Cartas do Apolônio Apolônio compõe a sua ode à Shana, a verdadeira Cicciolina sergipana. Lisboa, 18 de setembro de 2004 Caros amigos de Sergipe A vida em sociedade requer uma boa dose de sabedoria. É preciso tolerar certos dissabores para que não vivamos entrando em conflito com os nossos convivas. Existem pessoas que teimam em viver dando a sua cota de sacrifício pessoal em nome do bem comum. A pobre Shana é uma delas. Moça simples e batalhadora, sempre viveu apertada (ainda que depois de enviuvar do abastado dr. Percival, a coisa ter ficado bem mais folgada). Ainda assim, Shana nunca fugiu da luta. Nunca correu do pau, por assim dizer. Eis ali uma mulher de coragem. A conheci ainda na longínqua adolescência, quando me foi apresentada por uma namoradinha mais arisca. Estava toda molhada, coitadinha! Também pudera, chovia pra cacete naquela ocasião. Desde então simpatizei com a rapariga. E dei para ficar íntimo da Shana. Gostava de oscula-la com carinho, de ouvir as suas inquietações. Tornei-me, digamos assim, o seu fiel escudeiro, capaz de gozar da sua mais absoluta intimidade. E agora, tantos anos depois (anos com ó, evidentemente!) venho a saber que a Shana, a velha Shana vai disputar uma vaga no peito, digo no pleito que se avizinha. Pois então vos recomendo que votem na amiga. E dou-lhes cá as minhas razões. Religiosa, desde a mais tenra infância, Shana revelou-se a maior tocadora de órgão nas missas da igreja de N. Sra.de Edwirges na aprazível cidadezinha de Saco das Varas. Um inegável talento para as artes. Cresceu num ambiente pobre e hostil, é verdade, mas mesmo assim soube extrair da vida humilde e sacrificada, o seu quinhão de prazer. Ah, e como extraiu! Quis o destino cruel que Shana não viesse ao mundo com o dom da maternidade. Aliás, isso foi um alívio para a sua pobre mãe que economizou no Citotec e nos fitoterápicos chás de espirradeira. Com o passar dos anos (anos com ó, mais uma vez vos digo!), Shana cresceu e tornou-se esta mulher de grande coração que a todos recebe com a mesma alegria (ainda que com o Oswaldão a sua alegria seja inegavelmente bem maior!). Mulher de posições firmes, às vezes entra em atrito com homens de cabeça dura, que teimam em penetrar na sua intimidade (Shana não é de dar confiança para qualquer um, exceto os membros da torcida do Sergipe!). Por isso, tem feito alguns desafetos ao longo da vida, como o seu Armando Pinto, vizinho que teima em adentrar em sua alcova nas horas mais inconvenientes. Melhor seria fazer como o seu avô, o velho Serafim do Pinto, que consciente das suas condições geriátricas, limita-se a observa-la de longe, tal qual raposa faminta a babar por um galinheiro cheio de sassaricantes penosas. ‘Viagra e Cialis para toda a terceira idade’, eis a bandeira que sugiro para a futura vereadora junto com os meus votos de orgástica vitória. E mais não digo, pois a Sulamita acaba de chegar ao meu tálamo sagrado. Tenho muito o que suar a camisinha. Até semana que vem Um abraço do Apolônio Lisboa ©Copyright by Paulo Lobo Escritório Cultural
Shana, a rainha do Cialis
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