O clima espacial, em particular o do Sol, merece atenção pelos prejuízos que pode causar aqui na Terra, alertaram cientistas da Europa e Estados Unidos, durante a reunião anual da Sociedade Americana para o Avanço da Ciência (na sigla em inglês, AAAS).
A estrela tem passado por um período de relativa calmaria nos últimos dez anos, período no qual o mundo se tornou muito dependente de recursos tecnológicos potencialmente vulneráveis ao fenômeno.
Tom Bogdan, diretor do Centro de Meteorologia Espacial dos Estados Unidos, descreveu a sequência de eventos de uma tempestade mais forte: “No começo, a radiação eletromagnética ionizaria a camada mais externa da atmosfera, o que afetaria a atividade dos satélites dos GPS – o sistema pararia de funcionar,” afirmou aos jornalistas.
A interferência nos satélites de GPS poderiam acarretar não só problemas de localização como também inutilizar as maquininhas de cartão de crédito, que usam o sistema. Vinte minutos após a tempestade, uma descarga de prótons chegaria aos polos e ao equador, o que pode danificar seriamente os satélites de comunicação. E finalmente, 20 a 30 horas depois do evento inicial, um jato de átomos ionizados (conhecidos como plasma) causariam um bonito efeito de auroras boreais até a latitude do México, mas também poderiam induzir correntes elétricas em oleodutos e cabos de alta tensão, sobrecarregando o sistema elétrico ao ponto do colapso.
Com a aproximação de um próximo período de pico de atividade solar, em 2013, agências governamentais estão discutindo medidas preventivas para evitar maiores prejuízos. “O importante é não entrar em pânico”, disse Jane Lubchenco, diretora da NOAA, (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional). Um exemplo pode ser a Suécia, que montou um plano de contingência que inclui capacitores nas redes elétricas e paradas estratégias nos serviços de telecomunicações.
Mas todo cuidado é pouco. Em fevereiro, os telescópios da Nasa observaram a maior explosão solar dos últimos quatro anos. Por causa dela, as companhias aéreas tiveram que evitar as rotas que passavam pelas regiões polares, porque haviam fortes chances dos sistemas de comunicação por rádio não funcionarem, prejudicando milhares de pessoas que iam ao Pacífico e à Ásia. “Como vamos ter mais e mais eventos do tipo, e eles serão cada vez mais variados, as palavras chave são prever e preparar”, finalizou Jane. (Ambientebrasil)