UMA CRÔNICA PARA VOCÊS, ÁLVARO E MAGALI

 

ÁLVARO E MAGALI

 

 

Hoje vocês comemoram, juntos, cada um, sessenta anos de vida.

Hoje nós comemoramos, juntos e em dobro, a alegria de  ter compartilhado cada momento dessa

Álvaro e Magali
união, com suas alegrias e tristezas, emoções e desencantos, conquistas e perdas, tão comuns nas vidas das pessoas, pelos percalços que o teatro da vida nos oferece.

Hoje cada um comemora sessenta anos de vida. Juntos erguem um brinde à vida e todos nós, protagonistas dessa história, também festejamos essa alegria. Seus pais, sempre presentes, mesmo os que teimosamente se fizeram ausentes, ao passarem para a outra dimensão. Seus filhos, e que filhos! pela união, pela formação, pelo caráter e  sempre prontos para servir. Com todas as noras, maravilhosas. E o pequeno guerreiro Pedro, quanta esperança, quanta fibra, forte e altivo, também ergue um brinde aos vovós! Seus irmãos, cunhados, sobrinhos e demais parentes também pedem passagem para participar desse momento mágico.

Finalmente, os amigos, sim, os amigos, marinheiros de longo curso, singrando pelos mares bravios, hasteando mastros e  bandeiras, remando juntos na busca de um porto seguro, também querem festejar essa efeméride, pois  “navegar é preciso, viver, não é preciso”…nas palavras de Fernando Pessoa.

E o que dizer das centenas de crianças, minha irmã, que passaram ( e ainda passam ) pelas suas benfazejas mãos, que cresceram fortes e sadias pela sua obsessão pela “água da vida”, o leite materno, ou as pessoas que receberam, prezado cunhado, seus ensinamentos e conselhos, que abriram portas e esperanças, com a ternura muitas vezes disfarçada por uma armadura de fachada, que esconde no fundo d’alma um coração generoso e sincero. Sim, a sinceridade às vezes dói, maltrata, mas existe outro caminho?

Cada um com seus sessenta. Nasceram, receberam a Primeira Comunhão e se formaram ambos no mesmo ano, mas a trajetória de vida não ocorreu em linhas paralelas, mas convergiram nas ações e nos propósitos, no crescimento coletivo, no côncavo e no convexo, na formação dos filhos e na consolidação de um futuro tranqüilo e de paz. Nos momentos mais tensos, uma palavra de conforto, nos momentos mais críticos, uma dose de esperança, nos instantes de exaltação, um gesto de perdão. Agora podem, juntos, brindar não os sessenta, mais o sessenta mais sessenta, cento e vinte bons motivos para comemorar.

Aracaju, 5 de outubro de 2007

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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