Mudança de governo sempre provoca uma certa apreensão a quem não é estatutário. Quando não havia a reeleição, as milhares de pessoas que eram contratadas em regime de “CC” (Cargo em Confiança), viviam em tensão com as proximidades dos pleitos e sempre apelavam para que os candidatos apoiados pelos governadores a que serviam fossem eleitos. Com a reeleição a agonia é a mesma, mas sempre há perspectiva de que ela seja prorrogada para quatro anos depois. Em todo o país, onde houve mudança do prosseguimento de poder, todos os servidores que estão nessa situação e que devem ser exonerados dia 31 de dezembro, estão aflitos e buscando uma saída para o problema do emprego. É impossível calcular o número de pais e mães de famílias que estará desempregado a partir de primeiro de janeiro. A grande maioria tentando uma forma de continuar servindo a qualquer Governo para manter o salário. Esse time não tem bandeira. Criou-se a indústria dos Cargos em Comissões. Aliás, no governo federal não é diferente, porque também são milhares de empregos que servem a aliados dos presidentes e principalmente a filhos e parentes de autoridades. É um drama. Em Sergipe, por exemplo, os CCs não são diferentes de outros estados: o medo invade cabeça, corpo e alma de quem depende de uma pessoa influente para manter o cargo ou chegar a outro, desde que não deixem de receber um salário. O mundo do pessoal que trabalha em Cargo de Comissão é de incerteza sempre, porque não têm direito a absolutamente nada, a não ser períodos de férias e décimo terceiro salário, quando o chefe é legal. Há um problema entre o pessoal que ocupa cargos privilegiados nas administrações estaduais, municipais e federais: pensa que jamais vai sair. E assim ocorre nos demais poderes, que enchem seus gabinetes de pessoas que têm um salário razoável. Lógico, quem trabalhou no governo anterior, principalmente quando assume um adversário, as chances de permanecer reduzem muito. É absolutamente correto que o time que vença coloque a sua torcida nas cadeiras e camarotes, passando para as gerais quem já usufruiu o salário por quatro ou oito anos. Está na hora do novo governador fazer a sua equipe e deixar as vagas para quem foi buscar a lenha e ajudou a cozinhar a feijoada. As festas de final do ano não serão de muitas esperanças para milhões de pessoas, de todo o país, que estão sendo demitidas enquanto o show de pirotecnia ilumina a passagem de ano. O peru do jantar do Natal já será mais magrinho e o champanhe trocado por um espumante mais barato. Além de um friozinho que sobe e desce do esôfago para o intestino, provocando um incômodo, uma certa agonia, que passa para uma terrível cólica, que termina nos vasos sanitários.Do outro lado, para quem tem absoluta certeza de que serão nomeados pela primeira vez para um emprego, dento do moldes da nova administração, brinda em taças finas, com um bom jantar e o champanhe francês tilintando em taças de cristais. Quatro anos depois, todos que hoje sorriem estarão no mesmo suplício, já que os cargos em comissão são tão efêmeros que quando as pessoas estão sentindo o gostinho, eles se acabam. No dia seguinte à eleição de um novo governador, todos os aliados – de deputados a prováveis e especulativos auxiliares – começam a receber pedidos de quem já está ou daqueles que participaram da campanha e estão buscando o seu lugar para integrar o projeto. E se forma um batalhão de desiludidos em busca de uma nova chance para não perder seus empregos e manter servindo a uma outra bandeira partidária. Essa é a vida dos “CCs”, cheia de incerteza mas sem perder a esperança, sempre em busca de uma costa quente que lhe dê a mão. É um jogo duro, porque a sensação do desemprego dói na alma e maltrata o coração. Sem nenhum medo de errar: o pessoal que ocupa cargos em comissão já está à base de tranqüilizantes, principalmente aquele que não tem a menor chance de permanecer onde está. CANCELA Uma gravação de emergência cancelou a visita que o candidato a presidente pelo PSDB, Geraldo Alckmin, faria ontem a Aracaju. Alckmin estava em João Pessoa quando foi chamado às pressas pela coordenação de campana para uma gravação urgente para o programa eleitoral na televisão. TELEFONEMA O primeiro informado do cancelamento foi o deputado federal eleito Albano Franco, que telefonou a São Paulo na quinta-feira às 23 horas para checar tudo. Já o governador João Alves Filho (PFL) foi avisado do cancelamento ontem pela manhã, através de um telefonema da senadora Lúcia Vânia. MARKETING O governador João Alves Filho tem participado diretamente da campanha de Geraldo Alckmin, inclusive na coordenação em Brasília. João Alves trata do programa do candidato tucano para o Nordeste e tem o acompanhado em algumas viagens para a região. PROCESSO O deputado federal Jackson Barreto (PTB) responderá a mais um processo judicial. Dessa vez por perdas e danos morais. O processo foi impetrado pela conselheira Isabel Nabuco, que foi citada em uma entrevista intempestiva concedida por Jackson em duas emissoras de rádio de Aracaju. PROGRAMA O governador eleito de Sergipe, Marcelo Déda (PT), participou quinta-feira do primeiro programa de televisão do presidente Lula, candidato à reeleição em segundo turno. Palavras de Déda: “o que o povo conquistou, só o povo pode defender. É importante que as