Tortura não é brincadeira, tortura é crime!

Quando um crime bárbaro acontece, afeta toda a sociedade. Quando quem pratica o crime é quem deveria ser responsável pela proteção e segurança social, a dor é ainda maior. Se você não sentiu pavor ao ver as cenas do assassinato de Genivaldo, morto pela ação da Polícia Rodoviária Federal no município de Umbaúba – Sergipe, é porque você certamente faz parte de uma camada privilegiada da sociedade, privilegiada em termos de proteção, pois a polícia não mata na 13 de Julho, e desprivilegiada de um sentimento que é o princípio básico de formação de uma sociedade minimamente decente: a empatia.

Quando é permitido que a liberdade de expressão seja completamente confundida com falta de noção e disseminação de discursos de ódio que matam, disseminação de mentiras, fica difícil controlar a animosidade e institos primitivos de homens e mulheres que bradam pelo uso de armas, pela violência como agente reguladora, por ações truculentas nas comunidades pobres e pela defesa da tortura e morte usando como justificativa a palavra de Deus.

O que fazer para furar essa bolha cheia de ódio ao próximo? Há a tentativa de mostrar dados, estudos, diálogos, mas nada convence, além do ódio, da guerra, da vontade de ofender e da alegria em ver o outro em ruínas. Não importa se é nas redes sociais ou fora delas, os grupos defensores da polícia para matar, não enxergam qualquer argumento que seja contra o que eles pregam e justificam que o outro lado é igual. Será? Então em todos os lados passamos a tratar o ser humano como descartável e a sentir prazer com tortura e ofensa?

Alguns estudos recentes apontam que as pessoas sentem-se felizes com os sentimentos de ódio e raiva e talvez isso justifique o prazer que algumas pessoas sentem ao expor esse sentimentos através dos discursos ou práticas violentas. Sigo insistindo que a abordagem violenta não educa, não ajuda, não protege. Sigo implorando para amigues, parentes e afins que a gente precisa conversar sobre política, a gente precisa conversar sobre educação, segurança publica e fazer valer de fato a nossa cidadania.

Outubro está chegando e a responsabilidade pela forma como a sociedade a as políticas públicas são conduzidas é nossa. A violência em todos os níveis precisa acabar, o genocídio da população preta e pobre precisa acabar, e para que isso ocorra, precisamos eleger pessoas comprometidas com pautas a favor da vida. Sejamos responsáveis para formar uma sociedade em que a tortura não seja modo recreativo de pessoas ruins.

Justiça por Genivaldo dos Santos!

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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