Sete lições sobre golpe de 64 e sua ditadura

  “O jornalismo é o exercício diário da inteligência e a prática cotidiana do caráter.” Cláudio Abramo.

Por Antonio Lassance, cientista político. Reproduzido da Carta Maior, 9/3/2014.
      
Há 50 anos, o Brasil foi capturado pela mais longa, mais cruel e mais tacanha ditadura de sua história.

Meio século é mais que suficiente tanto para aprendermos quanto para esquecermos muitas coisas.

É preciso escolher de que lado estamos diante dessas duas opções.

1ª Lição – Aquela foi a pior de todas as ditaduras

No período republicano, o Brasil teve duas ditaduras propriamente ditas. Além da de 1964, a de 1937, imposta por Getúlio Vargas e por ele apelidada de “Estado Novo”.

A ditadura de Vargas durou oito anos (1937 a 1945). A ditadura que começou em 1964 durou 21 anos.

Vargas e seu regime fizeram prender, torturar e desaparecer muita gente, mas não na escala do que ocorreu a partir de 1964.

Os torturadores do Estado Novo eram cruéis. Mas nada se compara em intensidade e em profissionalismo sádico ao que se vê nos relatos colhidos pelo projeto “Brasil, nunca mais” ou, mais recentemente, pela Comissão da Verdade.

Em qualquer aspecto, a ditadura de 1964 não tem paralelo.

2ª lição – Qualificar a ditadura só como “militar” escamoteia o papel dos civis

Foram os militares que deram o golpe, que indicaram os presidentes, que comandaram o aparato repressivo e deram as ordens de caçar e exterminar grupos de esquerda.

Mas a ditadura não teria se instalado não fosse o apoio civil e também a ajuda externa do governo Kennedy.

O golpismo não tinha só tanques e fuzis. Tinha partidos direitosos; veículos de imprensa agressivos; empresários com ódio de sindicatos; fazendeiros armados contra Ligas Camponesas, religiosos anticomunistas. Todos tão ou mais golpistas que os militares.

Sem os civis, os militares não iriam longe. A ditadura foi tão civil quanto militar. Tinha seu partido da ordem; sua imprensa dócil e colaboradora; seus empresários prediletos; seus cardeais a perdoar pecados.

3ª Lição – Não houve revolução, e sim reação, golpe e ditadura

Ernesto Geisel (presidente de 1974 a 1979) disse a seu jornalista preferido e confidente, Elio Gaspari, em 1981:

“O que houve em 1964 não foi uma revolução. As revoluções fazem-se por uma ideia, em favor de uma doutrina. Nós simplesmente fizemos um movimento para derrubar João Goulart. Foi um movimento contra, e não por alguma coisa. Era contra a subversão, contra a corrupção. Em primeiro lugar, nem a subversão nem a corrupção acabam. Você pode reprimi-las, mas não as destruirá. Era algo destinado a corrigir, não a construir algo novo, e isso não é revolução”.

Quase ninguém usa mais o eufemismo “revolução” para se referir à ditadura, à exceção de alguns remanescentes da velha guarda golpista, que provavelmente ainda dormem de botinas, e alguns desavisados, como o presidenciável Aécio Neves, que recentemente cometeu a gafe de chamar a ditadura de “revolução” (foi durante o 57º Congresso Estadual de Municípios de São Paulo, em abril de 2013).

Questionado depois por um jornal, deu uma aula sobre o uso criterioso de conceitos: “Ditadura, revolução, como quiserem”.

A ditadura foi uma reação ao governo do presidente João Goulart e à sua proposta de reformas de base: reforma agrária, política e fiscal.

4ª Lição – A corrupção prosperou muito na ditadura

Ditaduras são regimes corruptos por excelência. Corrupção acobertada pelo autoritarismo, pela ausência de mecanismos de controle, pela regra de que as autoridades podem tudo.

A ditadura foi pródiga em escândalos de corrupção, como o da Capemi, justo a Caixa de Pecúlio dos Militares. As grandes obras, ditas faraônicas, eram o paraíso do superfaturamento.

Também ficaram célebres o caso Lutfalla (envolvendo o ex-governador Paulo Maluf, aliás, ele próprio uma criação da ditadura) e o escândalo da Mandioca.

5ª Lição – A ditadura acabou, mas ainda tem muito entulho autoritário por aí

O Brasil ainda tem uma polícia militar que segue regulamentos criados pela ditadura.

A Polícia Civil de São Paulo, em outubro de 2013, enquadrou na Lei de Segurança Nacional (LSN) duas pessoas presas durante protestos.

A tortura ainda é uma realidade presente, basta lembrar o caso Amarildo.

Os corredores do Congresso ainda mostram um desfile de filhotes da ditadura – deputados e senadores que foram da velha Arena (Aliança Renovadora Nacional, que apoiava o regime).

6ª Lição – Banalizar a ditadura é acender uma vela em sua homenagem

Há duas formas de se banalizar a ditadura. Uma é achar que ela não foi lá tão dura assim. A outra é chamar de ditadura a tudo o que se vê de errado pela frente.

O primeiro caso tem seu pior exemplo no uso do termo “ditabranda” no editorial da Folha de S. Paulo de 17 de fevereiro de 2009.

