No reino de Hades, a discussão e gritaria estão rolando solta, afinal, os finados da Grécia Antiga devem se debater ao ver até que ponto o cenário político mundial chegou. Os criadores dos conceitos de Política e Democracia se perguntam em que parte ocorreu o ruído do telefone sem fio para que a distorção desses conceitos chegasse a um ponto quase que irreconhecível do que se discutiu e aplicou por tantos séculos.
Com tantos avanços tecnológicos, estagnamos em dois pontos importantes que supostamente caracterizam a humanidade: bom senso e noção. Em meio a uma crise sanitária mundial, vivenciamos também uma crise humanitária. É necessário mesmo realizar as Eleições? Vamos lá, a chamada “Festa da Democracia” é muito importante, afinal, ao eleger os representantes municipais, estaduais e federais, estamos elegendo ações importantes que devem ser aplicadas nos âmbitos da saúde, educação, planejamento urbano, segurança pública etc.
É necessário ter em mente que as Eleições não são uma festa. Esse processo é determinante para que nos próximos quatro anos, a população acompanhe, fiscalize e exija que programas e projetos sejam executados de maneira transparente, e para todes. Por isso, não devemos pensar nas eleições como pensamos no Carnaval, que também é um ato político, além de festivo. Mas deixarei a profundidade desse tema para depois, voltemos às Eleições.
Em teoria, nossos representantes devem saber minimamente sobre a legislação local, ou funções básicas a serem desenvolvidas ao longo do mandato. Vocês conhecem os projetos e propostas para cada esfera pública que concerne a toda população, de seu candidato ou candidata? Vocês sabem se ela ou ele entende, conhece a legislação, os deveres e como funciona a máquina pública para gerir o município ou estado? Ou seria melhor dar uma de Pôncio Pilatos e lavar as mãos, justificando o voto, anulando, ou votando em branco, como forma de “protesto”?
Estamos num processo complexo em que inúmeras pessoas estão morrendo ou com sequelas graves por conta do novo coronavírus, e o que parece, é que, mais uma vez, os interesses políticos dos mais poderosos sobressaíram-se aos interesses públicos, que deveriam ser o de cuidar e prezar pela saúde e segurança do povo. De que adiantou tantas restrições, para abrir de maneira desordenada para as campanhas políticas? Além disso, em vez de mostrar projetos e dialogar de maneira construtiva com a população, a velha política do pão e circo se repete, mesmo na era digital. Até quando ficaremos cegos para entender que o poder é do povo?
Já que temos que votar, então que seja com consciência, segurança e prezando pela nossa saúde e das outras pessoas, seguindo as recomendações das autoridades sanitárias, e evitando, sobretudo, assassinar a democracia com a venda de votos, fanatismos desnecessários, e “protestos”, que no fim, só atrapalham toda a população, acerca de um assunto tão sério e que diz respeito a todes.