Varíola dos Macacos: generalidades e curiosidades!!!

“Existe sempre uma solução fácil para cada um dos problemas humanos: simples plausível e errada”- H. L. Mencken

Casos da varíola dos macacos (monkeypox, em inglês) não param de surgir em países onde a doença não é endêmica, a maioria deles na Europa; Em virtude disso a Organização Mundial da Saúde (OMS) vem atualizando a quantidade de casos, a forma de transmissão e os sintomas que envolvem a doença que é de origem genética similar a do vírus da varíola comum, que “ Graças a Deus “  foi erradicado do Mundo em 1980 com um forte e incisivo apoio desse Órgão Magno da saúde mundial.

A varíola dos macacos, é um vírus que infecta animais e muito raramente os seres humanos: Trata-se de uma zoonose silvestre que ocorre geralmente em regiões de floresta da África Central e Ocidental. Mas os casos relatados na Europa, nos Estados Unidos, no Canadá e na Austrália parecem não ter relação com as regiões africanas, o que pode indicar uma possível transmissão comunitária do vírus.

Entre 2018 e 2021, haviam sido relatados sete casos de varíola dos macacos no Reino Unido, principalmente em pessoas com histórico de viagens para países endêmicos. Mas somente este ano, nove casos já foram confirmados, seis deles sem relação com viagens, até 18/5, segundo a Agência de Segurança em Saúde do Reino Unido (UKHSA ).

Convém referir alguns dados preocupantes, como podemos citar casos registrados em alguns Países, como por exemplo Portugal que relatou mais de 20 casos confirmados; Espanha pelo menos 30; e há pelo menos um caso confirmado nos Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Bélgica, França e Austrália, de acordo com informações divulgadas na Mídia e por Assessoria de Imprensa de diversos Governo ao redor do Mundo!!!.

O que sabemos com muitas certeza é de que a varíola dos macacos ressurgiu na Nigéria em 2017, após mais de 40 anos sem casos relatados, e infelizmente a partir desse ano houve mais de 450 casos relatados no país africano e pelo menos oito casos exportados internacionalmente.

Baseados em dados coletados recentemente na Organização Mundial de Saúde (OMS), do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC), da UKHSA e dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unido, enumeramos a seguir informações importantes sobre a Doença tão preocupante no cenário da Saúde Mundial.

-A varíola dos macacos é uma zoonose silvestre, ou seja, um vírus que infecta macacos, mas que incidentalmente pode contaminar humanos , o que ocorre geralmente em regiões florestais da África Central e Ocidental, trata-se de uma doença  causada pelo vírus da varíola dos macacos, que pertence à família dos ortopoxvírus.

Existem dois tipos conhecidos de vírus da varíola dos macacos: o da África Ocidental e o da Bacia do Congo (África Central).Devemos salientar de que apesar da infecção pelo vírus da varíola dos macacos na África Ocidental levar às vezes ao desenvolvimento de doenças graves em alguns indivíduos, ela geralmente é autolimitada (que não exige tratamento).

Por isso devemos informar de forma preocupante a diferença do prognóstico na ocorrência da Doença, nessas duas Regiões Geográficas: Ou seja a taxa de mortalidade de casos para o vírus da África Ocidental é de 1%, enquanto que para o vírus da Bacia do Congo pode chegar a 10%. Além disso as crianças também estão em maior risco, e a varíola durante a gravidez pode levar a complicações extremamente graves, como varíola congênita ou morte do bebê, segundo a OMS.

-Os sintomas iniciais da varíola dos macacos incluem febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, linfonodos( gânglios ) inchados, calafrios e exaustão. Lesões na pele se desenvolvem primeiramente no rosto e depois se espalham para outras partes do corpo, incluindo os genitais, são lesões na pele semelhantes as da catapora ou da sífilis até formarem uma crosta, que em seguida caem.

Os sintomas da varíola dos macacos podem ser leves ou graves, e as lesões na pele podem ser pruriginosas ( coçam bastante ) ou dolorosas. Convém sempre informar de que os casos mais leves de varíola podem passar despercebidos e representar um sério risco de transmissão de pessoa para pessoa; Além disso é muito provável que haja pouca imunidade à infecção naqueles que viajam ou são expostos de outra forma, pois a doença endêmica geralmente é limitada a partes da África Ocidental e Central.

– A varíola dos macacos é transmitida pelo monkeypox, vírus que pertence ao gênero orthopoxvirus da família Poxviridae, e é considerada uma zoonose viral (o vírus é transmitido aos seres humanos a partir de animais) com sintomas muito semelhantes aos observados em pacientes com varíola, embora seja clinicamente menos grave.

Além disso segundo alguns órgãos de saúde, a transmissão humano para humano está ocorrendo entre pessoas em contato físico próximo com casos sintomáticos.

No entanto várias espécies animais foram identificadas como suscetíveis ao vírus da varíola dos macacos, mas permanece incerta a história natural do vírus, sobretudo os possíveis reservatórios e como a sua circulação é mantida na natureza. A ingestão de carne e outros produtos de origem animal mal cozidas de animais infectados é um possível fator de risco, indica a OMS.

