“Ninguém é obrigado a prometer. Porém, prometendo, está obrigado a cumprir”. Axioma Maçônico. Às vezes me assustam certos procedimentos dos profissionais com os quem, infelizmente, temos que conviver. Imaginemos que você necessite adquirir uma mercadoria ou um serviço e, após várias pesquisas, opta por negociar a aquisição daquele material ou daquele serviço do Sr. “Jungue”. E, sem antes fazer uma investigação para saber com quem está lidando, fecha o negócio. Contrata porque durante a negociação foi o que melhor lhe atendeu, deu sempre a aparência de gente séria, atendia com presteza as suas ligações. Se, por acaso, não era possível atender de imediato, logo retornava, assim que via o seu número no visor do celular. Você achava aquilo o máximo. Que Senhor atencioso! Ele se esmerava em oferecer “feedback”, dar detalhes sobre a mercadoria ou serviço, asseverou-lhe, por mais de uma vez, que seria usada, a melhor matéria, que seus auxiliares eram os mais bem treinados, que a fábrica produtora de sua mercadoria era a mais idônea e que o prazo para a entrega seria o menor, apenas quinze dias após o pedido… Você, então, se convence e compra. Negócio feito, pagamento efetuado, se inicia a “via sacra”, espera, espera e espera. Aqueles prometidos quinze dias de prazo para efetuar a entrega já se passaram. Procurado para dar explicações, ele diz: “Pois é, Senhor Fulano, aconteceu um pequeno problema na produção daquela peça, mas prometeram que será resolvido em breve, no máximo, quinze dias. Já passou de quinze para trinta dias. Você tolera. Inconformado, mas tolera. Mesmo porque agora está sem jeito, você já pagou entrada ou, até a essa altura, o total. E, por outro lado, sair em campo na busca de outro fornecedor, não seria a coisa mais simples. E se acontecer aconteça o mesmo com o outro? Sem falar que para receber o dinheiro de volta vai dar uma trabalheira… Aí, mesmo muito chateado e triste, você aceita e diz: ok, vou aguardar, afinal, o que são mais quinze dias? “Não, Senhor, eu garanto, daqui para o dia tal sua mercadoria estará aqui.” Os quinze dias a mais passaram. Chegou o tal dia marcado, e nada. Você já aborrecido, tenta entrar Você se desloca até a loja ou oficina do fornecedor. E, claro, não o encontra. Alguém que lhe atende diz que ele saiu a serviço, que não sabe para onde foi. “Ele levou o celular?” Você pergunta. Seu interlocutor não sabe, e gritando pergunta para outro: o “Jungue” levou o celular?”Resposta: “eu sei lá”! “Ele anda todo atrapalhado com tantas entregas para fazer que, às vezes, leva, outras não”. “A que hora ele retorna?” Você volta a indagar. “Sei lá, ele não disse”… E você, como se sentiria numa situação destas? Aliás, isso já aconteceu com você? Como você agiu? Dá uma raiva danada, né? Inclusive porque você imagina o que acontecerá quando esta mercadoria chegar, e, se chegar, pois alguém tem que montar, arrumar etc. Isto é terrível e, infelizmente, está acontecendo todo dia com todos nós. É uma lástima termos que fazer tal constatação. E por que isso acontece? Por que tanta mentira, essa falta de cumprimento da palavra empenhada, do compromisso assumido? Por que tanta ausência de profissionalismo? Sinceramente, acredito que só pode ser por ignorância. E, algumas vezes, desonestidade mesmo. Pois é claro que este será, sem dúvida, o último negócio que ele realizará com aquele comprador. E, como sabemos, o mundo do comércio se mantém através dos negócios realizados e, à proporção que o vendedor vai queimando clientes, ficará muito difícil a sua sobrevivência no mercado. Vender é uma arte que deve ser estudada e aprendida, pois existem técnicas que devem ser obedecidas. A venda, talvez seja a profissão exercida por todos, sem exceção. Todos somos vendedores: vendemos idéias, modelos, mercadorias e até a nós mesmos. Desde o médico, ao operário que transaciona o seu dia de trabalho, àquele que, neste instante, tenta passar para vocês, leitores, esta singela reflexão. Todos estamos tentando vender alguma coisa. Estamos tentando “fidelizar”, para usar um termo bem atual, ou seja, tornar nossos clientes fiéis aos nossos negócios. É assim que funciona. Logo, não há como fazer novo negócio com uma pessoa que não cumpre o prometido. O médico, o advogado, o professor ou o simples operário que vende um dia de serviço, ou ainda este escrevinhador de “asneiras” serão sempre melhores aceitos e remunerados se venderem bem os seus produtos, se fizerem de suas profissões algo que esteja além da simples expectativa normal, se prometerem e cumprirem, se fizerem, enfim, a coisa certa. Muitos se questionam. “Porque Fulano é tão bem sucedido e eu não, já que transacionamos com a mesma mercadoria e na mesma área, mas ele sempre vende e, naturalmente, ganha bem mais do que eu”. “Por quê?” Simples: ele cumpre o que promete, sem mais e sem menos; e não promete o que não pode cumprir. Moro nesta maravilhosa cidade há vinte anos. No mínimo, há dezenove, sou cliente de um restaurante. Muitos já abriram e fecharam. Já freqüentei muitos dos quais poucos remanescem, outros não existem mais. A pergunta é: Por que eu continuo cliente daquele restaurante há tanto tempo? Continuo, porque ele cumpre suas promessas. Mantém a palavra empenhada. Não traiu a minha confiança. Desde o início da década passada, ele exerce, com comprometimento, o que se propõe a fazer: servir alimentação de boa qualidade a preço razoável. Acreditem, amigos: todos estaremos sempre melhor se aprendermos a fazer as coisas com responsabilidade e comprometimento. Sem escapismos, sem mentiras e sem escusas bobas… É tão fácil.
O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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