Três motivos que valem a pena conhecer Vitória

A bela vista de Vitória do Convento da Penha, localizado em Vila Velha
A bela vista de Vitória do Convento da Penha, localizado em Vila Velha

Sabe aqueles destinos que você conhece sem pretensão, mas quando está lá entrega muito mais? Vitória, capital do atraente Espírito Santo, pode se configurar na primeira da lista desses lugares. A cidade tem serviços que reservam um ar de que tudo funciona em seu devido tempo e espaço, ao mesmo tempo que espelha uma qualidade de vida propícia ao bom turistar. O TÔ NO MUNDO elenca aqui três motivos que valem a pena conhecer Vitória e a tornam única, e que por si só o turista já levaria uma boa impressão da cidade: a vista deslumbrante do Convento da Penha, as tradicionalíssimas panelas de barro de Goiabeiras e o mausoléu do Frei José de Anchieta, localizado no palácio que leva o nome do religioso, no Centrão de Vitória.

Convento da Penha

Sim, trago aqui o Convento da Penha como sendo um diferencial de Vitória, mas ele fica em Vila Velha! Não quero causar treta, mas as cidades hermanas sabem bem o que o principal cartão-postal do Espirito Santo representa e tem a entregar ao turista. Incrustado em um penhasco, não há outro lugar em solo vilavelhense que se tenha a mais bela vista de Vitória, ao menos, em solo público. E assim o Convento da Penha se configura como o local mais agradável para se apreciar a vista panorâmica da cidade e ter um parâmetro da linha do horizonte entre morros, praias e a famosa Terceira Ponte.

Incrustado em um penhasco, o Convento da Penha é o cartão-postal das duas cidades
Incrustado em um penhasco, o Convento da Penha é o cartão-postal das duas cidades

Alinhada a bela vista, a construção arquitetônica religiosa faz do Convento da Penha o principal cartão-postal capixaba, Patrimônio Histórico e Cultura do país. O início das obras data de 1558 com a chegada do frei Pedro Palácios, ou seja, um marco da história religiosa do país, com devoção à Nossa Senhora da Penha, que por meio de suas vestes inspirou as cores da bandeira do Espírito Santo.

É na Capela de Nossa Senhora da Penha, datada de 1568, onde o turista expressa mais um sentimento de surpresa, tamanha beleza da Capela-Mor e de seus salões no entorno. Revestido em madeira cedro em talha de cor escura e dourada, adornado com mais de 200 peças de 19 tipos diferentes de mármore nas colunas e retábulos, no centro do altar está a imagem da Virgem da Penha, de origem portuguesa, de 1569.

Altar-Mor da Capela chama atenção pela entalhe escuro com detalhes dourados
Altar-Mor da Capela chama atenção pela entalhe escuro com detalhes dourados

O turista ainda contará com trilhas de peregrinos para subir até lá, lojinhas de artesanato e lanchonetes, a primeira capela devotada a São Francisco de Assis e toda a história da Ordem dos Frades Menores da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil e da devoção à Nossa Senhora da Penha.

Mausoléu de Anchieta – Centrão 

Quando viajo, os centros históricos das cidades e os centrãoes de comércios populares são indispensáveis para se conhecer a “cor local”. O vai e vem de moradores, os turistas fingindo ser locais, as lojas comerciais que, por vezes, encobrem fachadas documentais da história de uma localidade.

Mausoléu do Frei Anchieta no palácio que leva seu nome no Centrão de Vitória
Mausoléu do Frei Anchieta no palácio que leva seu nome no Centrão de Vitória

E assim o centrão, juntamente com os mercados, formam um conjunto de signos e significados que tornam as cidades únicas. Em Vitória não poderia ser diferente. Posicionado entre a Baía de Vitória com seu estratégico porto e um penhasco, o centro histórico está para o Centrão comercial e vice-versa. Tem a decadência de da maioria dos centros das capitais brasileiras por falta de conservação, mas há um charme de uma Vitória pujante e antiga que deixa na arquitetura e nos espaços as marcas de um passado.

Escadarias do Palácio documentam os tempos áureos do centro
Escadarias do Palácio documentam os tempos áureos do centro

Vale abraçar a ideia de conhecê-lo a pé num sobe e desce de escadarias que parecem tornar o centro histórico de Vitória único, ou seja, as escadarias estão presentes e poderiam até ser símbolos da Capital Capixaba também. Espremido entre casarões e ladeiras, o Palácio Anchieta é um desses símbolos de Vitória entre os três motivos que valem a pena conhecer Vitória. Não somente por resguardar e documentar as histórias de abastardados, coronéis, governadores do passado, mas por estar ali o mausoléu do padre jesuíta espanhol José de Anchieta.

Não me atearei a sua história voltada à catequese indígena, nem seus escritos. Mas pelo valor histórico e humanista de um construtor da história do país ali sepultado, aberto à visitação pública. Os restos mortais do padre da Companhia de Jesus nascido em 1534, em San Cristóbal de La Laguna, Espanha, está ali num silêncio sepulcral que torna o espaço um local de adoração e oração, de paz e único.

Panelas de barro de Goiabeiras

É indiscutível que o ‘fazer’ de uma determinada arte é um agregador em potencial no ciclo do turismo. Quando o ‘fazer’ une-se ao ‘saber’, a arte deixa de ser um potencial para se configurar como um atrativo turístico que documenta quem faz, resguarda quem fez, delimita o espaço onde acontece essa arte e constrói história. Assim é a produção das panelas de barro de Goiabeiras, em Vitória, no Espírito Santos.

O saber alia-se ao fazer e transformam as panelas capixabas únicas e patrimônio
O saber alia-se ao fazer e transformam as panelas capixabas únicas e patrimônio

Faz parte aqui três motivos que valem a pena conhecer em Vitória e único no Espírito Santo. O bairro de Goiabeiras, secularmente, resguarda um saber fazer de panelas que tem origem indígena. Até hoje o barro vem da mesma área, é lapidado com seixo do mangue local e sofre secagem a luz do sol. As panelas ganham cor escura por conta de um chapisco com tanino retirado do mangue local. Todo esse processo torna as panelas de barro de Goiabeiras únicas e chanceladas pelo patrimônio como tal.

No galpão da Associação das Paneleiras de Goiabeiras situada à rua das Paneleiras, nº 55, de segunda a sábado, das 8h às 17, e aos domingos, das 9h às 15h, há visitação e compra de panelas, onde os turistas podem apreciar todo o fabrico.

Panelas da Goiabeiras são únicas
Panelas da Goiabeiras são consideras únicas e ganha a chancela de obras de arte

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Produção das panelas de barro capixaba de Goiabeiras, em Vitória

 

 

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