Para a Folha de S. Paulo, a última ditadura brasileira foi uma branda (“ditabranda”), se comparada à da Argentina e à chilena.

A ditadura brasileira de fato foi diferente da chilena e da argentina, mas nunca foi “branda”, como defende o jornal acusado de ter emprestado carros à Operação Bandeirantes, que caçava militantes de grupos de esquerda para serem presos e torturados.

Como disse a cientista política Maria Victoria Benevides, que infâmia é essa de chamar de brando um regime que prendeu, torturou, estuprou e assassinou?

A outra maneira de se banalizar a ditadura e de lhe render homenagens é não reconhecer as diferenças entre aquele regime e a atual democracia. Para alguns, qualquer coisa agora parece ditadura.

A proposta de lei antiterrorismo foi considerada uma recaída ditatorial do regime dos “comissários petistas” e mais dura que a LSN de 1969. Só que, para ser mais dura que a LSN de 1969, a proposta que tramita no Congresso deveria prever a prisão perpétua e a pena de morte.

O diplomata brasileiro que contrabandeou o senador boliviano Roger Pinto Molina para o Brasil comparou as condições da embaixada do Brasil na Bolívia à do Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI), a casa de tortura da ditadura.

Para se parecer com o DOI-CODI, a Embaixada brasileira em La Paz deveria estar aparelhada com pau de arara, latões para afogamento, cadeira do dragão (tipo de cadeira elétrica), palmatória etc.

Banalizar a ditadura é como acender uma vela de aniversário em sua homenagem.

7ª Lição – Já passou da hora de parar com as homenagens oficiais de comemoração do golpe

Por muitos e muitos anos, os comandantes militares fizeram discursos no dia 31 de março em comemoração (isso mesmo) à “Revolução” de 1964.

A provocação oficial, em plena democracia, levou um cala-a-boca em 2011, primeiro ano da presidência Dilma. Neste mesmo ano também foi instituída a Comissão da Verdade.

A referência ao 31 de março foi inventada para evitar que a data de comemoração do golpe fosse o 1º de abril – Dia da Mentira.

A justificativa é que, no dia 31, o general Olympio Mourão Filho, comandante da 4ª Região Militar, em Minas Gerais, começou a movimentar suas tropas em direção ao Rio de Janeiro.

Se é assim, a Independência do Brasil doravante deve ser comemorada no dia 14 de agosto, que foi a data em que o príncipe D. Pedro montou em seu cavalo para se deslocar do Rio de Janeiro para as margens do Ipiranga, no estado de São Paulo.

A palavra golpe tem esse nome por indicar a deposição de um governante do poder. No dia 1º. de abril, João Goulart, que estava no Rio de Janeiro, chegou a retornar para Brasília. Em seguida, foi para o Rio Grande do Sul e, depois, exilou-se no Uruguai mas só em 4/4/1964. Que presidente é deposto e viaja para a capital um dia depois do golpe?

O Almanaque da Folha é um dos tantos que insistem na desinformação:

“31.mar.64 – O presidente da República, João Goulart, é deposto pelo golpe militar”.

Entende-se. Afinal, trata-se do pessoal da ditabranda.

O que continua incompreensível é o livro Os presidentes e a República, editado pelo Arquivo Nacional, sob a chancela do Ministério da Justiça, trazer ainda a seguinte frase:

“Em 31 de março de 1964, o comandante da 4ª Região Militar, sediada em Juiz de Fora, Minas Gerais, iniciou a movimentação de tropas em direção ao Rio de Janeiro. A despeito de algumas tentativas de resistência, o presidente Goulart reconheceu a impossibilidade de oposição ao movimento militar que o destituiu”.

De novo, o conto da Carochinha do 31 de março.

Ainda mais incompreensível é o livro colocar as juntas militares de 1930 e de 1969 na lista dos presidentes da República.

A lista (errada) é reproduzida na própria página da Presidência da República como informação sobre os presidentes do Brasil.

Nem os membros das juntas esperavam tanto. A junta governativa de 1930 assinava seus atos riscando a expressão “Presidente da República”.

No caso da junta de 1969, o livro do Arquivo Nacional diz (p. 145) que o Ato Institucional nº. 12 (AI-12) “dava posse à junta militar” composta pelos ministros da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. Ledo engano.

O AI-12, textualmente: “Confere aos Ministros da Marinha de Guerra, do Exército e da Aeronáutica Militar as funções exercidas pelo Presidente da República, Marechal Arthur da Costa e Silva, enquanto durar sua enfermidade”. Oficialmente, o presidente continuava sendo Costa e Silva.

Há outro problema. Uma lei da física, o famoso princípio da impenetrabilidade da matéria, diz que diz que dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo – que dirá três corpos.

Não há como três chefes militares ocuparem o mesmo cargo de presidente da República. Que república no mundo tem três presidentes ao mesmo tempo?

O que os membros da Junta de 1969 fizeram foi exercer as funções do presidente, ou seja, tomar o controle do governo. O AI-14/1969 declarou o cargo oficialmente vago, quando a enfermidade de Costa e Silva mostrou-se irreversível.

Os três comandantes militares jamais imaginaram que um dia seriam listados em um capítulo à parte no panteão dos presidentes. A Junta ficaria certamente satisfeita com a homenagem honrosa e, definitivamente, imerecida.

