Priscilla Alcântara Foto Edson Nova |
O jornalista e músico Edson Nova esteve na Expo Cristã 2017, maior feira do segmento gospel da América Latina, em São Paulo e conversou com a cantora Priscilla Alcântara, Sandro Nazireu e os Arrais. Vamos conferir?
Priscilla Alcântara fala do papel da Igreja na arte, comenta a polêmica participação na Globo, e conta as novidades de sua carreira.
Na última edição da Expo Cristã, que ocorreu na cidade de São Paulo entre 17 e 19 de agosto, a cantora Priscilla Alcântara fez pequenas apresentações ao longo dos dias. Em entrevistas com jornalistas ela comentou a sobre o clipe da nova música “Tanto faz”, que gerou comentários por causa do visual diferente. “As pessoas perguntam ‘o que significa’? Gente, arte não precisa ter um significado apenas”, brinca.
Entre as novidades de sua carreira, a cantora contou que não pretende mais lançar um álbum de músicas completo de uma só vez – a estratégia agora é trabalhar lançando uma música de cada vez nas plataformas de streaming. A Sony Music, gravada de Priscilla, exibiu uma forte parceria com o Deezer ao longo de toda a feira. Outra novidade prevista para o próximo ano é um novo livro. Ela que já lançou livros de não-ficção, pretende escrever seu primeiro romance.
Em entrevista exclusiva à Infonet, Priscilla comenta sobre o público de Sergipe, conta como o trabalho na TV atrapalhava seu trabalho na música, comenta a polêmica participação no programa “Conversa com Bial”, da rede Globo, e comenta a importante relação entre a igreja e a arte.
Você já esteve duas vezes em Sergipe este ano.
O que você sente do público sergipano? Todo o pessoal lá de cima é sempre muito fervoroso na recepção, isso é muito divertido. A gente fica feliz de ir nesses lugares mais longe de São Paulo porque é mais difícil de ver a galera. Quando a gente tem oportunidade de ir para lá é sempre muito bom estar pessoalmente com o público.
Nas últimas edições da Expo Cristã você ainda não estava na atual fase de sua carreira [a última edição fora em 2012]. Você participava antes? Sentiu alguma diferença agora?
Participei bastante, mas eu ainda não tinha muita visibilidade no meio da música porque eu ainda estava fazendo TV. Então a TV consumia bastante da minha imagem, do meu tempo, e eu não conseguia focar na música. Quando eu saí deu para eu focar e meu público também. Deu para projetar bastante as minhas músicas.
Sobre a sua participação no programa do Bial, muitos comentaram que houve certa deselegância na forma como o debate foi conduzido. Você acredita que houve esse mau trato pela produção do programa?
Nunca. Eu achei perfeito. Achei que foi o que tinha que ter sido. Nunca fui tão bem recebida em um programa, fora que foi a minha primeira participação na Globo, e não poderia ter sido melhor. Eu adorei. A galera tá acostumada com o mesmo formato, e a gente pode falar de Jesus de outro Jeito. Eu achei tão tranquilo… Pude debater questões interessantes. Para mim, foi uma ótima experiência.
Você faz muitas experimentações nos seus trabalhos, musicais e visuais. Qual a sua mensagem para essa nova geração de artistas que nem sempre se prepara?
Por muito tempo a igreja se distanciou da arte, e isso foi um dos nossos maiores erros porque foi assim que a gente perdeu influência na sociedade em relação à arte. Arte é algo que alimenta o mundo, e o mundo tem se alimentado da arte da Babilônia porque os cristãos não se interessam mais pela arte. A partir do momento que a gente se interessar, a nossa influência também vai voltar. A arte é de Deus, a arte está em Deus, e eu tenho buscado muito não só estudo sobre a arte, mas tenho explorado também toda essa vertente artística que Deus me deu para Ele.
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Sandro Nazireu comenta as declarações de Daniel Diau
O cantor cristão de forró Sandro Nazireu se apresentou no palco principal da Expo cristã. Na ocasião ele comentou as declarações do cantor sergipano Daniel Diau [de que pensava em voltar à música secular por não achar espaço na música gospel] com exclusividade à Infonet. “Vou falar da minha experiência. Eu fui músico secular, toquei muitos anos na Banda Mel, com a Sara Jane, entre outros… Passei por todas as dificuldades que imaginar, e nunca desisti. Não estou falando do caso dele, não vou julgar ninguém, mas é preciso ver se a pessoa veio para Jesus ou se só trocou de palco. Se você que é músico secular quer vir pro evangelho por causa de uma carreira gospel eu digo: não venha nunca” afirma.
Sandro destaca que na música gospel os parâmetros são diferentes: “A única maneira de você se dar bem na vida, não só na música gospel, é você estando com Jesus. Quando apenas se troca de palco não aguenta, porque é totalmente diferente, os nossos parâmetros são outros. Vai além da Fama, além do dinheiro. Não estou dizendo que é a melhor ou a mais certa, mas é a minha forma de pensar. A gente nunca deve atrair um músico secular pela música, mas sim por Jesus”.
Sandro Nazireu também mencionou eu novo álbum, “Deus é Top”, que acaba de ser lançado pela gravadora Sony Music. Ele e sua assessoria discutem novos lançamentos de promoção, como singles e apresentações ao vivo nas redes sociais – quem quiser acompanhar, basta segui-lo.
Na ocasião, Sandro também fez uma declaração ao público sergipano: “O público em Sergipe é maravilhoso. É um lugar onde eu já fui muito e é um povo que eu amo demais e que me ama demais. Verdadeiramente lá é um país do forró, porque além de estar lá para louvar eu admiro muito os músicos de Sergipe”.
Tiago da dupla “Os Arrais” comenta carreira solo
Com o irmão André morando nos Estados Unidos, cantor se apresenta sozinho na Expo Cristã. Essa foi a primeira participação de Os Arrais na Expo Cristã. Como apenas ele mora no Brasil, suas aparições sozinho tem sido constantes – inclusive em entrevista ao site da revista Veja, quando foi classificado como “a nova cara do gospel brasileiro”.
Em entrevista exclusiva à Infonet, Tiago descarta a possibilidade de uma carreira solo: “O André acabou de ir embora do Brasil, a gente acabou de uma turnê juntos. Me apresento sozinho uma vez por mês e tem funcionado bem. O pessoal que acompanha sabe que eu fiz sozinho grande parte das músicas. No show, quando fazemos juntos, eu canto a maior parte das músicas, então é natural. Obviamente é sempre bom ter o André com a gente, mas o trabalho de Os Arrais é mais do que eu e ele juntos, é sobre as canções saírem e tocarem as pessoas”.
Apesar de André morar nos Estados Unidos, onde Tiago também já morou, eles não pensam gravar em Inglês e montar carreira internacional. “No momento a gente está pensando só no agora, um passo de cada vez”, afirma Tiago.
Na última turnê nacional, no mês de Julho, a dupla não passou por Sergipe. Perguntado sobre quando o público sergipano poderá recebê-los, Tiago explica: “A gente espera que logo. Vamos montando as turnês à medida que as pessoas nos convidam, e vai ser uma alegria muito grande passar por Sergipe.
* Além de jornalista e músico, Edson Nova tem mestrado em Comunicação pela UFS onde pesquisou sobre o mercado brasileiro de música gospel. É cristão, leitor compulsivo, e sempre em busca de achar um lugar no mundo onde caibam seus 1,90m de altura. É a essa figura que o blog e a jornalista Gleice Queiroz agradecem por essa cobertura e por compartilhar conosco.