Uma cadeira de ministro para Sergipe

Cesar Britto e Carlos Alberto Menezes
A boa votação obtida no Superior Tribunal de Justiça pelo advogado CARLOS ALBERTO MENEZES deu a Sergipe uma rara oportunidade, de reassentar numa das cadeiras do STJ um representante sergipano, com todos os méritos para honrar figuras de ministros, como Armando Rollemberg, Geraldo Sobral, José Arnaldo da Fonseca, Luiz Carlos Fontes de Alencar, que engrandeceram a instituição e honraram a terra. Cada um dos que foram nomeados, desde a década de 1960, contribuiu para elevar o nome de Sergipe como pátria de juristas, evocando os nomes luminares de Tobias Barreto, Martinho Garcez, Silvio Romero, Conselheiro Orlando, Gumercindo Bessa e outros que na terra berço ou nas diásporas marcaram de inteligência as suas participações.

No passado, Coelho e Campos, Oliveira Ribeiro, Felisbelo Freire, Aníbal Freire da Fonseca ilustraram os tribunais superiores e as administrações federais, como dignos representantes de uma terra que embora minúscula em sua geografia, é gigantesca em sua cultura jurídica. O nome mais novo na constelação pensante do Direito é Carlos Aires de Brito, que usa a toga do Supremo Tribunal Federal, representando a tradição cultural sergipana, aliando o saber jurídico, notadamente no âmbito constitucional, com o talento literário, manifestado nos votos proferidos e nas conferências recitadas, em todo o País.

Uma nova oportunidade surge no País para contemplar, mais uma vez, a inteligência sergipana. Somando muitos votos na composição da lista tríplice, concorre à vaga de Ministro do STJ o professor doutor CARLOS ALBERTO MENEZES, grande nome da advocacia e do magistério em Sergipe, com experiência política (foi candidato a Deputado Federal e a Senador, com expressivas votações, e foi Vice-prefeito de Aracaju) o que aureola o seu perfil para a cadeira vazia do STJ. Trata-se de um candidato a Ministro, que possui todas as qualidades, intelectuais, jurídicas, éticas, como se mostrou ao colegiado, como candidato.

O STJ fez a sua parte, criou a oportunidade de receber CARLOS ALBERTO MENEZES como Ministro,  incluindo, em excelente posição,  o seu nome na lista tríplice a ser levada à consideração da presidenta Dilma Roussef. Os advogados brasileiros, que serão contemplados com a nomeação de um militante, acolheram o nome do candidato sergipano, o que equivale a uma escolha antecipada, a ser referendada pela Presidenta da República.

No passado, nas escolhas dos ministros sergipanos, mesmo quando os grupamentos políticos expunham seus confrontos, prevaleceu o apoio solidário, que pesava mais que as posições plíticas, sempre circunstanciais. Sergipe hoje tem a obrigação de somar esforços para fazer do professor doutor CARLOS ALBERTO MENEZES Ministro do STJ. Está aí uma causa que não cabe e nem justificará uma abstenção. Todos, rigorosamente todos, devem estar coesos, conscientes, unidos, em torno de um movimento de apoio, que seja considerado pela Presidenta da República.

O Governador Marcelo Deda deverá ser o primeiro a comandar os sergipanos, como seu líder maior, nessa luta justa. Se há, ou se houve alguma divergência política ou de outra natureza entre os dois, o que é comum num Estado, logo se torna menor, sem importância, quando cresce, vigorosamente, a chance de uma posição que honrará tanto o futuro ocupante da vaga, como o Estado que ele, de algum modo, representa. Sensível, atento, responsável como líder, o governador Marcelo Deda tem a oportunidade de evocar o movimento que ganha capilaridade nos segmentos esclarecidos da sociedade sergipana, para guiá-lo na marcha intelectual até Brasília. De igual modo, pelas mesmas razões objetivas, CARLOS ALBERTO MENEZES deve procurar o Governador, apresentar-se com seus merecimentos, pedindo o apoio e o engajamento de sua excelência nessa que é uma grande, uma imensa luta, pela afirmação da tradição jurídica dos sergipanos, representada na pessoa do grande penalista conterrâneo.

Para tornar ainda mais forte o cordão dos sergipanos, o Governador certamente contará com os senadores, os deputados federais, lideranças político-partidárias, empresários, órgãos da mídia, entidades sociais e culturais, de modo a torná-lo porta-voz autorizado dessa mobilização por Sergipe. Ninguém negará ao Governador Marcelo Deda a carta branca que ele deve conduzir em seu caminho a Brasília, para levar à Presidenta da República a manifestação sergipana, por todos os sentidos, justificada. Em São Paulo e em Goiás, de onde procedem os dois outros candidatos à vaga do STJ, certamente haverá manifestação, natural e legítima, até mesmo pela qualidade dos dois concorrentes.

O grupo de sergipanos, liderado por Tobias Barreto, autor de muitos dos fundamentos da cultura nacional, reformador do Direito, ainda hoje atual é suficientemente relevante para justificar o desejo, também natural e também legítimo, de colocar o professor doutor CARLOS ALBERTO MENEZES no STJ, representando a si mesmo e principalmente os sergipanos que conhecem, acompanham e aplaudem a sua biografia de jurista e de professor, não fosse ele, ainda, um dos grandes presidentes que a Ordem dos Advogados do Brasil teve em Sergipe. Tal razão une figuras influentes como o Presidente da OAB, Carlos Augusto Nascimento, e o ex-presidente do Conselho Federal da Ordem, César Brito.

Não devemos temer os obstáculos, nem as eventuais e compreensíveis  dificuldades, mas é preciso atravessar o Rubicon. A sorte está lançada.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
Comentários

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao clicar em concordar, você estará de acordo com o uso conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Concordar Leia mais