Sucessão estadual

O prefeito de Aracaju, Marcelo Déda (PT), candidato à reeleição, não aceita que nenhum dos seus aliados esteja falando sobre as eleições majoritárias de 2006. Principalmente que ele será o candidato e que deixará a Prefeitura dentro de mais 16 meses. Déda deixou claro, durante uma longa conversa com um político de sua confiança, que isso pode ser prejudicial ao trabalho que pretende realizar e até mesmo à sua campanha, embora considere que esteja em uma boa situação. Essa visão de futuro, que é válida, tem que ser avaliada como uma possibilidade, mas nunca em termos de certeza. Nada é certo para 2006, nem as eleições, caso vingue a idéia de se prorrogar por mais dois anos os mandatos, para se fazer a coincidência dos pleitos.

 

Como insinuou o comentário publicado ontem nesta coluna, sem dúvida a pergunta mais certa que um dos concorrentes à Prefeitura de Aracaju fará ao prefeito Marcelo Déda, durante o debate que acontecerá dia 30, transmitido pela TV Sergipe, é se ele promete cumprir o seu mandato até o final ou se vai interrompê-lo, em abril de 2006, para ser candidato ao Governo do Estado? Isso está muito claro, porque desde quando o prefeito se imaginou candidato à reeleição, que se fala neste assunto. Aliás, até mesmo dentro do bloco oposicionista, o comentário natural seria a indicação do vice. E se registrou tanta desconfiança de que haveria interrupção do mandato, que as legendas que fazem oposição no estado exigiram que o Partido dos Trabalhadores não formasse chapa única. A chamada Puro Sangue.

 

O receio aumentou e os comentários invadiram todos os setores da política sergipana, quando o secretário das Finanças, Nilson Lima (PT), se desincompatibilizou e colocou o seu nome à disposição para integrar a chapa. Provocou um certo incômodo dentro da coligação e os conselheiros foram convocados para contornar um problema que poderia provocar maiores dissabores a uma candidatura que nascia forte. Foi o próprio Marcelo Déda, usando de uma velha amizade com Nilson, que o fez desistir da idéia e retornar às Finanças, onde se encontra até hoje e, certamente continuará caso o prefeito seja reeleito. O próprio Nilson chegou a afirmar que não tinha o objetivo de tumultuar o processo, nem de criar obstáculos para o prefeito Marcelo Déda, mas considerava legítimo colocar o seu nome à disposição do partido, para ser o candidato a vice. Não aconteceu e tudo deu certo.

 

O prefeito Marcelo Déda, durante a campanha, em nenhum momento se referiu a qualquer fato que levasse a outra dedução em relação ao pleito de 2006. Garante que não vai revelar nada em nenhum momento, até porque considera que se fizesse isso cometeria uma leviandade. Entretanto, acha que também não deve antecipar uma posição negativa em relação à sua candidatura: “na política, vive-se também com um pouco de incertezas”, ensinou. O prefeito lembra que o governador João Alves Filho (PFL) é um candidato à reeleição em potencial, mas nem por isso vive divulgando que vai disputar as eleições em 2006: “daqui para lá tem muitas águas a correr no rio Sergipe”, disse Déda.

 

Marcelo Déda tem razão quando diz que se ficar na obrigação de disputar as eleições para governador em 2006 e o quadro atual mudar, tudo se transforma em um grave problema. Na realidade, alguns campos políticos tendem a se definir e vão se fortalecer para as eleições estaduais. É verdade que dentro do Partido dos Trabalhadores existem alas controversas, que defendem alternativas diferentes e nada pode ser feito sem discutir com o partido. Também precisa contar com a formação de uma chapa em que aparecem três candidatos majoritários e há também uma análise de perspectiva do eleitorado, que se manifesta quando as eleições estiverem mais próximas. Neste momento a questão é a Prefeitura. As eleições de 2006 serão outra história, até mesmo pela diferença das candidaturas.

 

Quanto à interrupção do mandato, em caso de uma decisão de disputa do Governo, o prefeito Marcelo Déda explica que dois dos três candidatos que lhe fazem oposição agora, terão que interromper os mandatos de deputado, para assumir a Prefeitura caso sejam eleitos. “Será que isso não quer dizer nada?” – pergunta.