ruas do Brasil traduzam a nossa esperança e que o Brasil vai continuar crescendo”. TUCANOS O PSDB em Sergipe vai se reunir depois das eleições do segundo turno para decidir como ficará o partido, antes as baixas que teve na campanha. O deputado federal eleito Albano Franco quer reorganizar a legenda, para que ela permaneça forte e eleitoralmente influente em Sergipe. DECISÃO O pessoal que deixou o PSDB, ou que não acompanhou a coligação com o PFL, não pretende continuar no ninho tucano. Ou formarão uma nova legenda de oposição, ou vão se filiar a um partido já atuando em Sergipe. Anotem: o PSB é o que tem a preferência desse pessoal. EDVALDO O prefeito Edvaldo Nogueira (PCdoB) está trabalhando ativamente, neste segundo turno, para a reeleição do presidente Lula. Diz que só vai pensar em mudanças a partir de novembro, inclusive porque pretende ver como o governador eleito Marcelo Déda (PT) vai formar a sua equipe. DEFINIÇÃO A direção do PDT vai se reunir na terça-feira para definir posição em relação ao apoio para presidente da República neste segundo turno. Segundo o deputado federal João Fontes, a maioria quer apoiar Geraldo Alckmin.Um grupo está pedindo neutralidade e um ou outro prefere Lula da Silva. ADESIVO O deputado federal João Fontes esclareceu que em seu carro não tem adesivo dizendo “Sou Helena, mas voto em Alckmin”. João almoçava com Heloísa Helena quando o deputado Chico Alencar avisou que a frase estava no site de Alckmin: “diga que eles tiraram do meu carro”, sugeriu João, brincando. FRONTEIRA Sábado passado, curta BR-235, uma caminhoneta da Polícia de Fronteira estava saído de Aracaju para o interior com excesso de carga. Carregava postes de cimento e uma grande quantidade de sacos de ração. A inscrição do veículo é PM-294. ALAGOAS As ruas do centro de Alagoas pararam ontem para uma manifestação de militantes do PT em defesa da candidatura de Lula à reeleição. A caminhada do PT teria a presença do governador eleito por Sergipe, Marcelo Déda, mas o petista não veio quando soube da atividade de Alckmin em Maceió. ADIOU O governador eleito Marcelo Déda deixou o compromisso de campanha em Maceió para a próxima semana. Não quis passar a impressão que fosse uma provocação. Déda é um dos coordenadores da campanha para esta região e não tem parado um minuto sequer. Só sai para um descanso depois do dia 30, com o resultado do pleito. Notas CHEQUES O número de cheques trocados pela economia sergipana totalizou R$ 380,90 milhões de reais no mês de setembro de 2006, uma queda de -5,76% em relação ao mês anterior, desse total R$ 43,81 milhões foram devolvidos sem fundo registrando uma queda de -6,55% em relação ao mês de agosto de 2006. Se compararmos setembro de 2006 com setembro de 2005, percebe-se que houve uma queda de -3,92% no total de cheques trocados e uma queda de -5,18% no total de cheques devolvidos sem fundos. Fonte Dieese. REGRAS Até o dia 27 de outubro, os dois candidatos que disputam o segundo turno da eleição presidencial – Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin – e candidatos ao governo de dez estados aparecerão diariamente em propagandas eleitorais veiculadas pelos canais de rádio e TV de todo o País. São proibidos os showmícios, entrega de panfletos sem indicação de autoria e distribuição de brindes, camisetas e cestas básicas. Também não será permitida campanha barulhenta, que desrespeite os limites de horário. EMENDAS O relatório preliminar ao projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2007, apresentado pelo senador Valdir Raupp (PMDB-RO), incluiu parte das sugestões da CPMI das Sanguessugas para aumentar o controle sobre as emendas individuais, especialmente as destinadas a entidades privadas. É fogo A Internet sempre funcionou como um meio de divulgação de protestos. Dessa vez está rolando a rede o Manifesto por uma mídia democrática e independente. O documento critica a postura que setores da mídia vêm tomando nestas eleições, tanto no primeiro quanto no segundo turno. Lula não comparecerá ao segundo debate presidencial desse segundo turno, que será promovido na próxima terça-feira na TV Gazeta. Não há data marcada para Alckmin visitar Aracaju. É possível que ele venha até Sergipe quando viajar a Salvador. Com o feriado prolongado, Aracaju ficou com menos movimento.Muita gente “furou” a sexta-feira para só retornar na segunda. A ponte que liga Aracaju a Barra dos Coqueiros foi experimentada pela primeira vez em um feriado prolongado. Muitos veículos passaram por lá. Alguns prefeitos do interior começaram a ser conversados por pessoas diretamente ligadas ao governador eleito Marcelo Déda. No interior já tem muita gente falando nas eleições 2008. Os primeiros nomes já estão surgindo como candidatos a prefeitos. Mardoqueu Bodano (PL) – reeleito – pretende retomar a discussão sobre a Lei Seca. Não vai sossegar enquanto não ver o seu projeto aprovado. A maioria das rádios de Aracaju quer modificar o estilo dos programas de notícia matinais. Quer colocar informação sem discussão. brayner@infonet.com.br
No entanto, o relator manteve o dispositivo que destina no mínimo 30% das emendas individuais à Saúde. O objetivo é fazer cumprir o piso de recursos mínimos para a área, determinado pela Emenda Constitucional 29.
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