Nos últimos anos por conta do trabalho que desenvolvo percebo que há claramente uma postura bem diferenciada entre a maioria das empresas bem sucedidas e a quase unanimidade das empresas ainda em desenvolvimento. Basicamente, ouso a dizer que são dois aspectos básicos: visão e gestão. Visão no sentido de a empresa saber projetar o seu sonho para o futuro e saber qual a aparência da sua foto que deseja mostrar aos seus empregados, fornecedores e clientes daqui a cinco ou dez anos. Uma maioria absoluta das empresas não possui uma visão de futuro clara e – por este motivo – vive o seu dia a dia tateando. Resolve um problema aqui, outro problema ali, dá alguns passos para frentes, outros para trás, mas não imagina, nem muito menos cria o seu cenário de futuro no qual deseja ver-se inserida. Esse é a meu ver o primeiro problema. O outro é bem maior. Na maioria dos casos o empresário acredita que para ter sucesso tem que estar envolvido num operacional violento, como se diz estar o tempo todo no “chão de fábrica”, resolvendo pequenos problemas que demandam muito tempo e trazem poucos resultados, não delega, não confia e tem medo de confiar. Por outro lado, mesmo naqueles casos em que a empresa cresceu na sua mente ele ainda enxerga a empresa pequenina e com ele à frente de todos os processos. É similar ao que acontece com muitas pessoas que continuam tratando os filhos adultos como se eles fossem crianças e possuem as mesmas preocupações de quando os mesmos eram adolescentes. A meu ver esse tem sido o maior problema no nosso mundo empresarial. Por não enxergarem a modernidade, os inúmeros processos invisíveis que tecem a teia das suas empresas eles continuam no mundo do faz de conta. Ou seja, acreditam que sabem de tudo o que está acontecendo na sua empresa, mas na verdade apenas conseguem enxergar a ponta do iceberg. Por esse motivo, quando em reunião com seus executivos acreditam que todos os problemas da empresa são simples e podem ser resolvidos num passe de mágica. Essa é sem sombra de dúvida uma realidade atordoante. Na verdade é um problema relativamente simples que se torna complexo. Como enxergar o que não está visível? Como mostrar o intangível? Como buscar novos caminhos, novas soluções se acreditamos que as soluções conhecidas do passado são as melhores? Como entender que o mundo mudou extraordinariamente com a bolha da internet e hoje as pessoas se reúnem em uma conferência estando nas mais diferentes cidades do Brasil ou do mundo? Como perceber que os problemas continuam se acumulando, os velhos problemas vão se tornando gigantes simplesmente porque não paramos par resolvê-los enquanto ainda são pequenos? Como entender que ao pagarmos melhores salários poderemos ter pessoas mais qualificadas e dessa maneira termos resultados mais eficientes? Como disse no começo desse artigo a meu ver o processo começa por conta da ausência de uma visão pouco consolidada e em seguida por carência do entendimento da importância e do significado do que seja a gestão de uma empresa. Recentemente conversando com um pequeno empresário ele me diz o seguinte: “Fernando, os meus clientes é que precisam mudar. Nós temos um produto muito bom e eles precisam enxergar isto. Nós não precisamos mudar nada, eles sim.” Pode? Sim, pode, tanto é que ele enxerga assim. E isso se repete quando você chega numa loja que os vendedores estão conversando animadamente e ignoram você. Quando você agenda uma visita numa empresa e ao chegar lá é informado que o empresário saiu ou não chegou. Quando simplesmente, você recebe o recado que ele está ocupado e volte outro dia que se ele puder vai atender. E, por ai vai. É isso que escuto as pessoas me dizendo o tempo todo, dos seus contatos com clientes que não se incomodam com a sua agenda, como médicos que lhe chamam de paciente porque você vai para uma consulta e tem que passar três quatro horas em um consultório como se tivesse todo o tempo do mundo disponível e por ai vai. Como disse antes a questão é simples e complexa ao mesmo tempo; todavia, os que tiverem visão irão crescer competir com os pequenos e gradativamente ocupando os espaços vazios. Portanto, não é uma questão apenas de escolhas e sim de atitudes. Num mundo em evolução galopante como o atual, quem não abrir os olhos e não buscar enxergar a sua visão de futuro vai ficar para trás, simplesmente isto! (*) Fernando Viana www.fbcriativo.org.br
O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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