A expressão vale quanto pesa é muito comum no dia-a-dia das pessoas. E, por incrível que pareça, tornou-se a frase do dia no Congresso Nacional, na última quarta-feira, durante a reunião da Executiva Nacional do PMDB, que se reuniu para traçar o destino da legenda aqui no estado.
Não é de agora que o PMDB sergipano vem passando por maus bocados por conta da queda-de-braço existente entre os primos Lima (leia-se: Jackson e Almeida), que vivem às turras, numa relação de ódio figadal – ou estomacal, já que os dois não se digerem bem – desde o rompimento do cordão umbilical, há alguns anos, quando Almeida substituiu Jackson no comando da Prefeitura Municipal de Aracaju. É o que se pode chamar, literalmente, de família ácida. E, pelo visto, até agora, não há açúcar que dê jeito nessa limada.
De lá para cá, deparamo-nos com uma sucessão de agressões de ambas as partes. Jackson a insinuar que Almeida enriqueceu na política e que na família Lima ninguém recebeu herança para ficar rico; Almeida a dizer que Jackson é um ditador irresponsável que podou a cidade (na pior acepção da palavra) quando prefeito. Enfim, frases e frases – até impublicáveis – foram disparadas ao longo desses anos nas duas direções. Cada um deles, é claro, querendo ser melhor do que o outro.
Mas eis que o destino – como o tempo, também um grande canalha – resolveu pregar uma peça nessa guerra de egos familiar, e os colocou, frente a frente, no pobre PMDB sergipano para mais uma, e, quem sabe, última contenda.
Coitadinho do PMDB! No momento em que começava a se estruturar, quando as coisas pareciam se acertar no partido, chegam Almeida e Jackson para complicar o meio de campo em detrimento de tudo e de todos. “Donos” de mandatos eletivos importantes, de cara, começaram a brigar pelo comando da legenda em Sergipe. Afastaram peemedebistas históricos, destronaram o comando até então existente. E partiram em busca de apoio, nas instâncias superiores em Brasília, para ver quem seria o Big Boss, ou manda-chuva do pedaço.
E é aí que se encaixa a expressão vale quanto pesa que dá título ao nosso artigo. Na impossibilidade de unir os dois, a Executiva do PMDB viu-se no dilema de escolher pelo peso do voto de cada um deles no Congresso.
Resultado: senador 1 X 0 deputado. E com poucas chances de returno.
PS : Abaixo, Jackson Barreto e o Jus Esperniandis. Vale a pena conferir.