Por todas essas incertezas é que o seu contágio ainda é indefinido por alguns Infectologistas…Por isso a fonte de infecção nos casos relatados ainda não foi confirmada pela OMS. De uma forma geral, a varíola dos macacos pode ser transmitida pelo contato com gotículas exaladas por alguém infectado (humano ou animal) ou pelo contato com as lesões na pele causadas pela doença ou por materiais contaminados, como roupas e lençóis. Muito importante referir de que o período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias. Por isso pessoas infectadas precisam ficar isoladas e em observação por 21 dias.

-A varíola dos macacos foi identificada pela primeira vez em 1958, quando dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em colônias de macacos mantidos para pesquisa. O primeiro caso humano de varíola dos macacos foi registrado em 1970 na República Democrática do Congo, durante um período de esforços intensificados para eliminar a varíola. A partir dessa data a varíola dos macacos foi relatada em humanos em outros países da África Central e Ocidental.

Neste possível surto de 2022, o primeiro caso foi identificado na Inglaterra em um homem que desenvolveu lesões na pele em 5/5, foi internado em um hospital de Londres, depois transferido para um centro especializado em doenças infecciosas até a varíola dos macacos ser confirmada em 12/5,além desse caso foi referido um paciente que desenvolveu lesões semelhantes na pele em 30/4,sendo então a doença foi confirmada em 13/5.

A OMS descreve quadros diferentes de sintomas para casos suspeitos, prováveis e confirmados. Passa a ser considerado um caso suspeito qualquer pessoa, de qualquer idade, que apresente pústulas (bolhas) na pele de forma aguda e inexplicável e esteja em um país onde a varíola dos macacos não é endêmica. Se este quadro for acompanhado por dor de cabeça, início de febre acima de 38,5°C, linfonodos inchados, dores musculares e no corpo, dor nas costas e fraqueza profunda, é necessário fazer exame para confirmar ou descartar a doença.

Casos considerados “prováveis” incluem sintomas semelhantes aos dos casos suspeitos, como contato físico pele a pele ou com lesões na pele, contato sexual ou com materiais contaminados 21 dias antes do início dos sintomas. Soma-se a isso, histórico de viagens para um país endêmico ou ter feito tido contato próximo com possíveis infectados no mesmo período e/ou ter resultado positivo para um teste sorológico de orthopoxvirus na ausência de vacinação contra varíola ou outra exposição conhecida a orthopoxvirus.

Casos confirmados ocorrem quando há confirmação laboratorial para o vírus da varíola dos macacos por reação em cadeia da polimerase (PCR) em tempo real e/ou sequenciamento.

britânico, que apresentaram as mesmas lesões na pele. Cronologicamente no dia 18/5, a agência do Reino Unido informou mais dois casos; Curiosamente no entanto nenhum deles havia viajado ou tido contado com pessoas que o fizeram, indicando uma possível transmissão comunitária da doença.

Sobre a Vacina, podemos historicamente informar de que a vacinação contra a varíola comum mostrou ser protetora contra a varíola dos macacos,muito embora uma vacina (MVA-BN) e um tratamento específico (tecovirimat) tenham sido aprovados para a varíola, em 2019 e 2022, respectivamente, essas contramedidas ainda não estão amplamente disponíveis e populações em todo o mundo com idade inferior a 40 ou 50 anos não tomam mais a vacina, cuja proteção era oferecida por programas anteriores de vacinação contra a varíola, porque estas campanhas foram descontinuadas. No Reino Unido, a vacina contra varíola está sendo oferecida às pessoas de maior risco.

Com relação a melhor forma de se prevenir do contágio dessa Doença,devemos informar a residentes e viajantes de países endêmicos que devem evitar ao máximo possível o contato com animais doentes (vivos ou mortos) que possam abrigar o vírus da varíola dos macacos (roedores, marsupiais e primatas) e devem abster-se de comer ou manusear caça selvagem.Além disso devemos sempre lembrar de que higienizar as mãos com água e sabão ou álcool gel são importantes para evitar a exposição ao vírus, além de evitar contato com pessoas infectadas e usar objetos de pessoas contaminadas e com lesões na pele.

OBS:Resumidamente informamos de que de acordo com a OMS, até 21/5/2022, foram confirmados 92 casos em ao menos 12 países onde a doença não é endêmica, todos da linhagem encontrada em países da África ocidental, porém sem relação direta com viagens ao continente africano. Esse evento é considerado pelo órgão como “altamente incomum” e a OMS “espera que mais casos em áreas não endêmicas sejam relatados”.

Curiosidades

O nome monkeypox se origina da descoberta inicial do vírus em macacos em um laboratório dinamarquês em 1958, no entanto o primeiro caso humano foi identificado em uma criança na República Democrática do Congo em 1970.

Os países onde a varíola dos macacos é considerada endêmica são: Benin, Camarões, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Gabão, Gana (identificado apenas em animais), Costa do Marfim, Libéria, Nigéria, República do Congo, Serra Leoa e Sudão do Sul.

-Com relação ao seu tratamento e prevenção podemos informar de que a varíola geralmente é autolimitada, ou seja, pode ser curada com o tempo e sem tratamento, mas pode ser grave em alguns indivíduos, como crianças, mulheres grávidas ou pessoas com imunossupressão devido a outras condições de saúde.

Uma Boa Semana e muito cuidado com essa Doença, que apesar do nome não é transmitido pelo “ MACACO “…

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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