Sucessão começa a esquentar

Mesmo ainda estando há mais de um ano do processo eleitoral de 2006, quando os brasileiros voltarão às urnas para a escolha do presidente, do vice-presidente, governadores, vice-governadores, senadores, deputados federais e estaduais, aqui em Sergipe, a corrida sucessória aumentou a temperatura bem antes do tempo previsto. Contribuíram para isso inúmeros fatos. No entanto, alguns deles, se sobressaem. Um, foi a vitória do prefeito Marcelo Déda (PT) com 71% dos votos válidos, outro foi o cerco montado pelo governador João Alves (PFL) à administração municipal a partir da Câmara Municipal onde datem maioria simples e tem criado o máximo de dificuldades possível ao provável adversário.

 

Entretanto, um detalhe importante antecipou a corrida sucessória: as pesquisas eleitorais feitas pelo PT e pelo PFL. Elas levaram João Alves a tornar público seu desejo de disputar a reeleição e mais que isso. A se comportar abertamente como candidato. Para isso aproveitou o palanque criado pela OAB nacional para debater a transposição do rio São Francisco. Colocou os instrumentos de comunicação estatal a serviço “desse debate” e foi além: viajou aos Estados Unidos e ao retornar permitiu que seus partidários e aliados promovessem uma manifestação pública, quando literalmente, subiu no palanque rumo a 2006.

 

É uma jogada que pode dar certo. Porém, os riscos tão são muitos. O primeiro deles já se apresentou. Os servidores públicos, com os salários aviltados há décadas, aproveitam o momento para cobrar o que lhes acham de direito; um reajuste salarial digno. Nesta luta justa por melhores salários, obviamente, entra com força a questão política. Embora real, também não dá para dizer que a greve dos servidores é uma represália ao comportamento do governador no debate sobre a transposição do Velho Chico. O certo seria dizer que essa movimentação é fruto da antecipação do debate sobre a sucessão.

 

Logo, logo, o prefeito Marcelo Deda, que vem tendo seu nome lançado como candidato ao governo por vários aliados a exemplo do senador Valadares (PSB) e do deputado federal Jackson Barreto (PTB), tende a enfrentar problemas maiores ainda, não só com os servidores, mais fundamentalmente, com parcela da população de Aracaju que sente-se largada ao léu… Dada a lentidão das poucas obras que vem realizado em bairros como Coroa do Meio e Santa Maria e a distância mantida pela administração municipal de áreas como o Coqueiral. 

 

Como vêm, já estamos em pleno aquecimento eleitoral apesar dê estarmos há um ano e cinco meses da eleição.

 

Arrapongagem

Fica difícil saber quem está fazendo arrapongagem no episódio do debate sobre a transposição do Rio São Francisco. Será o ministro Ciro Gomes ou o deputado João Fontes. Do contrário, como é que ele ficou sabendo que a ABIN estava lhe monitorando? É uma pergunta que certamente só a ABIN e Fontes saberão responder.

 

Aos leitores

Amigos e amigas, em primeiro lugar peço desculpas pelo longo tempo sem atualização da coluna e em segundo informo, em especial aqueles que acompanham o desdobramento dos artigos sobre Laudêmio que não estamos parados. Nos próximos dias traremos uma entrevista com o presidente da OAB sobre o assunto. Ainda estamos conversando com parlamentares e até o momento só a deputada Susana Azevedo se prontificou a levar o tema para debate na Assembléia Legislativa. Aguardemos.  

 

josearaujo@infonet.com.br

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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