SUCESSÃO NA OAB/SE – TEORIA DAS CONSPIRAÇÕES

Há quase um mês para as eleições da OAB/SE os “grupos políticos” da advocacia começam a procurar apoio entre os pares. Reuniões acontecem diariamente em escritórios de advocacia, restaurantes e em auditórios, pois está em jogo a administração da Casa da Democracia. Na verdade a OAB, foi criada para disciplinar os advogados e tornou-se, ao longo do tempo, um instrumento de defesa da cidadania, dos direitos humanos, do Estado democrático de Direito. Atualmente, porém, serve aos interesses de uns poucos, à custa da maioria, que paga, com sacrifício, anuidades exorbitantes e taxas de serviços absurdas. A Ordem não faz política partidária – em tese -, não há agremiações com ideários básicos diferentes, o que se visa é apenas o fortalecimento da entidade e de seus membros aliado a uma atuação social marcante. Isso sim é a OAB.

 

Divididos em dois grupos – situação e oposição – cada um conduz ou pretende conduzir essas idéias mestras atrás de seus interesses comuns. O atual presidente da Ordem, o advogado Henri Clay Santos Andrade, que possivelmente disputará o terceiro mandato tem apoio da maioria da classe. Henri Clay pode-se dizer que é um doutor em OAB, pois já ocupou a maioria dos cargos, inclusive presidente por duas vezes, mas como um bom estadista pecou em não preparar um substituto à sua altura que pudesse agrupar como o mesmo fez nas últimas eleições. Muitos até querem votar em Henri Clay, mas não concordam que a Casa da Democracia fique tanto tempo na mão de um só grupo como está, até porque os Conselhos Federal e Estadual são preenchidos com as mesmas figuras.

 

Além dos dissidentes, o grupo da situação carrega o desgaste natural de anos, digo, muitos anos. Vejamos: Edson Ulisses, hoje desembargador, apoiou César Brito, atual presidente da OAB Federal; César, por sua vez apoiou seu vice que hoje está excluso do grupo, Manoel Cruz; Manoel, que não podia fugir do acordo apoiou Henri Clay, cunhado de César, que habilidosamente foi para o segundo mandato e busca o terceiro. Caso não esteja errado o mesmo grupo, obviamente com os dissidentes naturais mantém suas raízes há 15 anos que é considero uma dinastia, podendo obviamente completar a maior idade à frente da Casa da Democracia que vendo por este prisma não é tão democrática assim.

 

Por outro lado, o grupo de oposição começa a construir suas lideranças, mas é formado pela sua maioria pelos separatistas de Henri Clay, logo possuem os mesmos discursos, ideais nobres ou por interesses ou vaidades pessoais a serem atendidas e isso não é privilégio só deles. As chapas que venham a ser criadas para uma eleição, contarão com colegas de todos os matizes, o que fará a diferença é a predominância de uma ou outra forma de se pensar a Ordem.

 

            Hoje a oposição é liderada pela defensora Emília Correia e pelo advogado Gênisson Silva. Gênisson Silva é brilhante na advocacia e campo pessoal, quiçá o maior especialista em direito esportivo e tem um bom acesso na imprensa, mas como tantos outros precisa sobreviver da advocacia e, como se sabe a OAB é mais que um status é uma devoção diária que pode vir a prejudicar a vida profissional do mesmo e isso pode influir na gerência da casa, filme este visto em administrações passadas. Quanto a defensora Emília Correia, esta afastar-se-á do cargo de defensora e com certeza poderá dedicar-se com mais afinco à classe o que pode ser considerado como uma boa vantagem à frente dos oposicionistas. Outro fato que tem a seu favor é que Emília foi a segunda mais votada para o Quinto Constitucional, ou seja, mostra que é boa nas urnas. Acredita-se que entra também um terceiro nome nesta disputa, mas ainda estudam a possibilidade de uma união com Emília ou Gênisson.

 

            O fato é que a oposição à atual administração não tem conseguido se organizar num grupo com discurso coerente. A dúvida do momento é sobre quem é capaz de assumir a Ordem e quem são esses grupos? Por essa análise observo que tudo indica que nessa eleição não haverá novas surpresas. Henri Clay sai na frente pelo preparo e experiência que têm junto a Ordem, basta analisar as gestões anteriores. Agora, torcemos que tudo ocorra num ambiente democrático sem ataques pessoais e pressões de qualquer natureza.

 

 

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(*) é advogado, jornalista com diploma, radialista, coordenador do curso de Direito da FASER – Faculdade Sergipana, mestrando em ciências políticas e Diretor Chefe da Procuradoria do DETRAN/SE. Cartas e sugestões deverão ser enviadas para a Av. Pedro Paes de Azevedo, 618, Bairro Salgado Filho, Aracaju/SE. Contato pelos telefones: 8816 6163 // Fax: (79) 3246 0444. E-mail: faustoleite@infonet.com.br.

 

 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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