Pouco mais de três décadas após o primeiro caso de AIDS diagnosticado no Brasil, em 1982, o estigma inicial relacionado à doença vem reduzindo cada vez mais contribuindo para diminuir o preconceito que prejudicava o desenvolvimento de estratégias de prevenção e o acesso ao diagnóstico e ao tratamento.
A Sociedade sergipana vem cada vez mais se envolvendo com ações solidárias dirigidas às crianças soropositivas. As crianças expostas ao HIV, com suas respectivas mães, também estão sendo apoiadas. As pessoas estão proporcionando dias de lazer em datas especiais como no dia 7 de maio – Dia das Crianças Soropositivas, e no próprio dia das crianças.
Nesta sexta-feira, dia 14 de outubro, será realizado mais um dia de Lazer na Praia, dirigido às crianças soropositivas e expostas, tendo como ponto de encontro, o Adrianos’ Bar, enfrente ao AABB da orla de Atalaia. O evento está sendo organizado por professores e alunos voluntários de algumas escolas particulares e terá a participação do Projeto Estrela do Mar, que realiza um belo trabalho junto às crianças especiais. Pessoas voluntárias da própria sociedade, professores e estudantes arrecadaram brinquedos e obtiveram doações de alimentos, protetor solar e outros materiais de uso pessoal. Estudantes e professores da Liga Acadêmica de Enfermagem em Sexualidade e Infecções Sexualmente Transmissíveis da UNIT também vão participar do evento, realizando atividades recreativas. O SESI – Serviço Social da Indústria doou bonés para as crianças e familiares.
Em Sergipe, já são 107 crianças diagnosticadas com o HIV. Somente em 2.015, foram diagnosticadas 7 crianças vivendo com HIV/AIDS. Cada criança diagnosticada com o HIV representa uma falha no pré-natal, pois os testes rápidos estão disponíveis na rede pública bem como o acesso aos medicamentos antirretrovirais nas principais maternidades.
A falha no pré-natal está ocorrendo por várias causas: gestantes que procuram tardiamente o serviço de saúde para iniciar a realização dos exames, o difícil acompanhamento às gestantes soropositivas usuárias de drogas, o diagnóstico tardio da soropositividade da gestante na maternidade em vez de ser feito na atenção primária e a existência de maternidades privadas que não oferecem os testes rápidos por não serem conveniadas ao SUS e alegando que “os planos de saúde não pagam os exames”.
Outras razões ligadas às gestantes e parceiros também contribuem para o nascimento de crianças com o HIV: o não uso da camisinha nas relações sexuais durante a gravidez, a não participação do parceiro sexual na realização dos exames durante o pré-natal.
A ação do dia 14 de outubro também acolherá também as crianças expostas, que são aquelas filhas de mães soropositivas, mas que, devido às medidas preventivas durante a gravidez e parto, nasceram soronegativas.