Que história, afinal, estamos contando?

Uma história que ainda não faz sentido.

Uma história cujas lições ainda nos resta aprender.

Em Brasília, Jackson e Valadares conversam hoje
Está marcado para hoje, 12, o encontro do governador Jackson Barreto com o senador Valadares e o presidente estadual do PSB, deputado federal Valadares Filho. Será um jantar em Brasília. O cardápio todo mundo já sabe. Ninguém sabe é o resultado final: se será de fácil degustação ou indigesto.

Itabaiana: PMDB e PT dizem não a doação de terreno ao governo estadual
A incoerência na vida pública é vivida diariamente em Sergipe. Por exemplo, enquanto o governador Jackson Barreto apela para sensibilidade da oposição na AL, para aprovar o ProRedes, na Câmara de Itabaiana, vereadores do PMDB e do PT, fazem o caminho inverso pedido por Jackson Barreto (PMDB). Lá, eles votaram contra a doação de um terreno pela prefeitura ao próprio governo.

Terreno
O prefeito de Itabaiana Valmir de Francisquinho (PR) enviou projeto de lei a Câmara de Vereadores doando um terreno do município de aproximadamente 5 mil metros para que o estado através do Detran possa construir a sede própria do Ciretran de Itabaiana e que poderá também abrigar um prédio da Sefaz.

Urgência
O vereador João Cândido solicitou do presidente da Câmara José Roberto Oliveira,  urgência na aprovação do projeto, o que aconteceu na manhã de ontem, 11.Lamentavelmente, os vereadores de oposição Olivério Chagas (PT), Ivoni Andrade (PMDB) e Paulo Messias (PMDB) se retiraram do plenário para não votar, e segundo o vereador Olivério Chagas líder da retirada, o governo do estado não construirá nos próximos cinco anos o Ciretran.

Favoráveis
Votaram favorável ao projeto de doação do terreno os seguintes vereadores: João Cândido (PSB), Edilene Barros (PSL), José Teles (PS), Zomas (PTC), Roosevelt Santana (PSB) e Vaguinho (PMDB).Os vereadores David Mota e Arivaldo Rezende não estavam na sessão.

Proredes deve ser detalhado para facilitar aprovação
O deputado estadual Zezinho Guimarães (PMDB) destacou a necessidade se detalhar o projeto que trata do Programa de Fortalecimento das Redes de Inclusão Social e de Atenção à Saúde (Proredes), através do qual o governo pretende tomar cerca de R$ 240 milhões, ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Detalhamento
“Como é um projeto do Banco Mundial, que é um organismo internacional, faz-se necessário esse detalhamento de como (e em que) serão aplicados os recursos. Esse é uma exigência do próprio Banco”, justificou Zezinho, ao defender que seja encaminhado a Assembleia Legislativa um anexo com todo o detalhamento para que os deputados possam apreciar, discutir e até alterar, antes do processo de votação da matéria.

Escola de esportes e Orquestra Jovem
Este espaço já elogiou o projeto Escola de Esportes lançado pelo governador Marcelo Déda que beneficia centenas de jovens na inserção social pelo esporte nos bairros Santa Maria e Santos Dumont em Aracaju e no município de Malhador. Agora outro importante projeto foi colocado em prática para inserção dos jovens: o projeto Orquestra Jovem lançado na manhã de ontem, 11, no bairro Santa Maria.

Renda mensal e música
O projeto proporcionará a 100 jovens de famílias do bairro, que possuem renda mensal de até R$ 70 per capita, contato com a música clássica, com vistas à futura profissionalização.O objetivo é que, após amadurecidas as aptidões musicais dos participantes, eles passem a fazer apresentações em conjunto e, posteriormente, garantir renda com o aprendizado.

Homenagem justa do Banese a Marcelo Déda
Ontem, 11, à noite, o governador Jackson Barreto,  ao lado da presidente do Banese, Vera Lúcia de Oliveira, da ex-primeira-dama de Sergipe e secretária de Estado da Inclusão Social, Eliane Aquino, parentes de Marcelo Déda, entre outras autoridades presentes, inaugurou a nova agência do Banese no bairro Santa Maria, que leva o nome do ex-governador falecido em dezembro de 2013.

Felicidade de Déda
“O Banese é o rosto, a cara do povo sergipano, representa oportunidade. Nós iremos ver no sorriso das pessoas aquilo que Déda pregou: a sua felicidade. Como homem público fico feliz em cumprir o papel de transformar realidades e continuar trabalhando porque o povo quer mais. O Banese está aqui para que novos empreendedores do povo tenham oportunidade. De coração, celebremos Déda, estamos cumprindo a nossa parte. Ontem, hoje e amanhã, o povo continua sendo a nossa inspiração para o trabalho", sintetizou Jackson.

Qualidade
“Hoje, nos seus 54 anos, nós não estamos comemorando, aqui, a passagem de Marcelo Déda, mas sim o aniversário dele com muita felicidade. Se há dez anos alguém falasse que teria uma agência do Banese no bairro Santa Maria ninguém acreditaria, ninguém nem sonhava que isso seria possível, e o banco está aqui, com a mesma qualidade de qualquer outro banco no Estado de Sergipe, o banco da 13 de julho, o banco do Santa  Maria é a mesma coisa; isso é gerar renda, é o que Marcelo Déda falava tão fortemente: de fazer política pelo direito e pela renda”, disse a ex-primeira-dama Eliane Aquino.

