Um dia nos Lençóis Maranhenses

Sim! Os Lençóis Maranhenses estão na lista dos roteiros ainda a serem superados pela beleza. Considerado o maior campo de dunas do Brasil e um dos mais bonitos parques do mundo, os Lençóis compreendem 155 mil hec de parque nacional, entre três municípios bases maranhenses: Barreirinhas, Primeira Cruz e Santo Amaro do Maranhão. A melhor época para visita-los é de maio a agosto e há uma infinidade de lagoas interdunares prontas para acolher bem a quem visita num SPA natural de beleza, contemplação e relax. Os circuitos mais famosos consistem os da Lagoa Azul e Lagoa Bonita, quando o visitante está sediado em Barreirinhas. Um dia nos Lençóis Maranhenses é suficiente? Humm, difícil de responder, mas para quem quer colocá-los na lista ainda a ser superados, pode ser um bom começo.

Lagoa da Preguiça faz parte do circuito da Lagoa Azul
Lagoa da Preguiça faz parte do circuito da Lagoa Azul
Lagoa do S

A aventura começa de Barreirinhas aos Lençóis Maranhenses a bordo de carros adaptados e com tração nas quatro rodas. As estradas sinuosas e com trajetos alagados dão um tom da aventura, enquanto os turistas sacolejam na parte do fundo da caminhonete. Geralmente, os carros partem dos hotéis por volta das 8h. A primeira parada é na travessia do rio Preguiças e de lá são 40min de balanceio entre estradas de areia com biomas de caatinga e restingas amazônicas.

Eu fiz em um dia os dois circuitos principais. No turno da manhã, percorri um pequeno trajeto do circuito da Lagoa Azul. O guia recomenda tirar os calçados, deixar os pertences que não vão ser utilizados no carro e seguir descalços. E essa é sem sombra de dúvida a melhor forma. A areia não é quente e o contato direto com ela dá uma sensação de pisar no paraíso. O sol é intenso em determinados períodos do ano, mas as areias permanecem pisáveis e o ventos continuam úmidos.

 

Lagoa Azul foi o segundo circuito a ser visitado em um dia nos Lençóis

A minha primeira parada foi na denominada Lagoa Azul. Quando se tem o primeiro contato com a areia, com a brisa, percebe-se que realmente ali é um lugar abençoado, tamanha beleza. A água da lagoa realmente é azul e cristalina, com temperaturas agradáveis. Ali você já percebe que um dia nos Lençóis Maranhenses é pouco se quiser relaxar e passar mais tempo banhando-se.

Preferi conhecer outras lagoas e deixar para dar aquela relaxada já no final. O guia James me levou até a Lagoa da Preguiça, considerada uma das mais bonitas do circuito. Não aguentei deixar para o final do passeio e entrei nas águas cristalinas da Lagoa da Paz. E assim são inúmeros banhos e lagoas, uma após a outra, de diversos tamanhos e formatos, já que são mais de 155 mil hectares de parque nacional. Fui até a Lagoa do S, considerada uma das mais importantes para se ter uma vista do circuito.

Ali tive a impressão que os Lençóis são infinitos e que em proporção de grandeza também passava a chegar mais gente para visita-los. Banhei, caminhei, relaxei, senti o sol e brisa calmamente. A palavra mais posta em prática foi contemplar. O primeiro turno passou rápido como rápida chega a vontade de ficar mais. A aventura só está começando.

Embarquei novamente no carro 4 x 4 sob uma forte chuva de clima amazônico, ou seja, aquela que vai e volta na mesma intensidade. Percorri mais trechos de paisagens do pedacinho do Brasil visitado cada vez mais por estrangeiros.

A hora do almoço está por vi e logo percebi que o restaurante da Graça em meio ao oásis de areia serviria aquelas deliciais caseiras para poder continuar. São poucas as opções de restaurantes dentro do parque, mas o guia logo no embarque pergunta o que vai comer no almoço e quando cheguei no restaurante, não demorou 10minuntinhos para chegar aquele filé de pescada amarela grelhada. Também provei do ensopado de galinha de capoeira.

 

Lagoa Azul é uma das mais visitadas

Dez minutinhos de descanso, sustança em dia! Hora de voltar ao percurso de mais de 1h até chegar ao circuito da Lagoa Bonita. A primeira lagoa a ser visitada foi a denominada do Maçarico, uma grande área de agua da chuva entre lagoas que mais pareceria nunca ter sido acessada. Logo depois vem uma sequência de lagoas irmãs até chegar a tradicional Lagoa Bonita, conhecida por ter uma vista para apreciar o pôr do sol.

