Uma ameaça à saúde do bebê: gestante sem pré-natal

No mês de outubro, quando comemoramos o Dia da Criança, um alerta para gestores, profissionais de saúde e sociedade em geral: mesmo com todos os esforços de diversos setores da área da saúde pública, muitas gestantes ainda continuam chegando nas maternidades com o histórico de pré-natal incompleto. Nas maternidades, os resultados dos testes rápidos para SÍFILIS são preocupantes, indicando que, na atenção básica, os exames não estão sendo feitos em todas as gestantes e, consequentemente, o diagnóstico da sífilis em gestantes está sendo tardio. Por um lado, estamos conseguido reduzir o número de casos de bebês soropositivos para o HIV, por outro lado, continuamos perdendo a batalha com relação à Sífilis Congênita. É importante destacar que cerca de 40 % dos casos de Sífilis em bebês pode evoluir para aborto espontâneo, natimorto e óbito perinatal.
Desde o ano de 2010 que a Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe vem realizando campanhas informativas sobre sífilis junto à população em geral e capacitando médicos e enfermeiros, mas a eliminação da sífilis congênita depende, principalmente, de mudança de atitude dos gestores e profissionais de saúde.
Os gestores devem mobilizar as equipe de saúde da família, principalmente, os agentes comunitários de saúde, para a captação das gestantes sem pré-natal e orientação sobre o uso da camisinha nas relações sexuais durante a gravidez.
Como o teste rápido para triagem da sífilis já está disponível nos municípios, os médicos e enfermeiros já dispõem de meios para o diagnóstico imediato da sífilis na gestação e, consequentemente, iniciar o tratamento com a penicilina benzatina, na própria unidade básica de saúde (UBS), como preconiza portaria do Ministério da Saúde. Enquanto alguns profissionais de saúde discutem se devem ou não administrar a penicilina na UBS, o tempo vai passando para as gestantes com sífilis e as chances dos seus bebês nascerem saudáveis vão diminuindo. É importante, para o enfrentamento à sífilis congênita, contar com o apoio dos conselhos de medicina (CRM) e de enfermagem(COREN), para uma mudança de atitude dos profissionais de saúde, principalmente, com relação ao seguimento dos protocolos disponíveis para o diagnóstico e tratamento da sífilis na gestante e no parceiro sexual. O apoio dos conselheiros municipais de saúde também é importante pois podem acompanhar a situação da sífilis congênita nos seus municípios e ajudar nas ações de prevenção na comunidade.
Lutar para que as gestantes tenham bebês saudáveis deve ser um compromisso de todos.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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