Função social
A presidente do Banese, Vera Lúcia  de Oliveira lembrou que o crescimento do Banese passa principalmente pelo lado social. “Hoje, pela manhã, já fomos procurados por poupadores, clientes que querem fazer sua pequena poupança, por aqueles que querem fazer empréstimos também. Vemos aqui, muitas indústrias, pequenos supermercados e a gente pode ajudar esta localidade alavancando estes negócios, dinamizando esta economia. Esta região precisa muito desta agência e aqui tem muita gente que será beneficiada”, explicou.

Segundo TCE, nada mudará no processo de Flávio Conceição
Ao contrário do que foi informado através de release pela assessoria jurídica do conselheiro aposentado Flávio Conceição, o Tribunal de Contas de Sergipe, informou que o conselheiro afastado não é parte do processo da Deso, julgado pela Segunda Câmara daquele órgão.

Processo administrativo continua
Portanto, a análise dos contratos mencionados não interfere no regular andamento do Processo Administrativo Disciplinar (PAD) acerca da sua aposentadoria compulsória, cuja data do novo julgamento logo será marcada pelo Tribunal.

Falta de medicamentos
O vereador Max Prejuízo (PSB) relatou na Câmara de Aracaju a falta de medicamentos em unidades de saúde do Município de Aracaju. “Estive hoje em três unidades de saúde, sendo uma no conjunto Augusto Franco, outra no conjunto Orlando Dantas e no posto de Saúde Sinhazinha e constatei que alguns medicamentos estão em falta há cerca de três meses”, disse o parlamentar.

Resposta
“É necessário que a secretária de Saúde dê uma resposta imediata com uma ação concreta, pois as pessoas estão sofrendo. Se está faltando recursos, se está faltando repasse por parte do Governo, coloque claramente para a população. Mas é preciso uma resposta imediata”, disse Max afirmando ainda que não adianta apenas informar o motivo pelo qual o medicamento está em falta nos postos de saúde, mas disponibilizar urgentemente a medicação para os usuários.

Outras categorias
“Ontem foi atendido um pleito dos médicos, nada contra os médicos, mas é necessário que se diga que os médicos têm a mesma importância em uma unidade de saúde que os agentes de saúde, os agentes de endemias, os enfermeiros e o serviço social”, concluiu Max dizendo que o pleito atendido é justo, “mas as demais categorias, também, devem ser beneficiadas, ouvidas e tratadas igualmente”.

Campanha: basta ao assédio e a violência contra a mulher
O Sindipetro AL/SE lança uma campanha com o lema Basta de Assédio e Violência Contra as Mulheres. Nesta quarta-feira, 12, acontece a primeira atividade da campanha. O sindicato dos petroleiros, junto com o Movimento Mulheres em Luta (MML), a CSP-Conlutas e outras entidades, realizam um ato em referência ao 8 de março, dia internacional da mulher. A concentração é a partir das 6h30 da manhã, em frente à sede da Petrobras, na Rua Acre.

Passeata
Por volta das 8h30, as mulheres seguem em passeata até o palácio do governo. São trabalhadoras petroleiras, da agricultura familiar, pescadoras, servidoras públicas e estudantes, da Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre (ANEL). O objetivo é cobrar respostas ao documento reivindicatório entregue em agosto do ano passado. São exigências ao governador do Estado pela aplicação de políticas públicas de combate à violência contra a mulher.

Decisões do STJ podem gerar benefícios para construtoras
Os associados da Associação Sergipana de Empresários de Obras Públicas e Privadas –ASEOPP, tiveram a oportunidade de conhecer na reunião-almoço desta semana cinco teses jurídicas já consolidadas no Superior Tribunal de Justiça – STJ, que podem gerar benefícios tributários para as empresas.

Escritório
As teses foram  expostas  pelo advogado Matheus Abreu Chagas, da BCP Advocacia, que tem escritórios em São Paulo e Sergipe, que participou da reunião-almoço através de convite do associado Eduardo José Araújo Costa.

Teses
Matheus Abreu Chagas apresentou as teses já consolidadas no STJ, sobre a taxa de Anotação de Responsabilidade Técnica – ART; Contribuição Previdenciária sobre verbas indenizatórias; PIS e CONFINS sobre ISS; Dedução dos matérias e das subempreitadas da base de cálculo do ISS e diferencial de alíquota do ICMS na aquisição interestadual de materiais.

Consolidadas
O advogado da BCP Advocacia deixou claro que todas as teses já estão consolidadas. “Não são aventuras jurídicas, já têm decisões pacificas que podem gerar benefícios tributários”, explicou. Após a explanação, Matheus Chagas tirou as dúvidas dos associados. O vice-presidente da ASEOPP, Francisco Costa, sugeriu que o escritório disponibilizasse um técnico da área de contabilidade para as empresas que se interessarem em ingressarem com as ações judiciais.