Ah, sim, é lá onde existem duas opções de chega. Essa que fiz de carro e que deixa visitante próximo e chega até ela por meio de uma caminhada de trinta minutos e a que o carro deixa num ponto de apoio com barraquinhas de comida e com acesso por uma escadaria de 160 degraus. O visitante escolhe.

Voltando ao pôr do sol. Ficou marcado na lista que breve volta para assisti-lo. Ele não quis aparecer em sua plenitude, mas irradiou seus raios entre nuvens para que deixasse um “quero voltar” no ar. De cima de uma das dunas tive a impressão de como é belo os lençóis de um lado um campo de areia distante entre a faixa de mar e a faixa de bioma amazônico. Um dia nos Lençóis Maranhenses é de confirmar que o paraíso existe.

Pôr do sol no circuito da Lagoa Azul

Na Bagagem

  • De fevereiro a maio chove bastante na região, quando ocorre a enchida das lagoas interdunares. De maio a agosto, chove menos, as lagoas estão cheias e é o melhor período para conhece-los. Setembro já começa a esvaziar e outubro a dezembro as lagoas poderão estar vazias.
  • Consulte uma agência de viagem que terá bons pacotes para oferecer de acordo com o seu sonho. Eu viajei com a Verdear Turismo, sediada em Aracaju. Ligue 79 3303 -6436 ou através do Instagram Verdear Turismo.
  • O principal embarque e desembarque de voos comerciais é em São Luís. Do aeroporto da capital para Barreirinhas são cerca de 259km, ou seja, cerca de 4h de viagem. As estradas estão conservadas e são sinalizadas, passando por municípios e povoados. Há poucos pontos de paradas na estrada.
  • Conversar com o condutor para sair mais cedo dos hotéis, até no máximo 9h, para não pegar uma enxurrada de gente nas lagoas. Os valores do transporte para os Lençóis a partir de Barreirinhas variam entre R$ 120 a R$ 140 e já inclui um condutor. O embarque é feito na porta do hotel. Não é permitida a entrada no parque em carros particulares e portando bebidas alcoólicas.
  • Barreirinhas é a principal cidade base para visitar o parque, pois possui melhor estrutura para hospedagem e alimentação e várias agências de turismo proporcionam passeios para o Parque Nacional e outros atrativos, como o passeio de lancha para a foz do Rio Preguiças e o boia-cross no rio Formiga.
  • Os que preferem mais aventura e longas caminhas a dica é o trakking partindo de Atins. Só chega no povoado de barco partindo de Barreirinhas (R$70) e a caminha pelos Lençóis duram de 3 a 5 dias, com paradas em casas de moradores. Há agencias especializadas e guias que organizam e conduzem. Os valores em média vão de R$ 1000 a R$ 2500 com diária do condutor, transporte e pernoites e alimentação em casa de moradores.
  • Para chegar em Santo Amaro é necessário percorrer a rodovia MA-402. A cidade possui pousadas e restaurantes e fica a menos de 2 km do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, que pode ser acessado a pé ou em veículos tracionados.
  • Os Lençóis Maranhenses fazem parte da Rota das Emoções, roteiro turístico que tem início no Ceará, cruza o litoral Piauiense e termina no Maranhão. Nessa rota é possível visitar três unidades de conservação federais: Parque Nacional de Jericoacoara, Área de Proteção Ambiental do Delta do Parnaíba e o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses.
Pôr do sol no circuito da Lagoa Azul

Gastroterapia

Arroz com cuxá e caruru maranhense

A culinária maranhense baseia-se nos frutos de mar e folhas, como a folha da vinagreira, um tipo de hibiscus, e a cuxá. Há o arroz com cuxá de cuxá. A diferença é que o arroz com o molho feito com a vinagreira, o gergelim, camarão seco, farinha de mandioca e pimenta do reino é servido a parte do arroz. O arroz de cuxá é o tradicional e já vem adicionado no cozimento com temperos. Há também os tradicionais tortas de caranguejo e camarão, em outros estados chamadas de fritadas.

O caruru também é típico, mas completamente diferente do baiano, com um caldo puxado para a maniçoba e que contém o caldo da folha da mandioca com quiabo.

Fotos: Silvio Oliveira

Instagram: @silviotonomundo

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