

CONDIÇÃO

O líder do PFL no Senado, Agripino Maia (RN), condicionou a votação à chegada em Brasília do governador João Alves Filho (PFL).

João saiu às pressas de Aracaju em um jatinho por volta das 18 horas e desembarcou em Brasília às 20 horas, iniciando imediatamente a conversa com o senador Renan Calheiros (PMDB).

 

AGRIPINO

O senador José Agripino Maia disse ontem a Plenário que ainda não conversou sobre o problema para composição do PFL e PSDB em Sergipe: “se puder contribuirei para isso”.

“O PFL e PSDB são parceiros a nível nacional e é natural que também sejam nos estados. É recomendável e lógico que isso aconteça em Sergipe”, disse o senador.

 

TASSO

O presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), também falou para Plenário que tem conversado com o ex-governador Albano Franco sobre uma coligação com o PFL em Sergipe.

Tasso acrescentou que ainda não está definida uma aliança, em razão de alguns impasses que “que devem ser superados”.

 

COM O PT

Tasso Jereissati tem certeza que não haverá coligação branca entre PSDB e PT em Sergipe, “porque precisamos de um palanque único com o PFL para eleger Geraldo Alckmin”.

Segundo Tasso, “nunca aventamos a possibilidade de alianças brancas nos estados, nem eventualmente em Sergipe”.

 

DISCUTIDO

Tendências de esquerda do PT discutiram, em reunião interna recente, a aliança informal com o PSDB, para as eleições de outubro.

A proposta de coligação informal não é aceita por essas tendências. O pessoal considerou que se trata do famoso “jeitinho brasileiro”.

 

CONTRAPOR

O pessoal das tendências à esquerda continua conversando para ver como vai se contrapor a essa composição informal.

O objetivo é sair com um documento se colocando contra a aliança branca. Segundo um dos membros da esquerda petista, “essa coligação tem o objetivo de burlar a verticalização”.

 

VALADARES-1

O senador Antônio Carlos Valadares (PSB) desmentiu, com irritação, a informação de que ele teria dito que o médico Eduardo Amorim (PSC) estava certo como vice de Marcelo Déda.

“É uma mentira deslavada”, disse ele, acrescentando que o ex-prefeito Luciano Bispo, de Itabaiana, é seu adversário e quer criar problemas para a oposição.

 

VALADARES-2

O senador Valadares disse ainda que jamais fez qualquer comentário em Simão Dias sobre uma coligação do PSC com o Partido dos Trabalhadores.

Irônico, o senador disse que desconfia que “o ex-prefeito Luciano Bispo está insatisfeito onde se encontra e deseja vir para o bloco da oposição”.

 

BENEDITO

O presidente regional do PMDB, Benedito Figueiredo participa hoje, em Brasília, de reunião com os demais presidentes regionais do partido.

A convocação é da Executiva Nacional para discutir a questão de lançar ou não candidato a presidente da República. É possível que o pré-candidato Garotinho participe.

 

OFERTA

Quando o pré-candidato a governador pelo PT, Marcelo Déda, esteve no PMDB convidou o partido para uma composição e ofereceu vaga na chapa majoritária e participação no Governo.

Não foi discutido se seria para vice-governador ou senador. Essa proposta consta de ata do partido. O PMDB não acertou nada com nenhuma candidatura.

 

PERSPECTIVA

O presidente do PMDB, Benedito Figueiredo, disse que não tem conversado com ninguém, porque precisa primeiro decidir como vai se comportar a legenda a nível nacional.

“Como vou conversar com João Alves ou Marcelo Déda se ainda não arrumamos a nossa casa”? Pergunta Benedito.

 

FONTES

O deputado João Fontes (PDT) defende uma coligação do seu partido com o PV, PPS e outros partidos de esquerda, para apoiar a senadora Heloisa Helena para presidente da República.

Fontes acrescentou que essa sua posição não impede que outros membros do PDT no estado conversem com outros partidos, como o PSDB.

 

 

Notas

 

ORDEM

Ao ser informado que o PPS decidiu apoiar um pedido de impeachment do presidente Lula, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, declarou que a entidade não será influenciada pelo PPS na análise do parecer sobre o impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“A Ordem é apartidária. Não nos interessa o que pensa o partido A ou B. Nos interessa sermos porta-vozes da sociedade civil. O que diz o PPS não vai influenciar a entidade”, afirmou Busato. A OAB pode pedir o impeachment.

ALMEIDA

O senador Almeida Lima (PMDB) apresentou requerimento para a instalação de uma CPI destinada a apurar irregularidades do governo denunciadas pela imprensa, mas ainda não apuradas. Ele conclamou a oposição a permanecer unida e, por meio dessa nova CPI, realizar as investigações necessárias.

Quer esclarecer os fatos relacionados à violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa junto à CEF e a relação mantida pelo presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, com o presidente da República.

 

OPORTUNIDADE

Almeida Lima entende que a instalação, neste ano eleitoral, de um CPI como a que ele propôs, justifica-se ainda mais porque o resultado das investigações dará oportunidade aos que concorrerão ao pleito de poder fazê-lo sem que, contra si, pese qualquer dúvida acerca de seu comportamento ético e moral.

Ele lembrou que sofreu uma tentativa de ataque à sua imagem, “até mesmo de linchamento moral”, por haver acusado o então Chefe da Casa Civil da presidência da República, José Dirceu, de participação no escândalo Waldomiro Diniz.

 

 

É fogo

 

Os crimes virtuais representam para as empresas uma ameaça maior que os crimes físicos. Segundo uma pesquisa encomendada pela empresa de tecnologia IBM.

 

Os números da pesquisa mostram que 38% das companhias brasileiras afirmam que as ameaças virtuais são mais perigosas, contra 23% que temem mais os roubos e furtos.

 

Para 39% dos 150 executivos brasileiros entrevistados, as ameaças virtuais e físicas têm pesos equivalentes.

 

O deputado federal Bosco Costa, presidente regional do PSDB, continua defendendo que o partido tenha candidato próprio.

 

O governador João Alves Filho (PFL) teve demorada conversas com prefeitos e lideranças do interior na segunda-feira à noite.

 

Os partidos estão querendo acomodar os candidatos proporcionais – estaduais e federais – em chapões. Já há briga sobre isso.

 

O empresário Ricardo Franco (PSDB) trabalha nos bastidores para formalizar a aliança dos tucanos com os petistas.

 

Nilson Lima (PT) está trabalhando na capital e interior para conquistar votos. Nilson é um dos bons nomes para deputado federal.

 

Itabaiana está em grande movimentação, neste final de semana, com a realização da Micarana. O

segundo maior carnaval fora de época de Sergipe.

A Micarana terá maior participação de políticos, este ano, já que se trata de um ano eleitoral. Muito candidato já reservou seu abadá.

 

O reajuste da prestação do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) será de 5,94% a partir de maio, segundo informou a Abecipe.

 

A quantidade de cheques devolvidos por falta de fundos aumentou no terceiro mês do ano, de acordo com o estudo da Telecheque.

 

brayner@infonet.com.br

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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