PMN e PV conversam
O presidente estadual do PMN, Antonio Luiz, teve uma longa conversa com o seu colega auditor fiscal Reinaldo Nunes, que comanda o PV em Sergipe, sobre o posicionamento dos dois partidos em relação ao processo sucessório deste ano e, especialmente, com relação ao apoio ou não a uma candidatura ao Governo do Estado. Cada um tem suas posições, mas é possível que os dois partidos caminhem juntos. Nova conversa vai acontecer depois do dia 4 de abril, data limite para as desincompatibilizações.

Solidariedade
O senador Eduardo Amorim (PSC) se solidarizou com a família da jornalista, Sacuntala Guimarães, que passa por um momento de grande dor. “Tenho muita fé e sei que Sacuntala e sua família também a têm. Por isso acreditamos que Jatyla, sua filha, irá se recuperar. Mas, acima de tudo confiamos na vontade de Deus, na fé que nos fortalece e que nos sustenta nos momentos mais difíceis e delicados das nossas vidas”, disse Amorim.

Solidariedade II
Eduardo Amorim lembrou, ainda, que ontem, 11 de março, o ex-governador de Sergipe, Marcelo Déda, estaria completando 54 anos, não estivesse partido no início de dezembro do ano passado. “Á época, por ocasião do seu falecimento, disse daqui da Tribuna desta Casa, que as divergências políticas se anulavam e ficava o sentimento cristão de fraternidade e respeito ao ser humano”, completou.

Dia do Consumidor
O vereador Lucas Aribé (PSB) foi o autor do requerimento da Sessão Especial em celebração ao "Dia do Consumidor", que acontecerá no dia 14 de março, na Câmara Municipal de Aracaju, com início às 9 horas. A sessão é comemorativa e tem como intuito discutir a prática do Direito do Consumidor em nosso Estado, na perspectiva de disseminar ações sustentáveis de efetivação das leis pertinentes. Em 2013, primeiro ano de mandato, o parlamentar também promoveu uma sessão de mesmo tema que contou com um debate enriquecedor.

Cinema Vitória
O Cine Vitória retoma as atividades nesta sexta-feira, dia 14. Após três semanas fechados por conta de problemas hidráulicos na Rua do Turista, o cinema traz três produções nacionais para a programação. Estarão em cartaz a animação ‘O menino e o mundo’, o drama ‘Simone’ e a comédia ‘Eu não faço a menor ideia do que eu tô fazendo com a minha vida’. Os ingressos são vendidos a preços populares.

Batistão: Seinfra finaliza plantio do gramado dentro do prazo
Como ficou estipulado pela Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra) responsável pela ampliação e modernização do Estádio Lourival Baptista, em menos de 20 dias foi concluída a colocação dos rolos de grama no campo de jogo do Batistão- que tem medidas de 105mx87m.

Ao redor
Mas os trabalhos com a grama ainda não chegaram ao fim. Após a concretagem dos novos vãos das arquibancadas (previsto para antes de abril), os operários ainda implantarão grama ao redor das quatro linhas, o que dará ao espaço melhor visual, maior comodidade e segurança aos atletas, em especial aos jogadores gregos durante a preparação deles para a copa do mundo daqui a 80 dias.

Cronograma normal
O secretário Valmor Barbosa, salienta que diariamente 170 operários trabalham nas diversas etapas da obra além do gramado. “Já estamos com as salas de aquecimento em fase de conclusão, onde serão introduzidos pisos de grama sintética. Também foram construídas saletas à disposição de treinadores. As cerâmicas já foram assentadas e parte da estrutura elétrica já foi organizada – faltando apenas a fiação. Estamos trabalhando dentro do nosso cronograma”.

Refletores
Sobre os refletores, eles se encontram em manutenção. Os que não tiverem condições de reforma serão substituídos, sendo que as lâmpadas e os reatores serão novos. Em breve, a pavimentação dos arredores do estádio será efetuada.

Agenda
12 de março, quarta-feira. Hoje é o dia do bibliotecário.
Tribunal de Justiça julga hoje processo sobre atraso de entrega de imóveis por construtoras. Após assistir à posse de Bachelet, em Santiago do Chile, Dilma retornou ao Brasil, onde a chapa está quentíssima nas relações entre o governo e o PMDB. Aliança PT/PMDB já está confirmada em seis estados. Movimento grevista de enfermeiros prejudica a campanha de vacinação contra o HPV. Governo estadual avança nas negociações salariais dos servidores. Ação sobre aumento das passagens de ônibus teve mais uma vez o seu julgamento adiado.

Curtas
PMDB DO RIO DE JANEIRO DESEJA AÉCIO E ALTERNÂNCIA DE PODER, AFIRMA O VICE-LÍDER DEPUTADO LEONARDO PICCIANI. /// EM DEPOIMENTO, DIRCEU NEGA USO DE CELULAR EM PRESÍDIO. /// SENADO AMERICANO ACUSA A CIA DE “HACKEAR” COMPUTADORES DO CONGRESSO. /// CITANDO DILMA, TEMER DIZ QUE PMDB SÓ DÁ ALEGRIAS, MESMO. /// MARCOLA, LÍDER DO PCC, É TRANSFERIDO PARA ISOLAMENTO. /// BLOCÃO DA CÂMARA IGNORA PLANALTO E DEVE CONVOCAR O MINISTRO DA SAÚDE, ARTHUR CHIORO. /// AVIÃO DESAPARECIDO ESTAVA FORA DA ROTA. /// BANCADA APOIA CUNHA: ATACAR LÍDER É ATACAR PMDB.

