Tipografias, Editores e Jornais do Século XIX

A José Eugênio de Jesus, pelos seus 90 anos em 18 de outubro de 2008, dedicados ao jornalismo e ao rádio sergipano

 

 

José Eugênio completa 90 anos
Os três jornais diários – Jornal da Cidade, Correio de Sergipe e Jornal do Dia e o semanário CINFORM dispõem de oficinas modernas, completas, que garantem a circulação dos matutinos, sem atraso. No cotidiano da imprensa sergipana as tipografias cumpriram um papel especialíssimo para que as comunidades tivessem acesso aos noticiários e notas diversas dos jornais, sendo poucos os que dispunham de meios próprios e adequados para as suas edições. No passado mais distante, os jornais eram, quase todos, vespertinos, compostos e impressos no mesmo dia, sem o trabalho noturno, e lúdico, que marcou redações e oficinas. Com a modernização tecnológica, do tipo móvel ao computador, passando pelo linotipo que revolucionou o modo de fazer gráfico das publicações, as redações e as oficinas modificaram, radicalmente, suas operações, simplificando-as.

 

Entre os anos de 1875 e 1899, por quase 25 anos, Aracaju contou com algumas dezenas de tipografias, instaladas no chamado “quadrado” de Pirro, no centro da capital sergipana. A velha Rua da Aurora, atual avenida Rio Branco, abrigava 5 tipografias, onde eram editados 6 jornais, dentre eles, o Diário Oficial , criado durante o primeiro Governo do general Oliveira Valadão. A rua São Cristóvão também contava com 5 oficinas tipográficas, sendo uma delas registrada como de propriedade de Antonio da Mota Rabelo, sendo impressor Aristides Soares de Andrade. Em seguida, com 4 tipografias, estavam as ruas Santa Luzia, Pacatuba, Maroim, e a praça José de Faro (atual Travessa José de Faro). As demais tipografias estavam localizadas na rua Japaratuba (hoje João Pessoa), 3; Propriá, Itaporanga, Santo Amaro, Capela , 2; Rio Real, Praça do Palácio (Fausto Cardoso), Praça da Matriz (Olímpio Campos), Laranjeiras e Itabaiana,1, totalizando 41 tipografias, nas quais eram impressos os jornais, cada um com sua feição gráfica, sua orientação política, seu prestígio.

 

Os editores atuantes naquele período, responsáveis pelo conjunto de jornais, entre diários, semanários e com duas ou três edições por semana, em pouco diferenciavam dos proprietários e diretores. A lei era exigente. No Império, o artigo 303 do Código Criminal e com a República o artigo 383, capítulo IX, do Código Penal, disciplinavam o trabalho e estabelecia as responsabilidades dos proprietários das tipografias e dos editores dos jornais, que deveriam prestar compromissos perante a Câmara Municipal. Em Aracaju, o Livro de Registros das tipografias e jornais dá início ao cumprimento dos preceitos legais em 1873, quando Manoel Pereira Guimarães, presidente da Câmara, rubrica as suas folhas, para colher as respectivas assinatura. Nem todos os jornais fizeram o registro dos seus editores e tipografias.

 

Foram editores:

 

Alfredo de Siqueira Montes, editor do Correio de Sergipe, de 1890 a 6 de abril de 1893,

 

Ananias de Azevedo, editor da Gazeta de Sergipe, a partir de 4 de julho de 1894,

Antonio Augusto Gentil Fortes, editor, em 1885, do Diário de Aracaju;

 

Antonio de Carrascosa, editor do Jornal do Povo, em 1874, e do Diário de Notícias, de março de 1886 e até 1891,

 

Antonio Fernandes da Silva, editor de O Raio, em 1879 e de A Liberdade, em 1898,

 

Antonio Vieira de Jesus, editor, em 1880, da Gazeta de Aracaju,

 

Apulcro Mota, editor e proprietário da Gazeta de Sergipe, em 1891, até 4 de julho de 1894,

 

Bráulio de Viterbo Maia, editor, em 1885, da Voz do Povo e, em 1888, de O Brasil,

 

Capitolino Henrique da Costa, editor do jornal diário Folha de Sergipe, em 1891,

 

Francisco José Alves, editor O Descrido, em 1881, O Libertador, em 1883 e A Nova Era, 1889,

 

Gumercindo de Araújo Bessa, editor, em 1887, de A Reforma,

 

Hermes Paulino da Costa, editor, até 28 de maio de 1888, da Gazeta do Aracaju,

 

Hortêncio Melo, editor de O Paiz, em 1898, 3 vezes por semana,

 

Ildefonso Tolentino de Araújo, editor de O Paladino, em 1889,

 

Ivo do Prado, editor, a partir de 6 de abril de 1895, de Correio de Sergipe,

 

João Belisário Junqueira, editor de Ordem, desde fevereiro de 1876, deDiário de Sergipe, a partir de 31 de janeiro de 1877, de Cansanção, em 1878, de O Guarany, em junho de 1887 e, novamente, Ordem, a partir de 5 de setembro de 1887,

 

João José Gomes de Souza Prelelué, editor de O Democrata, de 1881 a 1884,

 

João Rodrigues dos Santos, editor do Eccho Liberal, em 1880 e de O Conservador, em 1881,

 

Joaquim Honório de Santana, editor, em julho de 1874, de O Sergipano,

 

 José Agostinho do Nascimento, editor do Jornal de Sergipe, em 1879,

 

José Antonio d’Araujo, editor, em abril de 1886, de O Mercantil,

 

José Leão dos Santos Filho editor, em agosto de 1880, de O Caixeiro e, em 6 de junho de 1881 passa a editar A Marselheza,

 

José Paulino, editor, em  junho de 1877, de O Presente,

 

Josino Odorico Menezes, editor, em 1891, do diário O Republicano,

 

Laurentino de Souza Amaral, editor, em 1887, de Ordem,

 

Manoel Alves Machado, editor, com José Paulino, de O Presente,

 

Manoel Baptista de Sant’Ana, editor de Eccho Liberal, em 1881, e de A Reação, em 1886,

 

Manoel Epifânio Martins Pessoa, editor de O Estado de Sergipe, em 1898/1899,

 

Manoel Francisco Alequim, editor de O Dia, que saiu a 1º de janeiro de 1894,

 

Manoel Júlio da Silva, editor de O Município, em 1894, e do Comércio de Sergipe, a partir de julho de 1898,

 

Manoel Luiz dos Santos, editor, em 1894, de O Maribondo,

 

Marcelino Antonio de Campos, editor de A Crença, em 1875,

 

Matias Pinto do Nascimento, editor, em 1881, do Eccho Liberal,

 

Rezende (Francisco Fontes de Rezende) & Santiago, editores de O Matinal, em 1897, que circulava duas vezes por semana,

 

Thelesfero Gomes Prelelué, editor, a partir de 8 de maio de 1884, de O Democrata,

 

Tomás de Aquino Paes Barreto, editor de A Voz do Povo, de 1884 a 1885, e, com outro, de Diário de Notícias, de março a junho de 1886.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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