Software livre

Começo a coluna de hoje fazendo a seguinte pergunta: software é caro? Provavelmente a grande maioria das pessoas dirá que os softwares custam mais do que valem. Isso fica claro quando medidas econômicas, como o PAC, baixam os preços dos computares aos patamares atuais. Hoje é possível comprar um bom equipamento por pouco mais de R$ 1.000,00. Só que o hardware sem o software não serve para nada e esse mesmo computador, usando somente o Windows e o Office (da Micro$oft), vai te custar praticamente o dobro do preço.

Este é o grande motivo do usuário doméstico (e algumas empresas) usar software de forma ilegal, ou mais conhecido como cópia pirata. Até porque uma parcela significativa dos computadores que não são de grife (leia-se HP, Dell, Lenovo, entre outros) já vem como alguns softwares instalados “gratuitamente”. Esta prática vem gradativamente diminuindo, mas o estrago já foi feito. Hoje quase todos os editores de texto são Word e quase todas as planilhas são Excel. Alguém conhece algum concorrente sério do Word que seja pago? O Word acabou dominando por completo o mercado, mas já se perguntaram por que todo mundo usa esse editor de textos? Todo mundo usa porque todo mundo usa. Quebrar essa cultura é o nosso desafio nos próximos anos.

Como é possível lutar contra este monopólio? Devem ser oferecidos produtos com a mesma qualidade, só que com uma ROI (Retorno de Investimento) melhor. Isto é possível de ser feito com o chamado software livre. O investimento necessário para adotar algum software, no modelo de software livre, é significativamente menor que usando os softwares onde pagamos por licença de uso. É claro que terão que ser gastos recursos com outras áreas, como treinamento e consultoria, mas que colocando na ponta do lápis farão a diferença. Sem contar que o investimento será para capacitação do quadro de pessoal da empresa, ao invés de pagar royaltis para a compra da licença.

Olhando pelo lado das empresas, trocar um software por outro que tenha funcionalidades semelhantes e que não custe nada é uma oferta tentadora. Então qual é motivo delas não se utilizarem dessa estratégia? Muitas delas preferem usar cópias piratas (ficando irregulares) do que fazer um pequeno investimento nos softwares livres. Também é mais fácil achar pessoas já treinadas nos softwares mais usados do que nos outros menos populares. Além disso, tem a resistência normal às mudanças. Entretanto, estou convencido que a grande maioria das empresas não usa software livre porque não conhece. Dessa forma, cabe aos profissionais de informática indicar alternativas e uma delas é, com certeza, a utilização de software livre.

Olhando pelo prisma das softhouses é muito interessante desenvolver soluções com software livre. Não vai precisar pagar a fortuna que custam as ferramentas de desenvolvimento, tornando seus preços mais competitivos. Para os seus clientes, além de deixá-los dentro da lei, a softhouse vai cobrar apenas o custo da solução para o negócio, ao invés de ter que pagar licenças de sistemas operacionais, banco de dados, servidores de aplicação, entre outros. 

Bem, sei que não é em todas as situações que podemos utilizar software livre. Existem particularidades que devem ser respeitadas, mas é bom saber que existem alternativas e que elas podem economicamente fazer diferença.

 

Até a próxima semana.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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