ESPORTE  – O  ESPAÇO DO ALCEU –  por Alceu Monteiro

Flamengo, Vasco e Fluminense reagem
Por aclamação, o presidente da Federação Carioca de Futebol, Rubens Lopes, foi eleito para cumprir mais um mandato à frente da entidade que comanda o futebol carioca. Três dos quatro grandes clubes – Flamengo, Vasco e Fluminense – publicaram carta aberta cobrando transparência na FCF e reivindicando uma série de providências que são indispensáveis para o fortalecimento do futebol no Rio de Janeiro. As restrições dos três clubes abrangem a área financeira, inclusive no que se refere às negociações com as emissoras de televisão. O Botafogo foi o único grande clube que não participou do movimento encabeçado por Flamengo, Vasco e Fluminense. O ex-presidente do Vasco, Eurico Miranda, foi o encarregado de saudar o presidente da FCF, que foi agraciado com mais um mandato na federação de futebol do Rio de Janeiro. Rubens Lopes chegou a ser cogitado para ser candidato de oposição na eleição da CBF, que terá lugar em abril. Mas depois resolveu aderir ao esquemão que domina o futebol brasileiro. É bastante provável que também na eleição da CBF não haja candidatura de oposição, o que é absolutamente lamentável. O atual presidente da Federação Paulista, Marco Polo del Nero, deverá suceder José Maria Marin, vez que a situação já conta com uma expressiva maioria das federações estaduais e dos clubes.

Confiança tem novo treinador
Trata-se de Betinho, que estava atuando no futebol do interior de São Paulo.

Copa do Brasil
Começa hoje, com a realização de diversas partidas, a Copa do Brasil de 2014. O Sergipe fará sua estreia enfrentando o Náutico, do Recife, às 20,30 horas, no Estádio Presidente Médici, em Itabaiana.

Taça Libertadores
Clubes brasileiros voltam a atuar pela principal competição do futebol sul-americano. Dentre eles, o Flamengo e o Botafogo.

Fato inusitado
Na próxima segunda-feira, 17 de março, quando Aracaju vai completar 159 anos, Sergipe e Confiança vão enfrentar-se, pelo campeonato sergipano, mas em partida que também tem caráter festivo, dentro das comemorações da mudança da capital. Tendo em vista o momento atípico atualmente vivido, face à reforma mais do que necessária que se realiza no Batistão, o clássico entre rubros e proletários vai acontecer no Presidente Médici, em Itabaiana.

PELO TWITTER

www.twitter.com/dimasroque  Ontem eu não morri, mas amanhã eu não morro.

www.twitter.com/ffariajr  O que cria raiz nunca morre, Vento jamais leva, Folhas jamais secam. E se cortar, volta a brotar. Boa tarde!

www.twitter.com/giselemartensen  Oposição é tão velha que repete a Revolta da Vacina de 1904. Ricos vacinam contra HPV as suas filhas, em clínicas particulares, há anos.

www.twitter.com/revinhogama Tweets Dói saber que o litro de whisky é um dos poucos amigos transparentes que eu tenho…

www.twitter.com/rogeraju  Algumas pessoas do PT deveriam ter vergonha na cara antes de dizer " meu amigo Marcelo Deda"  #prontofalei.

www.twitter.com/higorfb  as vezes fico triste com algumas pessoas do nosso partido, que tanto fiz e respeito, passam por mim como se fosse um estranho #VidaSegue.

www.twitter.com/RodrigoPaixaoSE  A maior dor é aquela que não cicatriza e sim necessita de muita reflexão, paz e fé. Para que assim consigamos evoluir.

DO LEITOR

Falta de manutenção no Parque dos Cajueiros, ciclovia e calçadão
Da leitora Márcia Soares:  “Uma das passarelas de madeira do Parque dos Cajueiros Governador Valadares está com vários buracos devido ao apodrecimento de diversas peças de madeira. Esse fato poderá causar acidentes para as pessoas que por ali transitam. Para agravar a situação, o citado trecho possui diversos postes de energia sem iluminação há vários meses. O mal funcionamento da iluminação também ocorre nos postes de iluminação do calçadão que vai do Shopping Riomar até o seu final. Outra situação de falta de vistoria e manutenção são as condições da ciclovia pelo fato de apresentar vários buracos e irregularidades no piso de cimento dificultando a passagem dos ciclistas por ali transitam. Vistoria e manutenção da coisa pública são essenciais!”

Sobre o mensalão
Por Abrahao Crispim Filho: “Viram como desapareceu aquele papo sobre as vaquinhas para os réus do mensalão? Após quase 200 pessoas colocarem o Gilmar no pau é que ninguém dirá mais nada mesmo. E o que é pior: a mídia deixará o dito pelo não dito. Acusou todo mundo, não apareceu irregularidade nenhuma, mas não haverá nenhuma matéria dizendo que não houve irregularidade. Mas, aí, cuidado, PIG: de repente, as pessoas podem decidir entrar na Justiça com um pedido de resposta a ser publicado pelos veículos que as caluniaram. Já imaginaram Folhas, Globos, Vejas e Estadões terem que publicar uma nota dos caluniados espinafrando jornais, tevês, portais que espalharam as calúnias do Gilmar Mendes?”