 

CANDIDATO

O prefeito de Porto da Folha, Raimundo Rodrigues (PMDB), candidato à reeleição, diz que está com sua candidatura a todo vapor e que jamais pensou em desistência.

Raimundo considera que boatos sobre isso são para prejudicar a sua ascensão no município. Hoje ele faz dois comícios em povoados, com a presença do governador João Alves Filho.

 

ACIRRADA

A campanha em cidades do interior começa a ficar muito acirrada e tem provocado uma rede de boatos, que anunciam a desistência de candidatos.

O objetivo é desestabilizar quem está em fase crescente, para confundir o eleitorado e tirar proveito disso pelas suas circunstâncias.

 

TELEVISÃO

O candidato a vereador Zé Cuíca, de Pacatuba, deu aparelhos de televisão a duas famílias de eleitores. Tomou uma porque desconfiou que o pessoal não votaria nele.

Agora Zé Cuíca está prometendo distribuir cem bicicletas com os eleitores, para conseguir eleger-se. É bom que a Justiça apure isso…

 

ROGÉRIO

O secretário da Saúde do Município, Rogério Carvalho (PT), está participando de alguns comícios no interior do estado e apoiando candidaturas a prefeito e vereador.

Algumas lideranças políticas – e até parlamentares – já estão pensando que Rogério está se fixando para disputar uma vaga na Câmara Federal.

 

PROJETO

O projeto mais importante que chegou na Assembléia Legislativa, nos últimos dias, foi o da Parceria Pública Privada. Nada mais.

O PPP já foi distribuído a todos os deputados na Assembléia, mas em função das eleições nenhum deles ainda teve tempo para a leitura.

 

BELIVALDO

O deputado Belivaldo Chagas (PSB) acha que a Assembléia deve aguardar para discutir o projeto depois das eleições, porque vai ser difícil a presença de todos os parlamentares.

Belivaldo já conversou com o líder do Governo, Venâncio Fonseca (PP), sobre o assunto e ele concordou. Inclusive porque também espera a decisão do PPP de Lula.

 

POSIÇÃO

O governador João Alves Filho (PFL), em conversa com o deputado federal José Carlos Machado (PFL), disse que ficaria no partido que está.

Acrescentou que não tem nenhum motivo para deixar o PFL, que tem tomado posições importantes dentro do Estado.

 

MACHADO

Para o deputado José Carlos Machado, o senador ACM levou tudo na brincadeira e não deu importância ao pedido de expulsão do partido.

Machado disse que ele conseguiu o objetivo de tirar o discurso do PT na Bahia e o do PFL na Câmara e Senado.

 

EYMAEL

O presidente do PSDC, José Maria Eymael desembarca em Aracaju dia 21. No dia 22 fará caminhada pelo centro da cidade com candidatos a prefeito e vereador.

Eymael vai se reunir com a direção do partido no Estado e fará uma visita aos veículos de comunicação da capital.

 

DÉDA

O prefeito Marcelo Déda (PT), candidato à reeleição, vai definir os últimos dez dias de campanha na segunda-feira, quando se reúne com a coordenação,

Apenas uma coisa já está decidida: dia 30, quando haverá o debate pela TV-Sergipe, Déda vai dedicar o dia a troca de idéias com os assessores.

 

ITABAIANA

As eleições na cidade de Itabaiana serão a mais competitiva: Carlinhos da Atlética (PMDB) e deputada Maria Mendonça (PSDB) estão absolutamente certos que ganham o pleito.

A coordenação de Maria acha que as pesquisas mentem quando indicam percentual de indecisos: “aqui em Itabaiana não existe isso”, garantiu.

 

SINCERO

O vereador Antônio Samarone (PDT) foi sincero com o candidato a prefeito José Renato (PRP). Avisou que ele corre o risco de sair com um patrimônio eleitoral menor do que quando entrou”.

Samarone, que é candidato a reeleição, explica: “não houve adesão política e no decorrer da campanha ocorreram algumas perdas”.

