TALENTO X OPORTUNIDADES

Estamos vivendo um momento sem precedentes na história da Humanidade, principalmente, por conta do avanço da tecnologia.

Todavia, o que muitos pesquisadores têm constatado  – para nossa surpresa e preocupação  – é que o modelo de desenho e de gestão de empresas do século 20, baseado fundamentalmente na hierarquia e na importância do capital e do trabalho não se coaduna com a necessidade atual das corporações de enfatizar a colaboração e criar riqueza pelos empregados talentosos. Como resultado todos afirmam a necessidade de se inovar a gestão.

Portanto, segundo Hamel[1], o novo desafio a ser enfrentado pelas organizações pode ser traduzido com a seguinte frase: “Como construir organizações que despertem e inspirem criatividade, paixão e iniciativa?”

Considerando que estas competências não podem ser impostas por decreto, quando muito podem ser desenvolvidas; tudo indica que o problema é realmente grave.

O que estamos vendo acontecer nas organizações de vanguarda? 1º. – O impacto da tecnologia de TI; 2º. Uma demanda quase agressiva pela inovação nas empresas; 3º. A presença marcante da primeira geração que foi ninada e cresceu manejando a web.

Por outro lado, outro problema aparece e necessita ser definido. O que consideramos, na verdade, como sendo talento? É de gente excessivamente talentosa que as organizações precisam? Hoje se considera que o talento já é quase uma “commodity[2]” e se uma empresa precisa de “talentos” e estiver disposta a pagar encontrará uma farta disponibilidade. Todavia, na realidade, o grande desafio que essa empresa irá encontrar será o de gerar lucros com esses talentos.

Na verdade, além do talento é necessário se conseguir fazer uma combinação bem sucedida do talento, da tecnologia e do desenho organizacional. Mas, se não for possível conseguir um ambiente organizacional no qual se consiga otimizar o desempenho do capital humano de nada adiantará ter pessoas talentosas na organização. Pesquisas dos centros de estudo em potencial humano há muito tempo informam que só utilizamos das organizações – em média – 10% do potencial humano; portanto, é só imaginar o que poderá acontecer nas organizações se conseguirmos com que as pessoas passem a utilizar no seu trabalho 20% do seu potencial. Sem dúvida alguma, este seria um importante elemento para criar valor para a organização.

Não resta a menor dúvida que se conseguirmos juntar a tecnologia com o talento das pessoas teremos ultrapassado um deslumbrante portal e, certamente com uma fabulosa transformação que acontecerá à medida que as pessoas aprenderem a utilizar o pensamento criativo e, a partir daí, permitir com que o fluxo das infinitas redes de decisões individuais possam ser tomadas mais facilmente e numa maior velocidade.

 

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[1] Entrevista de Gary Hamel: O que será da gestão dos gestores? Revista HSM, no. 68 – Maio/Junho 2008, pag. 59

[2] Uma mercadoria que pode ser comprada.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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