ARTIGO

A Penúltima cartada   por  Messias Gonçalves 

Estamos a menos de um mês da data limite para que governadores concedam “reajustes” e correções nos salários para os seus servidores públicos. Tudo por conta da legislação eleitoral. Os legisladores entenderam, quando da concepção da lei, que o contrário, favoreceria quem estivesse concorrendo a uma eleição, ou até mesmo favorecendo aos seus candidatos.
No caso de Sergipe, devido a LRF, onde Sergipe atingiu o limite prudencial, condição que a legislação não permite determinadas ações assim com priva de alguns outros procedimentos, como contrair empréstimos, os servidores não foram contemplados nem pelos reajustes constitucionais em 2013. Mas nem por isso, o governo cruzou os braços e deixou de lado um direito. Paralelamente a essa situação, foi elaborado um Plano de Cargos e Salários para de uma vez por toda, acabar com centenas de situações que só emperram o bom funcionamento da administração.
São dezenas de cargos e gratificações diversas, onde praticamente cada secretaria ou órgão, tem a suas próprias realidades, como se fossem vários governos em um só. E mais uma vez, a sua implantação esbarrou na LRF. Agora, tendo Jackson Barreto como governador, vislumbra-se que até a data limite, o plano será enviado à assembleia legislativa, para que os deputados votem neste que é o sonho dos funcionários públicos de Sergipe. Assim esperamos.
Levando em conta o que li e vi no plano que apresentaram aos sindicatos no ano passado, parece ser vantajosa por parte do governo a sua aprovação, como também para os funcionários públicos, ressalvando o item da METODLOGIA em que os senhores consultores sugeriram retirar uma conquista histórica, criada em 1977 quando o ex-ministro do STF, Carlos Brito participou da criação do Regimento Geral dos servidores, que é o avanço horizontal com conquistas salariais a cada dois  anos. Já pela proposta, esse benefício seria a cada quatro anos.
Caso isso ocorra (esperamos que não), seria criado em Sergipe, mais um “Fator Previdenciário”, cujos danos o trabalhador brasileiro já conhece, desde que FHC em uma das suas malvadezas, deu de presente. Essa medida representaria que só seria atingido o auge da carreira, com sessenta anos de serviço público. Ou seja, mais ou menos quando o servidor atingisse cerca de noventa anos. Dificilmente isso ocorrerá. Deve ficar como sugestão para os próximos concursos. Jamais mudar as regras do jogo durante o próprio jogo.
A tabela de vencimentos apresentada, também contemplaria os servidores, em consonância com a realidade orçamentária financeira do estado. E digo mais, mesmo que adotando aqueles valores, ultrapasse a limite, o governo poderia adotar algo como um pedágio, escalonando o excesso para alguns meses posteriores, como Deda fez com a Polícia Civil. O importante será finalmente estabelecer a valorização dos seus principais colaboradores.
Portanto, meu governador JACKSON BARRETO. Está em suas mãos,  retirar da cartola, como dizem, essa que poderá ser a sua penúltima cartada, já que a última chegará no tempo certo. Afinal de contas, o senhor priorizou servidores, como fez quando passou pela prefeitura de Aracaju. Não fará diferente com os servidores do estado. A minha certeza aumenta, quando presenciamos hoje está acompanhado por pessoas que só querem o seu sucesso, com Zezinho Sobral, na casa civil e João Augusto Gama, na Seplag. Justamente na pasta responsável pelas negociações. Boa sorte para nós.

ARTIGO

O que ler para conhecer os historiadores sergipanos  Gilfrancisco*

Este historiador agora na plenitude dos 48 anos é pura emoção e paixão que revive a cada dia acontecimentos histórico e fenômenos sociais do passado, revelando mundos mortos como se fosse matéria viva, um semeador de tempos, seguindo lado a lado, entrelaçados, dividindo com ela a prisão. Sei, portanto, o que somos, possuímos um propósito que consiste em estimular, inspirar e unir todo o povo sergipano através da história. Todos os tempos são tempos de transição para quem neles viva, e nesse ambiente de mudança e transformação é que vamos encontrar o professor Antônio Fernando de Araújo Sá envolvido em desafios cuja força e dedicação tanto contribuíram para o Estado. Não somente através das atividades desenvolvidas no Departamento de História e dos Programas de Pós-Graduação em História e Letras da UFS, editando revistas, realizando Congressos e Seminários, como no Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe na condição de membro da Comissão de História, da atual diretoria.

Capítulos de História da Historiografia Sergipana, publicação da Editora da UFS/IHGSE, apresentado pelo professor Estevão de Rezende Martins da Universidade de Brasília e abas do presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, Samuel Albuquerque. Dividido em seis capítulos; João Ribeiro e a historiografia no Brasil; Um ensaio de Geohistória: Ciclo do Carro de Bois no Brasil, de Bernardino José de Souza; Felte Bezerra e a Historiografia Sergipana; O historiador e a Cultura Popular: José Calasans e o folclore de Sergipe e Bahia; A Historiografia Sergipana nos últimos cinqüenta anos: tentativa de Avaliação crítica; e História da Historiografia Sergipana: a contribuição do Departamento de História da Universidade Federal de Sergipe. Vários desses estudos foram publicados anteriormente nas revistas do IHGSE, IGHBA e no livro Do Passado no Futuro, organizado por Raquel Glezer.