 

FONTES

Uma das lutas do vereador Samarone, durante algumas reuniões, foi pra que o deputado federal João Fontes (PSol) aderisse à campanha, “mas não foi possível”.

Alem disso, Samarone diz que a campanha na televisão não empolga e acha que José Renato terá mais o voto ético do que político.

 

RECLAMAÇÃO

Uma das reclamações do pessoal do PDT é que não houve apoio da direção. O presidente do partido, deputado Luiz Garibalde, não esteve nos palanques.

Na avaliação de alguns candidatos, a tendência é que o PDT seja revisto depois do pleito, porque o partido está sem controle.

 

Notas

 

PETROBRAS

O deputado Antônio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP) fez pronunciamento, ontem, na Câmara, querendo saber como a Petrobras está repassando recursos para municípios e organizações não-governamentais. O parlamentar inclusive enviou requerimento à ministra de Minas e Energia, sobre o assunto.

A suspeita, segundo o deputado, é de que “para burlar a legislação eleitoral e a lei de Responsabilidade Fiscal, o Governo estava induzindo a Petrobras a repassas recursos a municípios administrados pelo PT”.

 

ARACAJU

O deputado Mendes Thame disse que teve informações de que no interior de São Paulo e em outras cidades, como Imperatriz e Aracaju, a Petrobras teria indicado ONGs, com caráter eleitoral, que teriam recebido recursos e iniciado obras vistosas de saneamento, estruturas viárias e readequação de parques.

Segundo o deputado, tais obras teriam de ser feitas pelo município e não por ONGs, que passam a fazer o papel de poder executivo municipal. Em Aracaju, o parque da Sementeira foi recuperado por uma ONG, pago pela Petrobras.

 

TRANSPORTES

O vereador Antônio Góis (Goisinho), do PT, deu entrada na Justiça, ontem, a uma Ação Popular contra as empresas de transporte coletivo de Aracaju, para que elas cumpram a lei que as obriga a depositar, numa conta conjunta com o SMTT, o percentual de depreciação dos ônibus, já incluído na tarifa paga pela população.

Goisinho anunciou que já fez o levantamento da frota que roda em Aracaju e constatou que essas empresas devem à população a importância de R$ 70 milhões, pelo não recolhimento. O dinheiro é para renovação da frota municipal.

 

 

É fogo

 

Os deputados estão defendendo que o Legislativo decrete um recesso branco até a semana em que ocorrerão as eleições municipais.

 

Não existe sessão plenária e nada tem para ser votado neste período, porque não existe nada a discutir. Os parlamentares apenas discursam.

 

Na Câmara Federal está acontecendo a mesma coisa. A bancada de Sergipe já está retornando, sem que nada tenha sido votado.

 

Tem vereador no interior comprando votos até por R$ 100,00, o que inflaciona o mercado sujo de consciências.

 

A coordenação de campanha de Sukita, candidato a prefeito de Capela, diz que ele não está fazendo uma campanha milionária naquela cidade.

 

O deputado estadual Gilmar Carvalho (PV) quer que a Justiça Eleitoral fiscalize as campanhas milionárias que acontecem principalmente no interior.

 

O prefeito Marcelo Déda suspendeu a campanha por dois dias, mas ninguém da assessoria explicou as razões.

 

O deputado Mardoqueu Bodano (PL) vai liderar uma campanha contra o uso de fumo pelos estudantes sergipanos. Deve começar tentando a proibição da venda a menores.

 

O deputado Fabiano Oliveira sugere que a Sectur invista para atrair turistas da Bahia, Alagoas, Pernambuco e de estados do Centro-Oeste.

 

Pesquisas indicam que o Brasil ocupa lugar de destaque no ranking de crimes praticados através da Internet.

 

Os contribuintes com direito ao recebimento das restituições de Imposto de Renda 2004 (ano base 2003), contidas no quarto lote liberado, já estão com dinheiro nas contas.

 

O volume de vendas de uma cesta formada por 160 categorias de produtos de consumo de massa nos supermercados cresceu 2,7% no primeiro semestre deste ano.

 

Por Diógenes Brayner

brayner@infonet.com.br

 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
Comentários

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao clicar em concordar, você estará de acordo com o uso conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Concordar Leia mais