UM GOVERNO VIRTUAL

Todo administrador público que se preze tem que formar uma equipe à altura do governo que pretende realizar. Não dá para se administrar uma cidade, Estado ou o próprio país, com um bando de incompetentes à frente de pastas importantíssimas para a população como Saúde, Educação, Segurança. Um secretário ou ministro inapto para o cargo pode por a perder todo um trabalho planejado com afinco ao longo de meses, até mesmo anos.

Um bom exemplo disso, é o desespero do prefeito de Aracaju, Marcelo Déda, ao tentar consertar agora, a todo o custo, as trapalhadas promovidas por alguns de seus auxiliares diretos nesses cinco longos anos de administração. “Técnicos” escolhidos por ele, é bem verdade.

Resultado: nenhuma das promessas feitas durante as duas belíssimas campanhas em que se sagrou prefeito de Aracaju, até agora, foi cumprida em tempo hábil ou sequer realizada.

Para poder se desincompatibilizar do cargo, no próximo dia 31 de março, de cabeça erguida, o prefeito da capital tem sofrido horrores. Ele nunca imaginou que atrasos em obras como a da Coroa do Meio e do Santa Maria (antiga Terra Dura) e em licitações como a do lixo e dos ônibus (transporte urbano) pudessem comprometer de tal forma  a sua imagem de “administrador competente”. O caso dos parquímetros não é bom nem falar. Beira o escândalo.

Mas não é de hoje que Marcelo Déda vem enfrentando esse tipo de problema. Indiferente, ele já deveria ter aprendido a lição com o episódio da inauguração da Orlinha do Bairro Industrial. A obra foi inaugurada sem estar completamente concluída. O que pegou muito mal à época. Foi motivo, inclusive, de chacota por toda a cidade.

Eis que agora, como se tudo isso não bastasse, em meio a muita festa, surge o fantástico projeto do viaduto da Tancredo Neves, considerado fundamental para o escoamento do tráfego naquela região. Um projeto desenvolvido a toque de caixa e repique de sino, com fins eleitoreiros para fazer frente à ponte Aracaju – Barra, do governo João Alves. E que, pelo visto, irá se transformar em um novo fiasco de sua gestão, pela mais completa falta de planejamento e despreparo técnico da equipe.

Também pudera. Como cobrar agora alguma responsabilidade de alguém, se o prefeito – segundo seus próprios auxiliares – passou esses cinco anos despachando e administrando a cidade através de e-mails e quase nunca falava diretamente com os secretários? 

Perdeu, assim, a chance de ser um governo de virtudes para ser, na essência, virtual, como os 280 km de asfalto espalhados pela cidade. Uma pena!

       

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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