O que motivou ao autor escrever este livro foram suas observações feitas sobre a não inclusão de historiadores sergipanos na historiografia brasileira e que ganharam consistência entre os historiadores sergipanos. Os artigos reunidos no livro demonstram um vasto painel, certamente o mais amplo de toda a historiografia contemporânea sergipana, formou no conjunto um retrato vivo de história da historiografia no estado, com o conhecimento variado de tudo que lhe diz respeito e a que responde em linguagem que expõe, interpreta e opina. Fernando Sá com seu espírito histórico fornece o lastro ao espírito crítico, retomando o fio da meada deixado por historiadores e cronistas regionais que, por muito tempo ignorado da historiografia brasileira.  É nesse contexto que melhor poderemos compreender a natureza da historiografia sergipana, em que Fernando Sá fundamenta o seu juízo crítico, percebendo ser hoje o melhor momento para debater um assunto que exigiria um grande debate.

O professor Antônio Fernando de Araújo Sá nos dá a medida exata de um dedicado historiador, através dos Capítulos de História da Historiografia Sergipana, por isso é um dos excelentes escritores que se devem ler para conhecer Sergipe. Inegavelmente é um pesquisador de grande fôlego de atitudes, que segue na trilha de historiadores que marcaram e ainda marcam através de seus estudos a história de Sergipe: José Silvério Leite, José Calasans, Bernardino de Souza, Felte Bezerra, Ibaré Dantas, Beatriz Góis, Itamar Freitas e outros. Sem dúvida que Fernando Sá já leu muitos livros, em particular os de história, e estava, por isso, habilitado a escrever pelo menos um – aquele que nos indica o que devemos ler para conhecer os historiógrafos sergipanos. Tudo isso se explica, naturalmente, pelas condições naturais do autor: a julgar pelos livros que publicou até agora.

A publicação deste livro enriquece a biografia histórica de Sergipe, e nesse desafio o autor preocupado na formação em história dos estudantes da UFS, percorre trilhas e caminhos em busca de matrizes da formação do povo sergipano registrando a sua contribuição através de uma leitura sistemática de alguns historiadores sergipanos. Capítulos de História é uma obra indispensável a todos quantos se interessem pelas transformações sofridas na história de Sergipe, a que se tem de recorrer necessariamente sempre que se aborde esse tema. Trata-se, portanto, de um livro que para os historiadores profissionais de Sergipe retoma algumas questões críticas; para os estudantes de história, coloca uma problemática que precisa ser considerada.

Em conclusão, Fernando Sá é um “lógico” que chegou à historiografia pelo amor da história e levado por uma sensibilidade pessoal das mais delicadas e impressionáveis. O autor não se identifica, com o conformismo acadêmico dos colegas nem com uma lógica excessivamente clássica. Sem dúvida ele faz a diferença entre o singular e o plural, facilmente perceptível através dos textos em questão. Considero o professor Fernando Sá como mais um elo de continuação dos grandes historiadores sergipanos, na mesma tradição – embora com estilo completamente diferente – de José Calasans, José Silvério Fontes e José Ibarê Dantas, seu estilo é mais agressivo, mais acentuado na interpretação das questões abordadas, talvez por transitar por outras áreas do saber e continuar enamorado do marxismo.

É tempo de passar passando pelo passado, como um rio que lava as memórias com suas águas imundas e conhecer a História e os historiadores de Sergipe, para suprir a demanda de parâmetros que permitem assinalar uma sucessão de eventos entre a historiografia brasileira. Só tenho a lamentar que os professores da disciplina de História da rede pública do Estado desconheçam os historiadores sergipanos e dessa forma sejam incapazes de despertar aos jovens estudantes conhecimentos da nossa historiografia, e formar novos quadros futuros.

O lançamento do livro Capítulos de História da Historiografia Sergipana é oportuno para que A Secretaria de Educação juntamente com o Conselho Estadual de Educação, aprove aquisição de alguns exemplares e que os mesmos sejam distribuídos entre seus professores de História para melhor aprendizado sobre o conteúdo desta obra. Ampliando desse modo a capacitação de reflexão dos professores, para uma intervenção crítica e responsável no meio acadêmico. A nossa expectativa é que este livro contribua para que os professores entendam não apenas as transformações econômicas, a formação social, política e o folclore, considerados fundamentais para o entendimento da dinâmica interna e externa, na formação da sociedade sergipana, mas também aquilo que permanece. Sem dúvida o livro é fundamental para a autonomia de novos conhecimentos e para o exercício da cidadania.

*jornalista, professor, membro do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe e do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia . E-mail: http://gilfrancisco.santos@gmail.com

Blog no twitter: www.twitter.com/BlogClaudioNun  

Frases do Dia
“Todo homem tem opiniões, mas poucos são os que pensam.”

“Ser é ser percebido.”

George Berkeley, teólogo irlandês, nasceu em 12 de Março de 1685 e morreu em 1753

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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