Cada dia que passa, fico mais fã do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Não é que para botar ordem na Casa, o TSE verticalizou ainda mais a verticalização, deixando todos os políticos brasileiros estupefatos e de cabelo em pé, a poucos dias das convenções partidárias para definição de candidaturas? Isso mesmo. A costura de alianças, nos Estados, estava uma vergonha. Tinha partido fazendo um verdadeiro leilão para “dar” seu precioso apoio a outro. E eis que agora, diante das mudanças ocorridas ontem, não há mais o que fazer. Ou seja: partidos com candidato a presidente terão que repetir nos Estados exatamente a mesma coligação realizada no plano federal. Não há como fugir à regra.
A decisão do TSE veio em resposta à seguinte consulta feita pelo Partido Liberal (PL): “Considerando-se que um determinado partido A coligue-se com o partido B em plano nacional, pergunta-se: num cenário estadual, levando-se em conta que o partido A tenha candidato próprio ao governo do estado, e o partido B não possui candidato próprio nesse estado, poderá o partido B celebrar coligações com o partido C, que não compôs a coligação de nível nacional, nem se coligou com qualquer outro partido na esfera nacional?”.
E a resposta, aprovada por 6 X 1, foi uma ducha fria nas pretensões de quase todos os políticos brasileiros, inviabilizando, em Sergipe, por exemplo, qualquer costura do PSDB com outros partidos que não o PFL de João Alves e vice-versa. Trocando em miúdos: Se PSDB e PFL caminham juntos na sucessão presidencial, João e Albano, obrigatoriamente, vão ter que caminhar juntos em Sergipe.
No caso do PMDB as dificuldades também serão grandes. Se o partido não lançar candidato a presidente, em Sergipe, ele só poderá se juntar a outros partidos que nacionalmente também não tenham candidatos a presidente. O que significa dizer que, por aqui, não poderá se coligar com o PT, de Deda, ou o PFL, de João. Complicou para muita gente.
Numa avaliação simplista da nossa política tupiniquim, pode-se dizer que o grande perdedor será mesmo o ex-governador Albano Franco. Com esse purismo imposto às regras da verticalização, dificilmente, Albano conseguirá se libertar de um acordo com o PFL. Só que agora o pule de dez está nas mãos de João. O jogo virou.